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Estado de Minas HOMEM FOI PRESO

Pai e filho donos de loja em BH s�o investigados por abusos sexuais

Donos de loja de bijuterias no Centro da capital abusavam das funcion�rias dentro do estabelecimento. Seis mulheres j� denunciaram


11/06/2021 13:07 - atualizado 11/06/2021 13:21

As delegadas Cristiana Angelini (esq), Carolina Bechelany e Luísa Drumond em entrevista coletiva nesta sexta
As delegadas Cristiana Angelini (esq), Carolina Bechelany e Lu�sa Drumond em entrevista coletiva nesta sexta (foto: Pol�cia Civil/Divulga��o)


Um homem de 68 anos e o filho dele, de 44, s�o investigados pela Pol�cia Civil por crimes sexuais. Os crimes ocorriam dentro da loja de bijuterias e acess�rios que eles mant�m h� 19 anos no Centro de Belo Horizonte. O filho foi preso ontem (10/6). O pai, que � suspeito de estupro, est� foragido. O caso foi detalhado pela pol�cia em entrevista coletiva na manh� desta sexta-feira (11/6). 

“Os propriet�rios usando a condi��o de superiores abusavam e assediavam as funcion�rias. S�o v�rios anos de abuso, mas com medo de perder emprego n�o denunciavam”, conta a delegada Cristiana Angelini. 

As investiga��es come�aram em abril, quando uma das mulheres decidiu procurar a Pol�cia Civil para contar que havia sido atacada pelo homem mais velho em um ponto da loja que n�o � vigiado pelas c�meras do circuito interno. “Atraiu essa funcion�ria para esse local e, sem o consentimento dela, segurou pelos bra�os e beijou os seios dela. Ela ficou muito constrangida, mas continuou trabalhando porque n�o tinha outro meio para se sustentar. Mas, conversando com outas pessoas e familiares, foi encorajada e disseram que n�o poderia continuar trabalhando l� sofrendo esse ass�dio”, disse a delegada. 

Ao apresentar o caso � delegacia, a v�tima recebeu o apoio de uma equipe multidisciplinar para que conseguisse relatar os abusos �s autoridades policiais de uma forma mais confort�vel. Conforme a delegada Cristiana, essa v�tima apresentou testemunhas e outras mulheres que haviam sido abusadas. 

Ao todo, seis mulheres compareceram � delegacia, mas duas resolveram permanecer an�nimas. Sobre essas �ltimas, a delegada explicou que elas reportaram os abusos, mas n�o quiseram formalizar para que seus nomes n�o constassem no inqu�rito. 

“Isso tem tudo a ver com a cultura de culpabiliza��o da v�tima. Essas v�timas n�o querem se identificar perante a Justi�a por v�rios fatores, principalmente culturais, porque acreditam que ser�o julgadas, ser�o questionadas de por que ‘aceitaram’ ter passado por isso. � uma cultura que ainda culpa a mulher por ter sido v�tima desse crime”, destacou a delegada Lu�sa Drummond, da Divis�o Especializada em Atendimento � Mulher, ao Idoso e � Pessoa com Defici�ncia e V�timas de Intoler�ncia (Demid), tamb�m presente na coletiva. 

Durante as buscas por elementos que comprovassem a conduta do empres�rio de 68 anos, uma das v�timas esteve na delegacia e contou ter sido abusada pelo filho dele. A partir da�, outras mulheres que foram abusadas pelo homem de 44 anos foram surgindo. 

As v�timas relataram que eram levadas para o estoque, onde o homem fazia brincadeiras de cunho sexual, que elas n�o aceitavam. “Cantada � diferente de ass�dio. Cantada � quando a v�tima aceita, h� uma troca, e � bem diferente do ass�dio. No ass�dio a v�tima n�o quer, na importuna��o sexual a v�tima n�o permite. Elas estavam trabalhando, ganhando o p�o de cada dia, iam at� o estoque e esses suspeitos pegavam nas partes �ntimas delas, faziam ‘brincadeiras’”, conta Cristiana Angelini. As mulheres disseram que o homem mais novo costumava dizer que ia alongar as costas dela para tocar as mulheres com as partes �ntimas dele. 

Pris�o

Nessa quinta-feira, a Pol�cia Civil esteve na loja cumprindo mandados de busca e apreens�o para pegar as imagens das c�meras e equipamentos eletr�nicos. Na ocasi�o, o homem de 44 anos foi preso preventivamente. “Ele nega, fala que (a den�ncia) � por quest�o de demiss�o e a� elas est�o se voltando contra ele. � a cl�ssica defesa”, explicou a delegada. 

O pai dele � investigado por estupro contra a primeira v�tima. A pena para esse crime � de seis a 10 anos de pris�o. J� no caso do filho, trata-se de crime de importuna��o sexual, cuja pena � de um a cinco anos de reclus�o. 

Prote��o � mulheres


Cristiana Angelini relata que todas as v�timas que fizeram as den�ncias est�o assustadas e temem ser expostas. Ela refor�a que as mulheres s� continuaram trabalhando na loja por falta de op��o.  

“(Os suspeitos) S�o pessoas consolidadas no ramo, influentes no meio de trabalho deles. Elas t�m medo de ficar sem renda e n�o conseguir outro tipo de trabalho no ramo. Ano passado, que foi de pandemia, v�rias sofreram ass�dio e n�o quiseram denunciar porque n�o teriam perspectiva de trabalho e, por esse motivo, permaneceram sofrendo os ass�dios, at� que a (primeira) v�tima, n�o aguentando mais a situa��o, procurou a delegacia e conseguimos levantar as informa��es”, comentou.

A delegada Lu�sa Drummond destacou a import�ncia do apoio �s v�timas, principalmente vindo de outras mulheres. “Num universo machista, em que a voz da mulher no ambiente p�blico � oprimida e, muitas vezes, tem menos valor que a voz masculina, � mostrar que mesmo nesses crimes que tendem a acontecer na aus�ncia de testemunhas, que a voz delas tem valor e ser� ouvida. N�s, mulheres unidas, conseguimos nos proteger”, enfatizou. 

O resultado das investiga��es ser� encaminhado � Justi�a. As delegadas n�o descartam que outras v�timas possam aparecer. 

O que � relacionamento abusivo?

Os relacionamentos abusivos contra as mulheres ocorrem quando h� discrep�ncia no poder de um em rela��o ao outro. Eles n�o surgem do nada e, mesmo que as viol�ncias n�o se apresentem de forma clara, os abusos est�o ali, presentes desde o in�cio. � preciso esclarecer que a rela��o abusiva n�o come�a com viol�ncias expl�citas, como amea�as e agress�es f�sicas.

A viol�ncia dom�stica � um problema social e de sa�de p�blica e, que quando se fala de comportamento, a raiz do problema est� na socializa��o. Entenda o que � relacionamento abusivo e como sair dele.

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 Cidade feminista: mulheres relatam viol�ncia imposta pelos espa�os urbanos

Como denunciar viol�ncia contra mulheres?

  • Ligue 180 para ajudar v�timas de abusos.
  • Em casos de emerg�ncia, ligue 190.

O que � viol�ncia f�sica?

  • Espancar
  • Atirar objetos, sacudir e apertar os bra�os
  • Estrangular ou sufocar
  • Provocar les�es

O que � viol�ncia psicol�gica?

  • Amea�ar
  • Constranger
  • Humilhar
  • Manipular
  • Proibir de estudar, viajar ou falar com amigos e parentes
  • Vigil�ncia constante
  • Chantagear
  • Ridicularizar
  • Distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em d�vida sobre sanidade (Gaslighting)

O que � viol�ncia sexual?

  • Estupro
  • Obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto 
  • Impedir o uso de m�todos contraceptivos ou for�ar a mulher a abortar
  • Limitar ou anular o exerc�cio dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher

O que � viol�ncia patrimonial?

  • Controlar o dinheiro
  • Deixar de pagar pens�o
  • Destruir documentos pessoais
  • Privar de bens, valores ou recursos econ�micos
  • Causar danos propositais a objetos da mulher

O que � viol�ncia moral?

  • Acusar de trai��o
  • Emitir ju�zos morais sobre conduta
  • Fazer cr�ticas mentirosas
  • Expor a vida �ntima
  • Rebaixar por meio de xingamentos que incidem sobre a sua �ndole

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