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Estado de Minas CHECAMOS

Imagem de ato contra Michel Temer em 2016 circula atribu�da � manifesta��o contra Bolsonaro em 2021

Protesto da foto aconteceu em Belo Horizonte e pedia a sa�da do presidente Michel Temer


20/06/2021 17:20 - atualizado 19/07/2021 09:54

A fotografia de uma multid�o em uma rua durante um protesto foi compartilhada mais de 1,5 mil vezes nas redes sociais em menos de 24 horas com a afirma��o de que o registro foi feito durante um ato realizado contra o presidente Jair Bolsonaro e a sua gest�o da pandemia de covid-19 no �ltimo dia 19 de junho.

Mas isso � falso. A imagem data de setembro de 2016, quando milhares de pessoas foram �s ruas pedindo a sa�da do ent�o chefe de Estado Michel Temer.
“Belo Horizonte, Minas Gerais, gigante de novo! #ForaBolsonaro19J #ForaBolsonaro #19JPovoNaRua #ForaBolsonaro19J”, diz uma das legendas vistas nas publica��es, que circularam no Facebook (1, 2) e no Twitter (1, 2, 3), sendo compartilhadas, inclusive, por pol�ticos.

No �ltimo s�bado, 19 de junho, dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de v�rias capitais brasileiras para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro por sua gest�o da pandemia. Nesse mesmo dia o Brasil registrou a marca de 500 mil �bitos em decorr�ncia da doen�a causada pelo novo coronav�rus.

As palavras de ordem ouvidas nos diversos atos demandavam que o presidente sa�sse do governo e o chamavam de “genocida”: “Fora Bolsonaro!”, “Fora genocida!”, “Governo da fome e do desemprego”, “Vacina j�!” e “Vacina no bra�o e comida no prato”.

Mas uma das imagens viralizada nas redes n�o mostra, contudo, o protesto do �ltimo dia 19 de junho.

Uma busca reversa pela fotografia mostrou que ela foi publicada em 7 de setembro de 2016 em um blog acompanhada do t�tulo: “7 de setembro foi um FORA TEMER”. Na legenda, indica-se que a foto foi feita em Belo Horizonte pela M�dia Ninja.

Uma segunda pesquisa, dessa vez na p�gina desse coletivo de comunica��o no Facebook, mostrou que a foto realmente foi publicada em 7 de setembro de 2016 com os dizeres “Belo Horizonte nas ruas � #ForaTemer!” e o cr�dito para Maxwell Vilela.

Ao selecionar especificamente a imagem da rua onde se v� um pr�dio verde do lado direito pode-se constatar que se trata do mesmo registro viralizado em 2021.

Usando a funcionalidade “lupa” da ferramenta de an�lise de imagens InVid-WeVerify* � poss�vel ver que um dos presentes no ato segura um cartaz escrito “Fora Temer”. Na data, Jair Bolsonaro ainda atuava como deputado federal e n�o falava em uma candidatura � Presid�ncia da Rep�blica, o que ocorreu alguns meses depois.

Captura de tela feita em 20 de junho de 2021 de uma publicação no Twitter
Captura de tela feita em 20 de junho de 2021 de uma publica��o no Twitter

Em 7 de setembro de 2016, o Brasil celebrava o dia de sua Independ�ncia e a abertura dos Jogos Paral�mpicos ap�s o impeachment de Dilma Rousseff. Diversas cidades registraram protestos contra o ent�o presidente e, em Belo Horizonte, os movimentos que convocaram o ato informaram da ades�o de aproximadamente 30 mil pessoas.

*Uma vez instalada a extens�o InVid-WeVerify no navegador Chrome, clica-se com o bot�o direito sobre a imagem e o menu que aparece oferece a possibilidade de pesquisa da mesma em v�rios buscadores.

O que � uma CPI?

As comiss�es parlamentares de inqu�rito (CPIs) s�o instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relev�ncia ligado � vida econ�mica, social ou legal do pa�s, de um estado ou de um munic�pio. Embora tenham poderes de Justi�a e uma s�rie de prerrogativas, comit�s do tipo n�o podem estabelecer condena��es a pessoas.

Para ser instalado no Senado Federal, uma CPI precisa do aval de, ao menos, 27 senadores; um ter�o dos 81 parlamentares. Na C�mara dos Deputados, tamb�m � preciso aval de ao menos uma terceira parte dos componentes (171 deputados).

H� a possibilidade de criar comiss�es parlamentares mistas de inqu�rito (CPMIs), compostas por senadores e deputados. Nesses casos, � preciso obter assinaturas de um ter�o dos integrantes das duas casas legislativas que comp�em o Congresso Nacional.

O que a CPI da COVID investiga?


O presidente do colegiado � Omar Aziz (PSD-AM). O alagoano Renan Calheiros (MDB) � o relator. O prazo inicial de trabalho s�o 90 dias, podendo esse per�odo ser prorrogado por mais 90 dias.



Saiba como funciona uma CPI

Ap�s a coleta de assinaturas, o pedido de CPI � apresentado ao presidente da respectiva casa Legislativa. O grupo � oficialmente criado ap�s a leitura em sess�o plen�ria do requerimento que justifica a abertura de inqu�rito. Os integrantes da comiss�o s�o definidos levando em considera��o a proporcionalidade partid�ria — as legendas ou blocos parlamentares com mais representantes arrebatam mais assentos. As lideran�as de cada agremia��o s�o respons�veis por indicar os componentes.

Na primeira reuni�o do colegiado, os componentes elegem presidente e vice. Cabe ao presidente a tarefa de escolher o relator da CPI. O ocupante do posto � respons�vel por conduzir as investiga��es e apresentar o cronograma de trabalho. Ele precisa escrever o relat�rio final do inqu�rito, contendo as conclus�es obtidas ao longo dos trabalhos. 

Em determinados casos, o texto pode ter recomenda��es para evitar que as ilicitudes apuradas n�o voltem a ocorrer, como projetos de lei. O documento deve ser encaminhado a �rg�os como o Minist�rio P�blico e a Advocacia-Geral da Uni�o (AGE), na esfera federal.

Conforme as investiga��es avan�am, o relator come�a a aprimorar a linha de investiga��o a ser seguida. No Congresso, sub-relatores podem ser designados para agilizar o processo.

As CPIs precisam terminar em prazo pr�-fixado, embora possam ser prorrogadas por mais um per�odo, se houver aval de parte dos parlamentares

O que a CPI pode fazer?

  • chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
  • convocar suspeitos para prestar depoimentos (h� direito ao sil�ncio)
  • executar pris�es em caso de flagrante
  • solicitar documentos e informa��es a �rg�os ligados � administra��o p�blica
  • convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secret�rios, no caso de CPIs estaduais — para depor
  • ir a qualquer ponto do pa�s — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audi�ncias e dilig�ncias
  • quebrar sigilos fiscais, banc�rios e de dados se houver fundamenta��o
  • solicitar a colabora��o de servidores de outros poderes
  • elaborar relat�rio final contendo conclus�es obtidas pela investiga��o e recomenda��es para evitar novas ocorr�ncias como a apurada
  • pedir buscas e apreens�es (exceto a domic�lios)
  • solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados

O que a CPI n�o pode fazer?

Embora tenham poderes de Justi�a, as CPIs n�o podem:

  • julgar ou punir investigados
  • autorizar grampos telef�nicos
  • solicitar pris�es preventivas ou outras medidas cautelares
  • declarar a indisponibilidade de bens
  • autorizar buscas e apreens�es em domic�lios
  • impedir que advogados de depoentes compare�am �s oitivas e acessem
  • documentos relativos � CPI
  • determinar a apreens�o de passaportes

A hist�ria das CPIs no Brasil

A primeira Constitui��o Federal a prever a possibilidade de CPI foi editada em 1934, mas dava tal prerrogativa apenas � C�mara dos Deputados. Treze anos depois, o Senado tamb�m passou a poder instaurar investiga��es. Em 1967, as CPMIs passaram a ser previstas.

Segundo a C�mara dos Deputados, a primeira CPI instalada pelo Legislativo federal brasileiro come�ou a funcionar em 1935, para investigar as condi��es de vida dos trabalhadores do campo e das cidades. No Senado, comit� similar foi criado em 1952, quando a preocupa��o era a situa��o da ind�stria de com�rcio e cimento.

As CPIs ganharam estofo e passaram a ser recorrentes a partir de 1988, quando nova Constitui��o foi redigida. O texto m�ximo da na��o passou a atribuir poderes de Justi�a a grupos investigativos formados por parlamentares.

CPIs famosas no Brasil

1975: CPI do Mobral (Senado) - investigar a atua��o do sistema de alfabetiza��o adotado pelo governo militar

1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor

1993: CPI dos An�es do Or�amento (C�mara) - apurou desvios do Or�amento da Uni�o

2000: CPIs do Futebol - (Senado e C�mara, separadamente) - rela��es entre CBF, clubes e patrocinadores

2001: CPI do Pre�o do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formula��o dos valores

2005: CPMI dos Correios - investigar den�ncias de corrup��o na empresa estatal

2005: CPMI do Mensal�o - apurar poss�veis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo

2006: CPI dos Bingos (C�mara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro

2006: CPI dos Sanguessugas (C�mara) - apurou poss�vel desvio de verbas destinadas � Sa�de

2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar poss�vel corrup��o na estatal de petr�leo

2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comit� organizador da Copa do Mundo de 2014

2019: CPMI das Fake News - dissemina��o de not�cias falsas na disputa eleitoral de 2018

2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o


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