
A �micron, nova variante do coronav�rus, agora � dominante na �frica do Sul e est� causando um forte aumento no n�mero de novas infec��es, segundo autoridades de sa�de.
Cerca de 8,5 mil novos casos de covid foram registrados segundo o �ltimo dado referente ao total de infec��es di�rias. Esse valor � quase o dobro dos 4,3 mil casos de confirmados no dia anterior.
H� poucas semanas, em meados de novembro, as infec��es registradas diariamente estavam em uma m�dia de 200 a 300.
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A variante �micron vem chamando a aten��o de especialistas pela quantidade e pela variedade de muta��es gen�ticas. Ainda h� muitas d�vidas, no entanto, sobre a nova variante — como o n�vel de gravidade da infec��o que ela causa e se ela ser� capaz de escapar do efeito das vacinas atualmente em uso.
A OMS classificou a �micron como uma "variante de preocupa��o" e diz que evid�ncias preliminares sugerem que existe um risco elevado de reinfec��o.A variante j� foi detectada em pelo menos 24 pa�ses ao redor do mundo, de acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).
A �frica do Sul foi o primeiro pa�s a detectar a nova variante que sofreu alto grau de muta��o. O Instituto Nacional de Doen�as Transmiss�veis (NICD) da �frica do Sul disse que mais de 70% de todos os genomas de v�rus que sequenciou no m�s passado foram da nova variante.
�ndia, Gana, Ar�bia Saudita e Emirados �rabes Unidos est�o entre os �ltimos pa�ses a confirmarem seus primeiros casos da variante. Outros pa�ses, incluindo Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha, tamb�m j� identificaram pessoas infectadas pela nova variante. No Brasil, pelo menos tr�s casos ligados � nova variante j� foram confirmados.
Inc�gnitas

Nesse contexto, especialistas esperam aumento da taxa de nova infec��es nesta quarta onda da covid na �frica do Sul, e o departamento nacional de sa�de afirma que tamb�m houve um ligeiro aumento nas interna��es hospitalares.
Para o correspondente de sa�de da BBC, Nick Triggle, ainda � dif�cil dizer o que isso tudo significa para o resto do mundo, dado que a �frica do Sul teve uma onda impulsionada por outra variante (beta) que n�o decolou em outros lugares.
O epidemiologista Salim Abdool Karim, da Africa Task Force for Coronavirus (For�a Tarefa da �frica contra o Coronav�rus), diz que, como aconteceu com as variantes beta e delta, o panorama completo na �frica do Sul n�o ficar� claro at� que "as pessoas fiquem t�o doentes que precisem ir ao hospital", o que geralmente ocorre "tr�s, quatro semanas depois".
"Mas o feedback que estamos recebendo � que realmente n�o h� sinais de alerta — n�o estamos vendo nada dramaticamente diferente, o que estamos vendo � o que estamos acostumados", disse ele ao programa Newsday da BBC.
Cientistas e autoridades do mundo todo est�o atentos ao que ocorre no sul da �frica, na busca de entender as caracter�sticas e os poss�veis efeitos da nova variante.
A m�dica sul-africana que primeiro identificou a nova variante �micron do coronav�rus, Angelique Coetzee, disse que os pacientes infectados at� determinado momento mostraram "sintomas extremamente leves" — mas explicou que mais tempo ainda � necess�rio para avaliar o efeito em pessoas vulner�veis.
Especialistas v�m alertando que ainda n�o h� elementos suficientes para determinar se a nova variante tende a gerar infec��es mais ou menos graves.
Na quarta-feira (1°/12), a l�der t�cnica da OMS para a covid-19, Maria Van Kerkhove, destacou que ainda � cedo para entender as propriedade da variante e que a entidade est� avaliando dados enviados diariamente pelos diferentes pa�ses.
Van Kerkhove disse que h� ind�cios de que a variante pode ser mais transmiss�vel, mas que mais estudos s�o necess�rios para se ter certeza disso.
"Esperamos ter mais informa��es sobre a transmiss�o em alguns dias, n�o necessariamente em semanas", disse.
A especialista evitou comentar o n�vel de gravidade da variante, tamb�m por falta de dados.
"Temos visto relatos de casos da �micron que v�o desde uma doen�a leve at� uma doen�a grave. H� alguma indica��o de que alguns dos pacientes est�o apresentando doen�a leve (...) mas, novamente, ainda � cedo."

A maioria das pessoas que foram hospitalizadas na �frica do Sul n�o foram vacinadas contra o coronav�rus, de acordo com o NICD.
N�o h� escassez de vacinas no pa�s, e o presidente da �frica do Sul, Cyril Ramaphosa, pediu que mais pessoas fossem vacinadas, dizendo que essa continua a ser a melhor maneira de combater o v�rus.
Cerca de 24% dos sul-africanos j� foram totalmente vacinados — muito mais do que a m�dia de 6% registrada no continente africano em outubro, mas abaixo da �ltima m�dia europeia de 54%.
Restri��es de viagem
Nos �ltimos dias, pa�ses ao redor do mundo restringiram viagens do sul da �frica � medida que detalhes da dissemina��o surgiram.
Isso levou o Minist�rio das Rela��es Exteriores da �frica do Sul a reclamar que estava sendo punido — em vez de aplaudido — por descobrir a variante.
Ramaphosa se disse "profundamente desapontado" com as proibi��es de viagens, que ele descreveu como injustificadas.
O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, tamb�m alertou que as medidas estavam penalizando o sul da �frica.
O Brasil anunciou na sexta-feira (26/11) o fechamento de voos vindos de seis pa�ses do sul da �frica. E EUA, Canad�, Uni�o Europeia e Reino Unido est�o entre os que anunciaram uma sequ�ncia de restri��es a viagens e voos vindos de locais em que j� h� casos confirmados de infec��o desse novo tipo de coronav�rus.
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