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Estado de Minas ESTOQUE BAIXO

'Kit intuba��o': m�dicos alertam que escassez de rem�dios essenciais contra covid-19 pode gerar n�mero assustador de �bitos

Medicamentos insubstitu�veis usados para intubar pacientes graves correm o risco de sofrer desabastecimento em todos o pa�s e, na opini]ao de alguns, gerar caos semelhante � falta de oxig�nio; �rg�o que re�ne secretarias municipais de Sa�de diz que estoque em seus hospitais dura 15 dias.


19/03/2021 08:21 - atualizado 19/03/2021 10:52


Médicos intubando paciente de covid-19 nos EUA; procedimento exige medicamentos que relaxem e deixem sedada a musculatura(foto: Reuters)
M�dicos intubando paciente de covid-19 nos EUA; procedimento exige medicamentos que relaxem e deixem sedada a musculatura (foto: Reuters)

M�dicos e entidades da sa�de est�o em alerta para uma potencial crise de desabastecimento de rem�dios cruciais usados no combate contra a covid-19 em todas as regi�es do Brasil - algo que, segundo parte dos especialistas, tem o potencial de ser t�o grave e mortal quanto a escassez de oxig�nio que afetou cidades como Manaus.

Alguns sinais preocupantes come�aram a surgir ainda no in�cio deste ano: farmac�uticos que trabalham em hospitais paulistas passaram a relatar ao Conselho Regional de Farm�cia (CRF-SP) que estoques de alguns medicamentos cruciais no tratamento de pacientes graves com covid-19 estavam ficando em n�vel perigosamente baixo.

Segundo profissionais da �rea, a falta desses medicamentos pode levar a um enorme aumento do n�mero de mortes de pacientes com covid-19 no Brasil.

"Como esses relatos come�aram a aumentar, resolvemos fazer um levantamento", explica � BBC News Brasil Marcelo Polacow, vice-presidente do CRF-SP. Em pesquisa feita em fevereiro com 234 farmac�uticos de hospitais p�blicos e privados de todo o Estado paulista, 77% responderam que havia problemas de desabastecimento de medicamentos - em particular alguns sedativos e neurobloqueadores musculares.

Ambos s�o parte do chamado "kit intuba��o" e essenciais para permitir que pacientes graves com covid-19 sejam intubados e, assim, possam respirar mecanicamente.

A escassez desses medicamentos existe atualmente em todos os Estados, segundo o Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de (Conass).

No �mbito municipal, a avalia��o � de que os estoques atuais s�o suficientes para mais duas semanas.

"N�o temos desabastecimento ainda, mas sim uma baixa no estoque, por conta do aumento de leitos e de pacientes intubados ter aumentado o consumo de kits intuba��o", diz � BBC News Brasil Wilames Freire, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais da Sa�de (Conasems).

"No fim de semana passado foi feita uma distribui��o aos Estados, e a avalia��o � de que os estoques dar�o para 15 dias, em tese - dependendo do andamento da pandemia e dos efeitos dos lockdowns", prossegue.

Rem�dios 'insubstitu�veis'


UTI em São Paulo; pesquisa com farmacêuticos de hospitais paulistas despertou preocupação com o desabastecimento de medicamentos cruciais(foto: Reuters)
UTI em S�o Paulo; pesquisa com farmac�uticos de hospitais paulistas despertou preocupa��o com o desabastecimento de medicamentos cruciais (foto: Reuters)

Como explica Marcelo Polacow, emobra haja mais de um rem�dio sedativo e bloqueador muscular, o uso desses rem�dios � indispens�vel para intubar e manter intubados os pacientes - um procedimento crucial para a vida de quem est� com comprometimento respirat�rio grave por conta da covid-19.

"N�o s�o rem�dios substitu�veis. Para colocar o tubo e oxigenar o organismo, � preciso relaxar as vias a�reas. Sem isso, n�o d� para fazer a intuba��o, nem para manter a intuba��o, e os �ndices de mortalidade (se n�o houver esses medicamentos) pode ser assustador", diz.

Segundo Polacow, o gargalo � que, diante dos n�meros estratosf�ricos da covid-19 no Brasil, a ind�stria n�o tem conseguido suprir a demanda por esses medicamentos.

"A mat�ria-prima � importada, depois embalada ou colocada em ampolas aqui. E as ind�strias est�o tendo dificuldade em importar, assim como est� acontecendo com os IFAs (insumos farmac�uticos ativos) de vacinas. Houve um aumento gigante na demanda nos �ltimos tr�s meses, e a ind�stria n�o est� tendo para entregar."

Freire, do Conasems, diz que a entidade fez uma requisi��o ao Minist�rio da Sa�de para que este pedisse o excedente de medicamentos das ind�strias. Tamb�m pediu a suspens�o nacional das cirurgias eletivas (ou seja, n�o urgentes), que poderiam consumir medicamentos sedativos.

"Muito est� sendo feito, (mas) a gente fica preocupado porque n�o consegue prever o que vai acontecer em um curto espa�o de tempo", diz Freire. "O Minist�rio da Sa�de ter� que regular o uso e importar (medicamentos para intuba��o) o mais r�pido poss�vel, para eles n�o faltarem em um momento cr�tico."

O Minist�rio da Sa�de foi consultado pela BBC News Brasil e, caso responda, este texto ser� atualizado.

Em S�o Paulo, a Secretaria Estadual da Sa�de informou em nota que "com o recrudescimento da pandemia, a pasta intensificou o monitoramento dos estoques de oxig�nio, insumos e medicamentos, incluindo os utilizados em pacientes intubados em unidades hospitalares para atendimento aos casos de covid-19. Os hospitais estaduais est�o abastecidos".

Outro exemplo do cen�rio preocupante vem o Paran�, onde hospitais p�blicos e privados est�o lotados.

Em entrevista ao programa Meio Dia Paran�, a secret�ria municipal de Sa�de de Curitiba, M�rcia Hu�ulak, afirmou nesta semana que a pasta est� "muito preocupada" com o abastecimento de rem�dios para intuba��o.

"Temos ainda um estoque, mas o consumo aumentou absurdamente, principalmente de neurobloqueadores. Os fornecedores est�o dizendo que est�o com dificuldades de atender nossos estoques", declarou.


Escassez de medicamentos para intubação tem sido registrada em todo o país;
Escassez de medicamentos para intuba��o tem sido registrada em todo o pa�s; "n�o vai adiantar ter leitos e m�dicos" se n�o houver rem�dios suficientes, diz especialista (foto: Reuters)

Para a pesquisadora Claudia Garcia Serpa Osorio-de-Castro, da Escola Nacional de Sa�de P�blica da Fiocruz, a atual escassez � "indesculp�vel", uma vez que, em agosto do ano passado, no pico da primeira onda da pandemia, o grande uso de tais medicamentos j� sinalizava a import�ncia em adquiri-los com anteced�ncia.

"Houve uma demora do poder p�blico em agir e uma desmobiliza��o depois da primeira onda, inclusive dos hospitais de campanha, mesmo quando j� se previa uma segunda onda. Existe uma in�rcia muito preocupante", diz ela.

'N�o � mais s� ter leito e m�dico'

Para Marcelo Polacow, o desabastecimento criaria o cen�rio para uma trag�dia no "mesmo n�vel de preocupa��o" da crise da falta de oxig�nio que acometeu Manaus.

Osorio-de-Castro, da Fiocruz, opina que � dif�cil comparar as duas crises, uma vez que a produ��o de oxig�nio � mais concentrada na m�o de poucas empresas, ao contr�rio da fabrica��o de rem�dios, mais pulverizada.

Ao mesmo tempo, ela alerta para o perigo de o poder p�blico acabar sendo levado a comprar esses medicamentos a um pre�o muito mais alto neste momento de crise, por conta da alta demanda.

"Tem de haver um esfor�o conjunto (entre ind�strias, entes privados e p�blicos) para distribuir esses medicamentos com solidariedade, e para quem de fato o precisa. E a gente n�o est� vendo esse esfor�o."

"� uma calamidade com v�rios culpados: a falta de isolamento social, a lentid�o na vacina��o, a aus�ncia de pol�ticas p�blicas", opina, por sua vez, Marcelo Polacow.

Ele explica que a escassez de rem�dios cruciais pode minar o esfor�o em garantir mais leitos hospitalares.

"Hoje n�o (basta) mais s� ter leito e m�dico. Apesar de n�o termos levantado em nossa pesquisa quantos dias duram os estoques dos hospitais (paulistas), alguns relatam que esses estoques v�o durar cinco, dez dias."

O mais importante no momento, diz ele, � seguir � risca o isolamento social e intensificar a press�o pela vacina��o em massa, de forma a tentar reduzir a sobrecarga sobre o sistema de sa�de.

O Conselho Federal de Farm�cia confirmou em nota, nesta quinta-feira (18/3), que "informa��es de farmac�uticos que atuam em hospitais e outros servi�os de sa�de de diversos pontos do pa�s, bem como manifesta��o p�bica dos secret�rios estaduais e municipais da sa�de e da pr�pria ind�stria farmac�utica, evidenciam o desabastecimento de bloqueadores neuromusculares, sedativos e outros medicamentos utilizados em terapia intensiva, como o midazolan, essenciais a uma intuba��o humanizada e segura".

O �rg�o afirmou que "apela pelo uso racional dos medicamentos, para que a pandemia n�o fa�a v�timas tamb�m entre pessoas que sequer contra�ram o coronav�rus, mas t�m outras doen�as t�o graves quanto a covid-19".


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O que � o coronav�rus

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. 

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

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