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Estado de Minas ENTENDA

Por que � praticamente imposs�vel tratar covid com rem�dios

Os v�rus s�o muito mais variados e dif�ceis de acessar do que as bact�rias %u2014 o que torna desafiador o trabalho de cientistas que buscam tratamentos para a doen�a.


04/06/2021 11:12 - atualizado 04/06/2021 12:50

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou recentemente a cria��o de uma for�a-tarefa para "acelerar" o desenvolvimento de novos medicamentos antivirais.

Em entrevista coletiva em Downing Street, sede do governo, Johnson declarou: "A maior parte da opini�o cient�fica neste pa�s est� firmemente convencida de que haver� outra onda de covid em algum momento neste ano."

O premier brit�nico espera ter medicamentos antivirais prontos at� o outono para ajudar a conter uma terceira onda.

Embora existam anti-inflamat�rios que reduzem o risco de morte por covid-19, como a dexametasona e o tocilizumabe, eles s�o administrados apenas em pacientes hospitalizados com a forma grave da doen�a.

Mas Johnson quer medicamentos que possam ser tomados em casa, na forma de comprimido, que impe�am as pessoas de acabar no hospital ou intubadas.

Em geral, leva anos para desenvolver e aprovar novas drogas antivirais porque a trajet�ria da descoberta envolve um processo meticuloso de identifica��o de compostos qu�micos que atacam o v�rus e, em seguida, testes de efic�cia e seguran�a.

Por esse motivo, os cientistas tamb�m est�o analisando reutilizar medicamentos existentes que foram aprovados para o tratamento de outros v�rus ou doen�as.

Diferentemente dos antibi�ticos de amplo espectro, que podem ser usados %u200B%u200Bpara tratar uma vasta variedade de infec��es bacterianas, os rem�dios que atuam contra um tipo de v�rus raramente funcionam no tratamento de outros v�rus.

Por exemplo, o remdesivir, originalmente desenvolvido para o tratamento da hepatite C, foi sugerido em determinado momento como um tratamento para a covid-19, mas os ensaios cl�nicos mostraram que ele tem apenas um efeito limitado contra o novo coronav�rus.

A raz�o de haver poucos antivirais eficazes de amplo espectro � que os v�rus s�o muito mais diversos do que as bact�rias, inclusive na forma como armazenam suas informa��es gen�ticas (alguns na forma de DNA, e outros de RNA).

Diferentemente das bact�rias, os v�rus t�m menos blocos de constru��o de prote�nas que podem ser atacados com drogas.

Para que um medicamento funcione, ele precisa atingir seu alvo. Isso � particularmente dif�cil no caso dos v�rus porque eles se replicam dentro das c�lulas humanas sequestrando nosso maquin�rio celular.

O rem�dio precisa entrar nessas c�lulas infectadas e atuar em processos que s�o essenciais para o funcionamento normal do corpo humano.

N�o surpreende que isso geralmente resulte em danos colaterais �s c�lulas humanas, sentidos como efeitos colaterais.

Atacar os v�rus fora das c�lulas — para impedi-los de ganhar territ�rio, antes que possam se replicar — � poss�vel, mas tamb�m � dif�cil devido � natureza da c�psula do v�rus.

A c�psula � extraordinariamente robusta, resistindo aos efeitos negativos do ambiente a caminho do seu hospedeiro.

Somente quando o v�rus atinge seu alvo � que sua c�psula se decomp�e ou expele seu conte�do, que cont�m sua informa��o gen�tica.

Esse processo pode ser um ponto fraco no ciclo de vida do v�rus, mas as condi��es que controlam a libera��o s�o muito espec�ficas.

Embora as drogas direcionadas � c�psula do v�rus pare�am atraentes, algumas ainda podem ser t�xicas para os humanos.

Apesar dessas dificuldades, foram desenvolvidos medicamentos que tratam v�rus que causam influenza e HIV. Alguns desses medicamentos t�m como alvo os processos de replica��o e a montagem da c�psula viral.

Alvos promissores de coronav�rus tamb�m foram identificados. Mas o desenvolvimento de novos medicamentos leva muito tempo, e os v�rus sofrem muta��es rapidamente.

Portanto, mesmo quando uma droga � desenvolvida, o v�rus em constante evolu��o pode logo desenvolver resist�ncia a ela.

Um outro problema no combate aos v�rus � que v�rios — como HIV, papilomav�rus e herpesv�rus — podem ficar adormecidos. Nesse estado, as c�lulas infectadas n�o produzem nenhum v�rus novo.

A informa��o gen�tica do v�rus � a �nica coisa viral presente nas c�lulas.

Assim, as drogas que interferem na replica��o ou na c�psula do v�rus n�o t�m nada contra o que atuar, e o v�rus sobrevive.

Quando o v�rus adormecido se torna ativo novamente, � prov�vel que os sintomas voltem a ocorrer e, ent�o, � necess�rio um tratamento adicional com medicamento.

Isso aumenta a chance de desenvolver resist�ncia aos medicamentos, uma vez que o v�rus experimenta por mais tempo a sele��o induzida por drogas para variantes resistentes.

Embora ainda estejamos apenas come�ando a entender o ciclo de vida dos coronav�rus, h� sinais de que eles podem perseverar por um longo tempo, principalmente em pacientes com imunidade fraca, resultando em um problema adicional de gera��o de cepas de v�rus mais resistentes.

As pesquisas para entender como o coronav�rus funciona avan�aram bastante em pouco tempo, mas quando se trata de desenvolver medicamentos antivirais, ainda h� muitas perguntas sem resposta.

Com o potencial ressurgimento das infec��es esperado para o fim do ano, a for�a-tarefa em busca de um antiviral tem um trabalho �rduo pela frente.

*Pavol Bardy � pesquisador associado em Virologia Estrutural da Universidade de York, no Reino Unido.

Fred Anston � professor de qu�mica na Universidade de York.

Oliver Bayfield � pesquisador associado de p�s-doutorado em qu�mica na Universidade de York.

Este artigo foi publicado originalmente no site de not�cias acad�micas The Conversation e republicado aqui sob uma licen�a Creative Commons. Leia aqui a vers�o original (em ingl�s).

Leia a vers�o original desta reportagem (em ingl�s) no site BBC Future.

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