(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas VACINA��O

''Me vacinei contra a COVID-19 como prote��o e cidadania''

Jornalista que h� um ano e tr�s meses escreve reportagens sobre COVID-19 relata como foi receber a 1� dose da vacina por ser professora universit�ria


04/06/2021 10:30 - atualizado 04/06/2021 12:15

(foto: Arquivo Pessoal)
(foto: Arquivo Pessoal)

"Desde a inf�ncia, simpatizo-me com o Z� Gotinha. Nem quando crian�a tive medo de me vacinar, muito pelo contr�rio. Mas jamais imaginaria que, na vida adulta, vacinar seria t�o s�mb�lico e me faria chorar como aquelas meninas e meninos que n�o entendiam bem as agulhadas. Al�m de jornalista desde 2008, sou professora universit�ria, o que me credenciou para integrar o grupo vacinado em Belo Horizonte, nesta sexta-feira (4/6): os docentes de n�vel superior.

N�o consegui dormir de quinta para sexta-feira, acordando diversas vezes com imagens, sem muito sentido, de que grupo priorit�rio a imuniza��o se destinaria - uma preocupa��o �tica, uma vez que considero fundamental obedecer a ordem estabelecida pelo Programa Nacional de Imuniza��es (PNI).

 

Acordei �s 5h de uma noite n�o dormida para ir bem cedo vacinar. Ao lado da minha casa, tem um centro de sa�de. Fui at� l� e me informaram que a vacina��o de professores estava sendo realizada em alguns postos espec�ficos. Escolhi, sem refletir muito sobre o meu gesto, que tomaria no posto que fica na Rua Carangola, tamb�m bem pr�ximo da minha casa.

 

Quando l� cheguei, havia uma fila pequena, com andamento relativamente r�pido. Mostrei meu v�nculo com a faculdade onde dou aula e minha identidade. Depois que fiz o cadastro, fiquei pronta para receber a dose, ent�o, de repente, meio veio � mente que estava no pr�dio da antiga Faculdade de Fiolosofia, Ci�ncias e Letras da UFMG, a Fafich.

Neste momento, as l�grimas vieram com a for�a de queda d'�gua. N�o consegui conter a emo��o. Embora estivesse muito feliz por, enfim, poder ser vacinada, n�o imaginava que seria tomada por sentimento t�o desestabilizador.

 

Chorei, porque a Fafich foi local de resist�ncia � ditadura militar em 1968, quando o regime pol�tico brasileiro caminhava para o momento de maior censura e cerceamento das liberdades individuais.

Chorei, porque h� um ano e tr�s meses escrevo todos os dias sobre COVID-19 e tenho que informar o n�mero de pessoas que morreram v�timas dessa doen�a, algo que sempre me devastou muito: ver os n�meros aumentarem e os governos e, at� mesmo a sociedade, relativizarem as estat�sticas. 

 

Chorei pelas duas profiss�es que escolhi, jornalista e professora, que t�m sido t�o vilipendiadas no Brasil.

Chorei por estar na Fafich e saber que tantos jornalistas brilhantes foram formados ali.

Chorei por entender como um simples gesto de me vacinar se tornou ato de cidadania num pa�s que parte da popula��o descredibiliza a imprensa, a ci�ncia, a educa��o e a vacina.

Chorei por entender que o Brasil vai passar por esse momento sombrio, como passou por outros de igual terror no passado.

 

Desde o in�cio da pandemia, em mar�o de 2020, fui destacada para a equipe do jornal Estado de Minas que cobre a COVID-19. O diretor de reda��o pediu que eu tivesse aten��o especial ao desenvolvimento de vacinas. 

 

Ent�o, desde aquela �poca, passei a acompanhar os estudos que se cadastravam numa plataforma cient�fica internacional para iniciarem os ensaios cl�nicos. Aprendi sobre cada uma das etapas de desenvolvimento de uma vacina, passei a entender como era feita a avalia��o dos estudos por pares. E, como jornalista, diariamente esperava poder dar a t�o sonhada not�cia de que t�nhamos vacina para a COVID-19.

 

Os estudos avan�aram com mais agilidade do que de costume e, no final de 2020, j� t�nhamos vacinas dispon�veis. Parecia um sonho at� que olhei para a realidade brasileira. Embora a vacina estivesse dispon�vel no mundo, n�o havia sinaliza��o por parte do governo federal para um plano nacional de imuniza��o. O que era para ser a sa�da festejada para a maior pandemia que a humanidade j� enfrentou come�ou a ser algo de ataques de teorias da conspira��o, que questionavam o valor da vacina e colocavam em xeque a efic�cia.

Meu trabalho como jornalista, como de todos os meus colegas de reda��o, ent�o, passou a ser desmentir boatos, desinforma��o e mentiras sobre as vacinas. Acompanhei de perto o desenvolvimento da vacina nas universidades mineiras, em especial a UFMG, dando ampla visibilidade �s pesquisas, �s dificuldads dos pesquisdores e � import�ncia de termos uma vacina com tecnologia nacional.

 

Em �mbito internacional, apresentei quais eram os estudos mais avan�ados. Tamb�m apresentei o CTVacinas; anunciei em primeira m�o quando os testes pr�-cl�nicos foram iniciados em primatas n�o-humanos; dei em primeira m�o, numa entrevista exclusiva com a reitora Sandra Goulart, que a Prefeitura de Belo Horizonte financiaria parte da pesquisa da maior universidade mineira.

 

O Plano Nacional de Operacionaliza��o  de Vacina��o Contra � COVID-19 foi lan�ado e o que deveria ser motivo de alegria se tornou ponto de investiga��o devido aos chamados fura-filas. Algo que jamais estaria no meu horizonte de expectativas ocorria: as pessoas tentavam burlar a ordem de prioridade, tentativas de roubo de vacinas, golpes para aplica��o de vacinas a pre�os elevad�ssimos. 

 

O ditado 'farinha pouca, meu pir�o primeiro' revelou uma face triste de nossa cultura, o jeitinho. Formas de conseguir ser inclu�do em grupo de prioridades, atestados falsos e at� mesmo mudar sua vincula��o profissional para poder ser vacinado.

Esperei a minha vez e confesso que at� fico triste em saber que a vacina��o segue t�o lenta e que � preciso que as categorias travem uma verdadeira guerra para conseguir o direito de ser vacinado. Sigo, por�m, com a esperan�a de que vamos superar esse momento t�o dif�cil. N�o posso jamais deixar de agradecer ao Sistema �nico de Sa�de e � ci�ncia por esse momento. Hoje, j� na meia-idade, sigo amando o Z� Gotinha, mais do que nunca."


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?

Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.


Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.

 

 

Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas

[VIDEO4]

 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.


Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)