
O notici�rio nos Estados Unidos tem sido dominado pelas manifesta��es antirracistas das �ltimas semanas, mas a pandemia de coronav�rus voltou �s manchetes.
Diversos Estados t�m registrado um n�mero recorde de casos registrados nos �ltimos dias, ampliando o temor de que o pa�s esteja enfrentando uma segunda onda de infec��es. Alguns especialistas, no entanto, afirmam que os EUA ainda est�o na primeira onda.Para o vice-presidente americano, Mike Pence, esses temores s�o "exagerados". Ele acusou a m�dia de usar “previs�es sombrias” para assustar o povo americano.
O que est� acontecendo nos EUA ent�o?
N�mero de infec��es est� crescendo
Com mais de 2 milh�es de casos registrados, os Estados Unidos t�m o maior n�mero de infec��es confirmadas no mundo, quase um quarto do total global. O Brasil est� em segundo lugar, com mais de 1 milh�o, segundo a Universidade Johns Hopkins.
A situa��o piorou bastante no fim de mar�o, mas em maio os casos entraram em decl�nio e a maioria dos Estados come�ou a flexibilizar restri��es de circula��o de pessoas adotadas para conter o espalhamento do v�rus.
No entanto, o n�mero de novos casos esteve poucas vezes abaixo de 20 mil, j� que havia alguns Estados com a epidemia sob controle e outros onde as infec��es estavam em alta.

Por essa raz�o, Anthony Fauci, considerado o mais importante especialista em doen�as infecciosas do pa�s e um dos principais integrantes da for�a-tarefa criada pela Casa Branca para responder � pandemia, afirma que a situa��o atual � uma continua��o dos surtos iniciais.
“As pessoas ficam falando e falando sobre segunda onda. Mas ainda estamos na primeira onda”, disse Fauci a jornalistas
Picos de casos em novos locais levaram os n�meros gerais a aumentar por diversos dias pela primeira vez desde que o pa�s chegou ao pico, no in�cio de abril.
Enormes diferen�as regionais
A regi�o Nordeste foi de longe a mais atingida, com um quarto dos novos casos e mais de um ter�o das mortes nos Estados de Nova York e Nova Jersey. Mas nas �ltimas semanas, os dois Estados controlaram o espalhamento da doen�a.
O Sul e o Oeste do pa�s, por outro lado, t�m enfrentado um grande aumento do n�mero de infec��es, segundo dados compilados pela plataforma online COVID Tracking Project.

N�o h� diverg�ncias se os casos est�o crescendo de novo, mas sobre os motivos.
O presidente americano, Donald Trump, culpou o aumento do n�mero de testes realizados. Ao jornal americano The Wall Street Journal, ele afirmou que a testagem “� superestimada” porque “nos deixa mal na fita de diversas maneiras”.
Os Estados Unidos fizeram o maior n�mero de testes no mundo, cerca de 25 milh�es at� agora, logo isso explica em parte porque o pa�s est� em primeiro lugar em total de casos. Mas as compara��es internacionais s�o sempre bastante complicadas por diversas limita��es.
Os dados dispon�veis, no entanto, mostram que o aumento de casos registrados vai al�m da amplia��o da realiza��o de testes.
Mais testagem?
Duas vezes na semana passada, o Estado do Arizona registrou mais casos novos em seu territ�rio do que todos os nove Estados da regi�o Nordeste, e isso n�o se deve apenas ao aumento do n�mero de testes.
Se o n�mero de exames cresce enquanto o espalhamento do v�rus est� caindo, a taxa de diagn�sticos positivos tenderia a cair.
Atualmente, a taxa de casos positivos em �mbito nacional est� abaixo de 5%, patamar recomendado pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) para que os pa�ses n�o ultrapassem, nas duas semanas que antecedem a flexibiliza��o das restri��es de movimento dos cidad�os.
Mas um ter�o dos Estados est� acima desse limiar, como mostra o gr�fico abaixo, e muitos deles adotaram medidas de reabertura no �ltimo m�s.

O n�mero de pessoas hospitalizadas tamb�m aumentou em diversos desses Estados, incluindo o Texas, onde bares e restaurantes que reabriram est�o fechando as portas novamente, segundo reportagens do jornal Texas Tribune, por temerem uma nova explos�o de casos.
De um lado, os casos crescem e, de outro, a economia anseia desesperadamente por uma retomada.
Por causa disso, autoridades apostam no uso de m�scaras para ajudar a conter o espalhamento do v�rus. Calif�rnia, Carolina do Norte e diversas cidades do pa�s recomendaram ou tornaram obrigat�rio na semana passada o uso de m�scaras em locais p�blicos.
O uso de m�scaras, no entanto, ganhou contornos pol�ticos nas �ltimas semanas. Para Trump, algumas pessoas usam m�scara para mostrar oposi��o a ele.
Tend�ncia de queda das mortes
Em meio aos temores sobre novos focos de casos, a not�cia mais positiva at� agora nos Estados Unidos � a queda do n�mero di�rio de mortes.
Elas atingiram um pico em maio quando o avan�o da pandemia na regi�o Nordeste estava em seu momento mais intenso, com mais de mil mortes por dia. Na semana passada, giravam em torno de 40 por dia.
No entanto, o n�mero de mortes � uma m�trica atrasada em rela��o ao total de casos e de hospitaliza��es porque as pessoas que morrem por causa de COVID-19 ficam semanas doentes. Isso significa que as consequ�ncias da atual disparada de casos s� ser� percebida nas estat�sticas daqui a algumas semanas.

Se houver uma explos�o de mortes, deve haver press�o sobre alguns governantes para reintroduzir restri��es � circula��o de pessoas, mas Anthony Fauci avalia que isso n�o ser� levado adiante.
“Eu n�o acho que n�o discutiremos se vamos voltar ao confinamento total. Acho que trataremos de como achar melhores formas de controle para aquelas �reas do pa�s que tiveram aumento dos casos.”
Pesquisadores est�o correndo contra o tempo para desenvolverem vacinas eficazes e seguras, mas a popula��o mundial deve ter que conviver com o v�rus no m�nimo at� o pr�ximo ano.
At� agora, os Estados Unidos j� registraram 120 mil mortes, o mais alto n�mero no mundo.
Segundo o modelo matem�tico desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Washington, que � uma das principais balizas usadas pela Casa Branca, o n�mero de mortos deve passar de 200 mil em outubro, v�spera da elei��o presidencial.

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