Publica��es compartilhadas centenas de vezes nas redes sociais desde o �ltimo dia 14 de junho afirmam que as rea��es adversas �s vacinas contra o novo coronav�rus no Brasil somam 4.900 notifica��es � Anvisa, com 29% deste total sendo de rea��es graves.
O conte�do, no entanto, � enganoso, j� que os sintomas relatados e reunidos pela Anvisa n�o foram comprovadamente causados pelas vacinas, como explica a pr�pria ag�ncia reguladora.“Rea��es adversas de vacinas somam 4.900 notifica��es e 399 mortes suspeitas. As notifica��es graves foram 29% de acordo com o painel de acompanhamento da Anvisa”, diz a manchete que foi compartilhada centenas de vezes no Twitter (1, 2, 3), Facebook (1, 2, 3) e Instagram (1, 2, 3).
Os dados foram checados no �ltimo dia 16 de junho e batem com os n�meros que haviam sido registrados no Painel de Notifica��es de Farmacovigil�ncia da Ag�ncia at� o dia 06 de junho de 2021. At� o �ltimo 18 de junho, as notifica��es de rea��es adversas somaram 5.698.
Entretanto, a pr�pria Anvisa deixa claro que tais notifica��es s�o apenas suspeitas de eventos adversos e que n�o � poss�vel ter certeza de que estejam relacionados ou que tenham sido causados pelo medicamento ou vacina em quest�o.

A ag�ncia ressalta que os dados reunidos no painel n�o necessariamente apresentam rela��o de causalidade estabelecida entre os medicamentos e vacinas analisados e os sintomas relatados.
“Deve-se considerar a possibilidade de que os eventos adversos tenham ocorrido devido a outros fatores como, por exemplo, a pr�pria doen�a de base para a qual o medicamento est� sendo usado, doen�as subjacentes, intera��o entre dois ou mais medicamentos que o paciente esteja utilizando, etc”, diz o site.
Procurada pela AFP, a Anvisa acrescentou que estudos de farmacovigil�ncia mostram que as vacinas s�o seguras e mant�m rela��o risco-benef�cio favor�vel: “A maioria das rea��es notificadas at� o momento s�o rea��es leves e moderadas que envolvem dor no corpo, dor de cabe�a, dor no local da aplica��o e febre. Tamb�m ocorrem leves fadigas, diarr�ias e mal estar em menor n�mero. Nem todo mundo apresenta estas rea��es, que acontecem em geral no primeiro e segundo dia ap�s a primeira dose”.
Ainda em resposta enviada � AFP no dia 16 de junho, a Anvisa destacou que as vacinas autorizadas est�o em constante monitoramento, e que notifica��es de eventos adversos s�o importantes para compor a an�lise da rela��o benef�cio-risco dos medicamentos e imunizantes aprovados.
“De forma geral, a notifica��o de eventos adversos deve ser feita t�o logo seja poss�vel. N�o � necess�rio ter certeza da associa��o entre o evento adverso e o uso do medicamento. A simples suspeita da associa��o � suficiente para se realizar uma notifica��o”.
As notifica��es contidas na plataforma da ag�ncia t�m como base os dados do sistema VigiMed, por meio do qual cidad�os e profissionais de sa�de podem relatar eventos adversos a medicamentos e vacinas.
Apesar de terem recebido o aval da Anvisa e de especialistas, a seguran�a e a efic�cia das vacinas contra a covid-19 t�m sido debatidas nas redes sociais e j� foram, inclusive, questionadas pelo presidente Jair Bolsonaro em mais de uma ocasi�o. O presidente j� afirmou, por exemplo, que n�o iria se vacinar por j� ter contra�do anteriormente a covid-19, contrariando o que dizem m�dicos e cientistas. Confira aqui a checagem completa a respeito da declara��o.
Notifica��es vs. Doses Aplicadas
No Brasil, j� foram aplicadas mais de 81,5 milh�es de doses das vacinas contra a covid-19 at� 16 de junho, segundo o site do Minist�rio da Sa�de. De acordo com os n�meros do cons�rcio de ve�culos da imprensa, mais de 58 milh�es de pessoas haviam tomado ao menos uma dose da vacina at� o mesmo dia.
Isso significa que o total de notifica��es de suspeitas de rea��es adversas de todas as vacinas contra a covid-19 reportadas � Anvisa (4.900) s�o equivalentes a 0,0084% do total de pessoas que receberam pelo menos uma dose.
At� o dia 18 de junho, o Brasil registrou mais de 496.000 mortes causadas pela covid-19, segundo o Minist�rio da Sa�de.
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