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"N�o est� garantida a estabilidade geot�cnica do Pico de Belo Horizonte e, tamb�m, n�o � poss�vel afirmar que a implanta��o da minera��o n�o vai causar impactos � paisagem do munic�pio", aponta uma das conclus�es do estudo feito pelos ge�logos de carreira da prefeitura.
No �ltimo s�bado (14), a Tamisa pediu ao judici�rio que a Prefeitura de Belo Horizonte seja exclu�da do debate sobre a minera��o na Serra do Curral. A companhia alegou que o munic�pio n�o tem "compet�ncia de opinar". A vers�o, no entanto, foi contestada pela PGM - de acordo com a capital, a mineradora n�o apresentou pareceres sobre os impactos da minera��o ao pico.
"Eventual deslizamento do talude [do Pico BH] n�o afetar� apenas o lado de Nova Lima da Serra do Curral, mas inexoravelmente atingir� tamb�m a por��o de Belo Horizonte, o que refor�a a indispensabilidade de anu�ncia de Belo Horizonte ao empreendimento".
'Dist�ncia irris�ria'
Em 12 de maio, os ge�logos Jo�o Vicente Mariano, Adria Scarpelli, S�nia Knauer e Taynara d' ngelo foram presencialmente � Serra do Curral a fim de examinar poss�veis impactos da minera��o ao Pico Belo Horizonte, que tem mais de 1,3 mil metros de altitude. No relat�rio que trata dos riscos de deslizamento, os profissionais demonstraram temor.
"� preocupante a localiza��o da cava Oeste a ser implantada no sop� [encosta] do Pico de Belo Horizonte, patrim�nio tombado pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (IPHAN). A dist�ncia linear entre o pico e a estrutura de minera��o a ser implantada � irris�ria e, a poucos metros, da �rea verifica-se cava desativada da Mina �guas Claras, onde movimentos de massa comprometeram o Marco Topogr�fico IV do tombamento [da Serra]".
Os profissionais receiam, tamb�m, efeitos da vibra��o causada pelo uso de bombas durante as escava��es do solo. As explos�es podem fraturar a estrutura do Pico Belo Horizonte, segundo os ge�logos.
"O uso de explosivos na remo��o do min�rio � fonte de energia (ondas), que em sua propaga��o poder� promover deslocamentos/vibra��es ao longo das descontinuidades, podendo resultar em movimentos de massa que venha a comprometer a integridade do j� referido marco topogr�fico", apontam.
Empresa usaria parecer h�drico desatualizado
No domingo (15), a Procuradoria de BH j� havia ido � Justi�a apontar que a Tamisa usou parecer desatualizado da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) a respeito dos impactos h�dricos do empreendimento.
A capital mineira considera que os estudos apresentados s�o de 2018, posteriores a altera��es em praticamente todo o projeto da Tamisa e anteriores � crise h�drica p�s-rompimento da Barragem B1 da Mina C�rrego do Feij�o (2019), em Brumadinho, e suspens�o da capta��o no Rio Paraopeba da Copasa para a Grande BH.
Segundo manifesta��o da pr�pria empresa de �gua e esgoto, a Tamisa recebeu, em 2018, um parecer favor�vel ao projeto apresentado, desde que diversas condicionantes fossem adotadas para garantir a seguran�a do fornecimento de �gua para a Grande BH a partir do Rio das Velhas.
A autoriza��o do governo mineiro aos pleitos da Tamisa veio em 30 de abril, durante reuni�o do Conselho Estadual de Pol�tica Ambiental (Copam). O aval ocorreu j� durante a madrugada, em meio a uma confer�ncia que j� durava cerca de 18 horas.
Em que pese os questionamentos, o Pal�cio Tiradentes tem defendido a licen�a concedida � Tamisa e os meandros do processo de an�lise do empreendimento.
"O processo de licenciamento segue todos os ritos t�cnicos. Todas as normas e os limites t�cnicos estabelecidos na lei foram seguidos. N�s temos muita seguran�a t�cnica do processo e da forma como foi analisado", disse Mar�lia Melo, secret�ria de Estado de Meio Ambiente, no in�cio deste m�s, � "TV Globo".
Al�m da Prefeitura de Belo Horizonte, ambientalistas, artistas, escolas, universidades e a Arquidiocese de BH j� se manifestaram contra a devasta��o que a minera��o da Tamisa vai provocar na serra que � s�mbolo da capital mineira.