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Ant�geno ou PCR? Qual teste fazer em caso de suspeita de COVID-19

Cada exame usado para detectar coronav�rus tem Vantagens e desvantagens. Entenda em que situa��es eles s�o indicados e o que fazer a partir dos resultados


06/01/2022 20:43 - atualizado 07/01/2022 09:49

Profissional da saúde coloca swab na boca de um homem
Testes de ant�geno e RT-PCR exigem o swab nasal e oral, que envolve inserir uma haste flex�vel no fundo do nariz e da boca (foto: Getty Images)
O avan�o da variante �micron � um dos principais fatores por tr�s do aumento impressionante no n�mero de novos casos de covid-19 registrados em v�rias partes do mundo.

 

No Brasil, o apag�o de dados do Minist�rio da Sa�de ap�s um ataque hacker no in�cio de dezembro dificulta a notifica��o dos casos e impede an�lises mais aprofundadas sobre o atual cen�rio da crise sanit�ria por aqui.

Por enquanto, os relatos mais confi�veis v�m da linha de frente, onde os profissionais de sa�de j� lidam com o aumento na chegada de pacientes com sintomas de infec��o respirat�ria em hospitais, pronto-socorros e laborat�rios de diagn�stico nos �ltimos dias.

 

Mas o que uma pessoa que est� com sintomas de covid, como febre, tosse, cansa�o, perda de paladar ou olfato, dores e diarreia, pode fazer para saber se est� (ou n�o) com a doen�a? Quais exames s�o indicados?

 

Confira a seguir os testes mais comuns e quais s�o as vantagens e desvantagens de cada um deles.

RT-PCR: alto grau de confian�a, mas resultado costuma demorar

Esse teste � considerado "padr�o ouro" pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).

 

Na pr�tica, isso significa que ele traz os resultados mais confi�veis e define se um indiv�duo est� com covid-19 ou n�o.

 

Feito a partir do swab nasal e oral — em que uma haste flex�vel com algod�o na ponta � esfregada no fundo do nariz e da boca para coletar uma amostra do paciente — esse exame consegue detectar a presen�a do material gen�tico do coronav�rus.

 

Os laborat�rios costumam orientar que a coleta aconte�a entre o terceiro e o s�timo dia ap�s o in�cio dos sintomas.

 

Isso porque o RT-PCR detecta o RNA (material gen�tico do v�rus), e essa janela de tempo � o per�odo da infec��o em que h� mais atividade viral e � mais prov�vel encontrar o causador da covid-19 l� no fundo da garganta.

 

Por�m, em alguns casos, o m�dico pode indicar a realiza��o desse exame j� no primeiro ou at� o d�cimo dia de sintomas.

 

Apesar do alto grau de confiabilidade, essa op��o tamb�m traz algumas desvantagens: ela � mais cara (chega a custar entre 200 e 400 reais na rede privada) e o laudo com o resultado pode demorar mais de um dia para ficar pronto.

 

"Al�m disso, o RT-PCR � um m�todo que exige profissionais muito capacitados e equipamentos de alta complexidade, que n�o est�o facilmente dispon�veis em todos os laborat�rios", acrescenta o m�dico patologista Wilson Shcolnik, presidente do conselho de administra��o da Associa��o Brasileira de Medicina Diagn�stica (Abramed).


Profissional em laboratório
O RT-PCR exige profissionais bem treinados e equipamentos mais complexos (foto: Getty Images)

Ainda na seara dos testes moleculares, alguns laborat�rios e farm�cias tamb�m oferecem o PCR-Lamp. Ele tamb�m investiga a presen�a de RNA viral na saliva, mas seu resultado n�o � considerado t�o preciso quanto o obtido no RT-PCR.

"O Lamp pode ser uma boa alternativa quando o RT-PCR n�o estiver dispon�vel", sugere Shcolnik.

 

Outra op��o, que se tornou mais popular recentemente com a epidemia de gripe H3N2 que atinge v�rias cidades brasileiras, s�o os chamados pain�is virais.

 

Esses exames s�o capazes de analisar e diferenciar se a pessoa est� infectada com o coronav�rus, o influenza (causador da gripe) e o v�rus sincicial respirat�rio (um dos causadores do resfriado), entre outros pat�genos.

Ant�geno: resultados menos certeiros, mas acessibilidade pesa a favor

Tamb�m conhecido como teste r�pido, esse m�todo � considerado "menos sens�vel" pelas ag�ncias de sa�de e pelos especialistas.

 

Em outras palavras, isso significa que os resultados dele s�o um pouco menos confi�veis quando comparados ao RT-PCR.

 

A taxa de falsos negativos — quando o exame diz que a pessoa n�o est� com covid, mas, na verdade, ela tem a doen�a — � um pouco mais alta nos testes de ant�geno.

 

Para diminuir esse grau de incerteza, muitos locais e institui��es recomendam repetir o teste de ant�geno por v�rios dias consecutivos (�s vezes, durante uma semana inteira). Assim, � poss�vel garantir a detec��o do coronav�rus em algum est�gio do processo infeccioso, caso ele realmente esteja no organismo daquele indiv�duo.

 

Entre as suas vantagens, � poss�vel destacar o pre�o mais baixo (varia entre 100 e 200 reais em laborat�rios privados), e a rapidez no resultado — como o pr�prio nome popular desse m�todo j� adianta, � poss�vel saber se o teste � positivo ou negativo em 15 a 30 minutos.

 

"Os testes de ant�geno conseguem entregar o resultado num prazo mais curto, sem a necessidade de centraliza��o das amostras e dos laudos. Eles podem ser bastante �teis numa situa��o de alta demanda", analisa a infectologista Carolina Santos L�zari, do Grupo Fleury.

 

"Esses exames d�o um suporte importante para o diagn�stico precoce e r�pido, capaz de interromper as cadeias de transmiss�o do v�rus na comunidade", complementa a m�dica.

 

Esse exame tamb�m � feito a partir do swab nasal e oral, que coleta o material no fundo da boca e do nariz.


Teste de antígeno
Os testes de ant�geno d�o o resultado em menos de meia hora (foto: Getty Images)

Diferentemente do RT-PCR, que avalia a presen�a do material gen�tico, o ant�geno busca a prote�na N na amostra.

 

L�zari explica que esse "N" vem de nucleocaps�deo, uma das estruturas que comp�em o coronav�rus.

 

Aqui, mais uma vez, h� uma janela ideal para fazer o teste: para uma acur�cia maior no resultado, ele precisa ser realizado ap�s tr�s dias do in�cio dos sintomas.

 

"Esse tempo de espera � desej�vel porque o paciente pode apresentar uma carga viral mais baixa nos primeiros dias, o que reduz a sensibilidade do teste de ant�geno e pode levar a um resultado falso negativo", explica o infectologista Alberto Chebabo, da Dasa, rede de laborat�rios, hospitais e outros servi�os privados de sa�de.

 

"Ou seja: se o indiv�duo faz um teste de ant�geno logo ao sentir os primeiros sintomas e o resultado for negativo, isso n�o exclui totalmente a possibilidade de um diagn�stico de covid posteriormente", esclarece o m�dico, que tamb�m � diretor do Hospital Universit�rio Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Quando fazer esses testes?

Basicamente, existem duas situa��es que pedem a realiza��o de um exame para diagnosticar ou descartar a covid-19.

 

A primeira delas � quando voc� est� com um ou mais dos sintomas t�picos da doen�a, que podem ser conferidos na lista abaixo:

  • Febre
  • Tosse
  • Cansa�o
  • Perda de paladar ou olfato
  • Dor de garganta
  • Dor de cabe�a
  • Dor no corpo
  • Diarreia
  • Irrita��o na pele ou nos olhos

A segunda � quando voc� teve contato pr�ximo com algu�m que est� com suspeita ou j� recebeu o diagn�stico de covid.

 

"Alguns pa�ses tamb�m possuem pol�ticas para distribuir os testes como forma de rastreamento, com o objetivo de identificar os pacientes sem sintomas e isol�-los precocemente, antes que eles transmitam o v�rus adiante", acrescenta Chebabo.

O que fazer antes e depois do exame?

Se voc� apresenta os sintomas t�picos de covid, o ideal � ficar em isolamento, mesmo antes de ter feito o teste, ou caso n�o consiga realizar o exame por falta de disponibilidade.

 

Ao evitar o contato com outras pessoas, voc� diminui o risco de passar o v�rus adiante e criar novas cadeias de transmiss�o entre seus contatos pr�ximos.


Homem sentado no sofá de máscara
Isolamento em caso de suspeita ou confirma��o de covid � essencial para barrar a transmiss�o do v�rus (foto: Getty Images)

Ap�s o exame, as recomenda��es sobre o que fazer v�o depender muito do resultado.

 

Se for negativo (ou seja, voc� n�o est� com covid), � poss�vel retomar as atividades, seguindo os cuidados b�sicos, como usar m�scaras, evitar aglomera��es e tomar a vacina (caso ainda n�o tenha completado o esquema de duas ou tr�s doses).

 

Mas lembre-se que � preciso sempre ponderar esse resultado, especialmente se voc� tiver feito o teste de ant�geno, em que o risco de um falso negativo � mais alto.

 

Esse cuidado deve ser ainda maior se os sintomas sugestivos de infec��es respirat�rias continuarem. Al�m do risco de falso negativo, existe ainda a probabilidade de voc� estar com gripe, outra doen�a que est� em alta em algumas regi�es do Brasil e tamb�m pode ser bem grave.

 

Em alguns casos, pode ser necess�rio repetir o exame alguns dias depois, seguindo a orienta��o de um profissional de sa�de.

 

Agora, se o resultado for positivo mesmo (o que significa que voc� est� com covid), � preciso lan�ar m�o de outras medidas que protegem sua pr�pria sa�de e a de todo mundo ao redor: al�m do isolamento, � importante avisar os contatos pr�ximos, monitorar os sintomas, repousar, caprichar na hidrata��o e buscar um hospital se os inc�modos piorarem.

 

Voc� confere mais detalhes sobre todas as orienta��es b�sicas nessa reportagem publicada pela BBC News Brasil.

E os autotestes?

Em muitos pa�ses da Europa e da Am�rica do Norte, � poss�vel encontrar testes de ant�geno que podem ser feitos em casa, pela pr�pria pessoa que est� com suspeita de covid.

 

Esses kits est�o amplamente dispon�veis em farm�cias e supermercados por um pre�o muito acess�vel (em torno de 5 a 30 reais na Alemanha, por exemplo) e s�o at� distribu�dos gratuitamente para a popula��o.

 

No nosso pa�s, por�m, os autotestes n�o est�o liberados pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria, a Anvisa.

 

Questionada pela BBC News Brasil a respeito dos motivos de esse produto n�o estar dispon�vel por aqui, a Anvisa argumentou que "outros pa�ses que adotaram a abordagem de execu��o de testes in vitro para covid-19 fora do ambiente laboratorial det�m crit�rios sanit�rios direcionados a tais situa��es e estabeleceram pol�ticas p�blicas na perspectiva do combate � dissemina��o do coronav�rus".

 

"A avalia��o dos cen�rios, contexto epidemiol�gico, fatores culturais e mesmo a capacidade de assist�ncia devem ser considerados na implementa��o de medidas que visem a melhoria de resultados", continua a ag�ncia, em nota de esclarecimentos enviada por e-mail para esta reportagem.


Homem entrega caixa de autotestes a outro homem
Em alguns pa�ses, autotestes s�o distribu�dos gratuitamente � popula��o (foto: Getty Images)

O texto ainda lembra que a covid-19 � uma doen�a de notifica��o compuls�ria (obrigat�ria) no Brasil e que a disponibilidade dos autotestes precisaria estar vinculada a "pol�ticas p�blicas com prop�sitos claramente definidos, associado ao atendimento e apoio cl�nico adequados e, conforme o caso, rastreamento de contatos para quebrar a cadeia de transmiss�o".

 

"Portanto, a amplia��o de acesso, inclusive ao p�blico leigo, deve ser estudada com crit�rio quanto aos riscos, benef�cios e poss�veis efeitos", conclui a ag�ncia, que ressalta que a responsabilidade por criar pol�ticas p�blicas de testagem � do Minist�rio da Sa�de.

Disponibilidade de insumos preocupa

Embora o apag�o de dados n�o permita saber o cen�rio atual da pandemia no Brasil, os relatos que chegam dos laborat�rios que oferecem os testes n�o s�o nada animadores.

 

"Depois do ataque hacker que afetou o Minist�rio da Sa�de no final de 2021, muitos dos sistemas de notifica��o de novos casos foram desligados e estamos com a transmiss�o de informa��es interrompidas desde 10 de dezembro", informa Shcolnik, da Abramed.

 

"Estamos com centenas de milhares de resultados de exames dessas �ltimas semanas que est�o aguardando para serem inclu�dos nessas bases de dados", complementa.

 

O especialista tamb�m se mostra preocupado com a disponibilidade dos insumos necess�rios para a realiza��o dos testes — de acordo com depoimentos publicados em redes sociais, muitos laborat�rios e farm�cias est�o com demanda alt�ssima de clientes � procura dos testes e alguns desses estabelecimentos n�o possuem mais vagas para agendar a coleta e a an�lise das amostras.

 

"No cen�rio internacional, j� � poss�vel notar uma disputa pelos insumos e reagentes que possibilitam a realiza��o dos exames, a exemplo do que vimos no come�o da pandemia", relata.

 

"Eu acredito que os maiores grupos brasileiros desse setor ainda possuem um estoque que talvez seja suficiente para os pr�ximos dois meses. Para depois desse prazo, a escassez j� � algo que pode virar um problema", vislumbra Shcolnik.

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