
A pesquisa � uma an�lise r�pida e n�o definitiva, mas refor�a a preocupa��o em torno do alto n�mero de muta��es que essa nova variante possui.
Tampouco est� claro, por enquanto, como essa potencial descoberta afeta a prote��o adquirida por meio de vacinas.
Uma semana depois de a nova variante ganhar o nome de �micron, o mundo ainda est� tentando entender a dimens�o dessa nova amea�a. Mas, agora, um complexo quebra-cabe�a est� come�ando a ser montado.
J� sabemos que a variante passou por v�rias muta��es, e as autoridades na �frica do Sul alertaram que ela est� causando um aumento nos casos no pa�s.
A �ltima pe�a desse quebra-cabe�a � entender qual � a probabilidade de algu�m que j� teve covid-19 de pegar a �micron.
Casos de infec��o pela variante j� foram detectados em mais de 30 pa�ses, incluindo o Brasil.
Cientistas analisaram quase 36 mil suspeitas de reinfec��o na �frica do Sul para procurar mudan�as nas taxas de reinfec��o (quem pega duas vezes ou mais) durante a pandemia.

Os dados mostram que n�o houve aumento no risco de reinfec��o durante as ondas provocadas pelas variantes beta ou delta, apesar de estudos de laborat�rio sugerirem que elas tamb�m tinham o potencial de escapar de alguma imunidade.
Agora, por�m, os cientistas est�o detectando um aumento de reinfec��es no pa�s. Embora n�o tenham sido feitas an�lises de sequenciamento gen�tico em todos os pacientes para provar que eles est�o de fato infectados pela variante �micron, os dados sugerem que a variante � a for�a motriz do aumento de casos, segundo os autores.
O estudo, que n�o foi formalmente revisado por outros cientistas, estima que a �micron pode ter duas ou tr�s vezes mais probabilidade de causar uma reinfec��o do que as variantes anteriores.
"Essas descobertas sugerem que a �micron � parcialmente impulsionada por uma maior capacidade de infectar indiv�duos previamente infectados", diz Juliet Pulliam, professora da Stellenbosch University e uma das pesquisadoras do estudo.
No entanto, essa ainda � apenas uma pe�a do quebra-cabe�a.
H� d�vidas sobre at� que ponto a diminui��o da imunidade � um fator de risco e at� que ponto a variante seria capaz de gerar um aumento exponencial de casos.
Al�m disso, esta foi uma an�lise feita de maneira r�pida. Mais dados ser�o coletados com o tempo. O fato de a �frica do Sul abrigar um alto �ndice de pessoas infectadas pelo HIV - v�rus que prejudica o sistema imunol�gico - tamb�m torna mais dif�cil a interpreta��o dos resultados colhidos no pa�s em rela��o ao resto do mundo.
Estudos de laborat�rio sobre a capacidade dos anticorpos de atacar o v�rus devem ser divulgados na pr�xima semana.
Na �ltima quinta-feira (2/12), um estudo do Instituto Nacional de Doen�as Comunic�veis da �frica do Sul tamb�m apontou que a �micron tem probabilidade maior de causar reinfec��es, em compara��o com as variantes delta e beta, mas esses casos parecem vir acompanhados de sintomas leves.
"Acreditamos que o n�mero de casos vai crescer exponencialmente em todas as prov�ncias (da �frica do Sul)", disse, em entrevista coletiva com a OMS, a cientista Anne von Gottberg, do instituto. "Mas acreditamos que as vacinas ainda v�o proteger contra um quadro mais grave da doen�a."
Na �frica do Sul, apenas 24% das pessoas est�o totalmente vacinadas. Os pesquisadores disseram que suas descobertas podem ter "implica��es importantes" para outros pa�ses com altos n�veis de imunidade natural contra infec��es.
A pesquisadora Juliet Pulliam enfatizou que a equipe "n�o pode fazer qualquer avalia��o sobre se a variante �micron tamb�m evita a imunidade derivada da vacina" porque eles n�o tinham esses dados.
Isso torna mais dif�cil entender o que aconteceria em pa�ses como o Reino Unido e Brasil, que n�o apenas vacinaram muito mais pessoas, como j� est�o aplicando doses de refor�o.
"Este artigo cient�fico mostra que a �micron pode ser capaz de superar a imunidade natural e provavelmente induzida pela vacina em um grau significativo. O grau disso ainda n�o est� claro, embora seja duvidoso que isso represente uma supera��o total", diz Paul Hunter, professor de Medicina da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.
A imensa maioria dos cientistas diz que, embora as vacinas n�o sejam completamente eficazes em impedir a infec��o por covid, a principal fun��o da vacina��o � prevenir o cont�gio por vers�es mais graves da doen�a e diminuir a velocidade com que o coronav�rus se espalha entre as pessoas.
No entanto, a variante �micron ainda pode causar problemas. Se a variante for capaz de causar uma grande onda repentina de novas infec��es, isso poderia afetar novamente o atendimento nos hospitais, que podem ficar lotados.
Ainda � muito cedo para saber se isso vai acontecer de fato, pois os hospitais costumam ser mais pressionados semanas depois do in�cio das infec��es.
A �frica do Sul tem uma popula��o relativamente jovem, o que significa que a onda de covid pode parecer menos grave no pa�s do que em regi�es com a popula��o mais idosa.
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