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Estado de Minas PATRIM�NIO

Conjunto arquitet�nico da capital mineira est� em estado terminal

Constru��es que anteriormente faziam parte do vasto acervo hist�rico de BH se desmancham em meio a sujeira, picha��es, lixo e abandono


10/09/2023 04:00 - atualizado 10/09/2023 10:57
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Rua Sapucaí com Avenida Assis Chateaubriand
Na Rua Sapuca� com Avenida Assis Chateaubriand, mais um retrato do abandono: picha��es, sujeira e partes degradadas (foto: fotos: Jair Amaral/em/d.a press)

As pr�ximas paradas pelos conjuntos arquitet�nicos ser�o fora do Centr�o de BH. Agora, basta atravessar o Viaduto Santa Tereza para chegar ao Edif�cio Chagas D�ria, na Rua Sapuca�, 571. Antes de mais nada, � bom destacar que a Sapuca�, mirante natural com bares, restaurantes e badala��o, consiste em um dos pilares do pacote de interven��es como o “Centro de Todo Mundo”, da Prefeitura de Belo Horizonte, que pretende, al�m de deixar a regi�o mais bonita, arborizada e acess�vel, melhorar op��es de mobilidade, lazer, cultura, desenvolvimento e seguran�a.
 
Na via p�blica, na esquina com a Avenida Assis Chateaubriand, destaca-se o Edif�cio Chagas D�ria, bem cultural tombado como parte do Conjunto Urbano Bairro Floresta. Altaneiro e em posi��o estrat�gica, o pr�dio parece uma testemunha da cidade.
Erguido nos anos 1930 e inspirado no art-d�co, per�odo em que esse estilo construtivo estava sendo introduzido na nova capital, juntamente com a inova��o do concreto armado, o edif�cio Chagas D�ria, pertencente � Uni�o, serviria para abrigar o Instituto de Aux�lios M�tuos dos Empregados da Estrada de Ferro Oeste de Minas. O pr�dio foi constru�do pelo engenheiro civil, ge�grafo e construtor mineiro Alfredo Carneiro Santiago, entre 1932-1934. Desde ent�o, teve m�ltiplos usos. No local, h� um seguran�a, conforme verificaram os rep�rteres.
Ver galeria . 11 Fotos Na Avenida Bias Fortes, 368, esta imponente construção está fechadaJair Amaral/EM/D.A Press
Na Avenida Bias Fortes, 368, esta imponente constru��o est� fechada (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )

N�o muito distante, h� descobertas e constata��o de abandono. Em estilo ecl�tico da primeira fase com influ�ncia neocl�ssica, o im�vel particular, na Avenida Assis Chateaubriand, 524, � tombado como parte do Conjunto Urbano do Bairro Floresta. O cen�rio � deplor�vel, com picha��es, sujeira e partes degradadas. Na esquina da Avenida Assis Chateaubriand com a Rua Tabaiares, os rep�rteres ouviram coment�rios dos vizinhos sobre a necessidade de uma solu��o para a casa fechada h� v�rios anos.

No mesmo bairro, desta vez na Rua Silva Jardim, 183, h� uma constru��o de dois pavimentos, pertencente ao Conjunto Urbano Protegido Bairro Floresta. Segundo a Funda��o Municipal de Cultura/PBH, o im�vel est� com processo de tombamento aberto, mas ainda inconcluso.

Conjunto Urbano Bairro Floresta

Moradores contam que a edifica��o se encontra fechada desde a morte de uma senhora que ali viveu por d�cadas. “N�o vejo ningu�m a�. Uma pena, pois � uma casa bonita. Daria um �timo restaurante”, disse uma mulher que trabalha no bairro e passa, diariamente, nesse trecho da Rua Silva Jardim. 

J� no vizinho Bairro Col�gio Batista, a casa da Rua Plombagina, 61, inspira cuidados. De acordo com a Funda��o Municipal de Cultura, trata-se de um bem tombado inserido no per�metro de prote��o do Conjunto Urbano Bairro Floresta. Nessa via p�blica do bairro, h� v�rias casas da d�cada de 1920, e o estado lastim�vel dessa constru��o preocupa muitos belo-horizontinos.
 
“Estamos t�o pertinho da Avenida do Contorno e do Centro da cidade...custava algu�m tomar uma provid�ncia e restaurar esse im�vel? Mesmo que n�o sejam casas centen�rias, est�o no ‘cora��o’ de BH e do seu povo”, desabafou um morador. “Certamente, querem deixar cair para depois vender o terreno. Assim, de queda em queda, BH vai ficando com seu patrim�nio mais pobre”, analisou uma moradora das proximidades.


Tamb�m no bairro, sobrevive, em estado quase terminal, uma constru��o na Rua Ita�na, 269, na esquina com a Rua Guaran�sia. Com cadeado no port�o e total decad�ncia, o im�vel � um p�lido retrato de outros tempos. “Desperd�cio, n�o �? Uma tristeza ver o patrim�nio se decompondo, �s vezes por briga de fam�lia, �s vezes por falta de manuten��o mesmo”, comentou um morador da Rua Ita�na, que chegava em casa, no feriado da Independ�ncia, carregando sacolas de supermercado.

Nobreza ultrajada

A viagem pela cidade est� perto de chegar ao fim, mas um exemplo fere os olhos. Na Avenida Bias Fortes, 1034, na esquina com a Rua Guajajaras, est� um bem tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural do Munic�pio de Belo Horizonte. Localizado em um dos pontos mais nobres da capital, perto do Minascentro, do Mercado Central e do Conjunto JK, o im�vel integra uma sequ�ncia de edifica��es situadas em um dos n�cleos que caracterizam o Bairro de Lourdes.
 
A situa��o do im�vel � lament�vel, principalmente numa regi�o que vem atraindo moradores de outros bairros, a partir do surgimento de restaurantes, bares, empreendimentos, e onde j� existe o Mercado Novo, que atrai muitos jovens. “A �nica palavra que me vem � cabe�a, quando vejo uma constru��o neste estado, � descaso. Descaso de todos os lados. S� consigo ver beleza no patrim�nio cultural, nas casas que contam a hist�ria da cidade”, ressaltou a publicit�ria Renata Lima, residente numa casa de vila, que pertenceu � sua av�, no Bairro Nova Su��a. “As constru��es hist�ricas devem ser restauradas, fico triste quando se encontram nesse estado de degrada��o.”

"Cidade � movimento" 

Tamb�m na Avenida Bias Fortes, mais perto da Pra�a da Liberdade, uma imponente constru��o pintada de amarelo, no n�mero 368, est� fechada. Durante muito tempo, funcionou um hostel no endere�o. Embora sem mostras de degrada��o, e com uma placa de “aluga-se” sobre um c�modo lateral, o im�vel tombado pelo munic�pio � uma lembran�a de outros tempos. “Cidade � movimento, economia ativa, gente chegando e partindo. As casas, assim como qualquer um de n�s, precisam de carinho e aten��o”, observou uma moradora do bairro.
H� edifica��es que se encontram t�o entranhadas no cotidiano da cidade, que parecem fazer parte da vida de todo mundo. Em Belo Horizonte, � dif�cil encontrar quem n�o conhe�a a Villa Rizza, na Avenida do Contorno, 4.383, entre as ruas do Ouro e Pouso Alto, no Bairro Serra, na Regi�o Centro-Sul. Depois de um tempo fechada, a edifica��o de 1929 est� em obras, o que anima a vizinhan�a. 
 
Tombado h� 30 anos pelo Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural do Munic�pio, o im�vel projetado pelo arquiteto Gustavo Roscoe tem pinturas elaboradas pelo artista de origem italiana, Augusto Neri. A “villa”, pintada de verde, foi resid�ncia, bar-restaurante com posto de combust�vel, showroom e dever� abrigar uma cl�nica.

Paisagem urbana imediata

Segundo informa��es da PBH, a conforma��o estil�stica remete ao ecl�tico tardio, com influ�ncias diversas (chal�s e bangal�s), e sua implanta��o em esquina, em cota mais elevada em rela��o ao n�vel do logradouro, confere impon�ncia ao im�vel na paisagem urbana imediata. � como se estivesse apresentando o que o passageiro, que ali chegava, iria encontrar no Bairro da Serra.
 
No Bairro Funcion�rios, est� sendo restaurada a resid�ncia da Rua dos Aimor�s, 628. O bem cultural tombado pertence ao Conjunto Arquitet�nico com Tipologia da Comiss�o Construtora de Belo Horizonte, datada, possivelmente, de 1903, e tem desenho original com assinatura de Maur�cio Bernasconi. “Ficou fechada durante muito tempo, mas agora est� a todo vapor. Tomara que continue”, deu as boas-vindas “� nova fase” um comerciante da regi�o. bens tombados

N�mero de bens culturais tombados em BH

Na capital, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, h� 873 bens culturais tombados pelo Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural do Munic�pio. A listagem dos bens protegidos em Belo Horizonte est� dispon�vel no Portal PBH.
 
A assessoria da PBH informa que n�o disp�e de um levantamento dos bens protegidos tombados (residenciais ou n�o) que se encontram fechados ou em pleno uso e, consequentemente, seu estado atual.
 
E informa que, segundo os laudos de estado de conserva��o elaborados para isen��o do IPTU, menos de 5% dos im�veis n�o se encontram em bom estado de conserva��o. “O im�vel utilizado �, normalmente, melhor conservado”, informa a nota 
da prefeitura.


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