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Estado de Minas CHECAMOS

A baixa de �bitos por covid no Brasil, Uruguai e Argentina se deve � vacina��o, dizem especialistas

A imunidade coletiva � atingida quando uma parcela da popula��o est� imune � doen�a, de modo que restam poucas possibilidades de o v�rus ser transmitido


12/07/2021 23:26 - atualizado 12/07/2021 23:26


 

Captura de tela feita em 8 de julho de 2021 de uma publicação no Twitter
Captura de tela feita em 8 de julho de 2021 de uma publica��o no Twitter
Publica��es que afirmam que a diminui��o do n�mero de mortes por covid-19 no Brasil, na Argentina e no Uruguai teria rela��o com o “ciclo natural” do v�rus e n�o com a vacina��o, foram compartilhadas mais de 800 vezes nas redes sociais desde 7 de julho de 2021. Dados e especialistas consultados pela AFP, por�m, indicam que a vacina��o � uma das principais respons�veis pela diminui��o de �bitos desde junho. No mesmo sentido, cientistas explicaram que somente a imunidade coletiva gerada pela infec��o natural do coronav�rus n�o � capaz de controlar a pandemia.


“Ent�o as mortes finalmente ca�ram no Brasil, com a pandemia arrefecendo? E isso de forma parecida no Uruguai, ou seja, sem muita liga��o com a taxa de vacina��o? O v�rus segue um ciclo natural? E � por isso que a oposi��o s� fala agora de ‘corrup��o’, mesmo sem sa�da de recursos?”, diz uma das publica��es no Twitter, compartilhada tamb�m no Facebook.

“Ciclo natural” do v�rus?

 

A imunidade coletiva ou de rebanho � atingida quando uma parcela da popula��o est� imune � doen�a, de modo que restam poucas possibilidades de o v�rus circular e ser transmitido. Logo depois de um paciente se recuperar da doen�a causada pelo v�rus SARS-CoV-2, ele pode adquirir uma imunidade natural, por conta dos anticorpos produzidos durante o per�odo de infec��o.

No entanto, uma contamina��o generalizada da popula��o para conseguir a imunidade de rebanho n�o � reconhecida como uma estrat�gia eficaz de combate � pandemia de covid-19, segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).

De acordo com a entidade, a imunidade coletiva deve ser alcan�ada “pela vacina��o, e n�o por permitir que a doen�a se espalhe entre qualquer segmento da popula��o, uma vez que isso resultaria em casos e mortes desnecess�rios”.

Tedros Adhanom, diretor da OMS, afirmou em uma coletiva de imprensa em outubro de 2020 que “nunca na hist�ria da sa�de p�blica a imunidade coletiva [por infec��o natural] foi usada como estrat�gia para responder a um surto, muito menos a uma pandemia. � cient�fico e eticamente problem�tico”.


A professora Akiko Iwasaki, especialista em imunidade da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, disse � AFP em outubro que “as reinfec��es mostram que n�o podemos confiar na imunidade adquirida mediante a infec��o natural para alcan�ar a imunidade coletiva”.

Por essa raz�o “a imunidade coletiva deve ser baseada em vacinas seguras e eficazes”, concluiu. Esse tema tamb�m foi verificado em dezembro de 2020 (1, 2) pela equipe de checagem da AFP.

Al�m disso, a doutora em imunologia Mar�a Moreno, do Departamento de Desenvolvimento Biotecnol�gico da Universidade da Rep�blica do Uruguai, afirmou � AFP em abril de 2021 que, para alcan�ar a imunidade coletiva de maneira natural, “70 ou 80% de n�s dever�amos contrair o coronav�rus de forma assintom�tica ou sintom�tica”.

Ela tamb�m esclareceu que os n�meros da soropreval�ncia, ou seja, o percentual de pessoas com imunidade, pode variar muito entre os pa�ses.

Os dados do Brasil


As publica��es que circulam nas redes sociais usam como refer�ncia um gr�fico do projeto Our World in Data, da Universidade de Oxford, que indica o n�mero de mortes por milh�o de habitantes, de acordo com a m�dia m�vel dos �ltimos sete dias, no per�odo de 2 de mar�o de 2020 a 6 de julho de 2021.

De acordo com os dados do projeto, o Brasil atingiu um pico de mortes em 12 abril, com mais de 3 mil �bitos. Desde ent�o, o n�mero esteve em queda, mas houve um novo aumento em junho, quando atingiu, no dia 19, a marca de 2.075 mortes. Em 11 de julho, o n�mero era de 1.295 e seguia em queda.

A tend�ncia de queda, segundo divulgou a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) em seu Boletim Observat�rio Covid-19 de 30 de junho de 2021, pode ser atribu�da � vacina��o.

“A diferencia��o entre as tend�ncias de incid�ncia de casos novos e da mortalidade pode ser reflexo da campanha de vacina��o, que atualmente atinge uma grande parcela da popula��o idosa e grupos de maior risco ou mais expostos, como portadores de doen�as cr�nicas e profissionais de sa�de, transporte e seguran�a”, assinalou a institui��o.

Ainda segundo o boletim, “foi verificada uma pequena redu��o da taxa de letalidade, dada pela propor��o de casos que resultaram em �bitos por Covid-19, que apresenta valor atual de 2,4 %”. Em 25 de junho, essa taxa correspondia a 2,8%.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em uma coletiva de imprensa, na sede da OMS em Genebra, em 11 de março de 2020 ( AFP / Fabrice COFFRINI)
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em uma coletiva de imprensa, na sede da OMS em Genebra, em 11 de mar�o de 2020 ( AFP / Fabrice COFFRINI)

Para Mellanie Fontes-Dutra, neurocientista, biom�dica e coordenadora da Rede An�lise Covid-19, “� bastante claro que a vacina��o tem impactado, principalmente no Brasil. De junho a abril, a taxa de mortalidade em idosos caiu, justamente o grupo que foi priorit�rio na vacina��o. Atingimos j� uma boa porcentagem dessa faixa et�ria imunizada”. A rede � formada por pesquisadores volunt�rios que coletam dados sobre a pandemia do novo coronav�rus.

Segundo os n�meros do Our World in Data, at� 11 de julho, 40,83% da popula��o brasileira j� havia tomado uma dose da vacina contra a covid-19, e 14,37% estava completamente vacinada. Segundo os dados do Minist�rio da Sa�de, 39,37% da popula��o havia tomado a primeira dose at� 12 de julho e 14,35% estava completamente imunizada, considerando uma popula��o brasileira de cerca de 213 milh�es de habitantes.

Imuniza��o acelerada


O n�mero de mortes no Uruguai tamb�m come�ou a diminuir quando uma maior parcela da popula��o foi vacinada.

O pa�s se manteve por v�rias semanas de abril e maio no topo do ranking de �bitos, com o maior n�mero de mortes di�rias em rela��o � sua popula��o, atingindo o recorde de 79 �bitos por 100 mil habitantes em 15 de abril.

Isaac Schrarstzhaupt, cientista de dados e coordenador da Rede An�lise Covid-19, explicou ao AFP Checamos por que o Uruguai enfrentou na �poca uma alta no n�mero de �bitos, apesar de ter uma campanha de vacina��o em andamento desde o dia 1 de mar�o: “A mobilidade no Uruguai aumentou bastante de janeiro de 2021 em diante. E o aumento de mobilidade significa mais pessoas ativas em poss�vel contato com pessoas suscet�veis. (...) A�, enquanto o Uruguai aumentava a vacina��o, colhia os �bitos do per�odo anterior”.

“Como primeiro efeito da vacina��o, observou-se uma queda dr�stica na admiss�o de pessoas totalmente vacinadas nas UTIs. E isso agora est� se refletindo em uma queda no n�mero de mortes”, acrescentou Mar�a Moreno ao AFP Checamos.

A demora para ser observado o impacto da vacina��o no n�mero de mortes ocorre, segundo Moreno, porque a imunidade completa contra o v�rus � adquirida em at� duas semanas ap�s tomar a segunda dose da vacina. “No Uruguai os grupos de maior risco (maiores de 80 anos) come�aram a se vacinar no final de mar�o, portanto, o impacto sobre essa popula��o que ingressa na UTI s� p�de ser observado a partir de meados de maio”.



A doutora em imunologia tamb�m explicou que o grupo com idade entre 70 e 80 anos come�ou a ser imunizado em meados de abril, ent�o somente em meados de junho estava completamente imunizado. “Portanto, embora estejamos experimentando uma queda de interna��es em UTI desde meados de junho, s� agora estamos vendo uma queda significativa nas mortes”, afirmou.

As mortes em decorr�ncia do novo coronav�rus, de acordo com a m�dia m�vel dos �ltimos sete dias, passaram de 60,29 no dia 9 de junho de 2021 para 18 em 11 de julho.

“Esses efeitos presentes t�m influ�ncia da vacina��o. Especialmente no caso do Uruguai, que j� est� em um n�vel mais avan�ado do que a Argentina e o pr�prio Brasil”, disse Fontes-Dutra ao AFP Checamos.

Segundo os n�meros do Our World in Data, at� 11 de julho, 67,79% da popula��o uruguaia j� havia tomado uma dose da vacina contra a covid-19 e 55,25% estava completamente vacinada. De acordo com o Minist�rio da Sa�de do Uruguai, at� 12 de julho 66,95% da popula��o havia tomado uma e 54,65% havia tomado as duas doses.

Desde o in�cio da pandemia, o governo uruguaio n�o implementou medidas de isolamento social da popula��o. E “h� alguns meses vem possibilitando atividades, apesar da situa��o epidemiol�gica. Por esse motivo, a queda de casos n�o pode ser explicada de outra forma que n�o seja a vacina��o. E as poucas admiss�es em UTI de pessoas totalmente imunizadas � a evid�ncia”, afirmou Mar�a Moreno.

Novas restri��es


Na Argentina, tem se aplicado medidas restritivas al�m da campanha de vacina��o, iniciada em 29 de dezembro de 2020.

Por conta da segunda onda da pandemia enfrentada pelo pa�s, o presidente, Alberto Fern�ndez, anunciou restri��es em 14 de abril para a capital Buenos Aires e regi�o metropolitana. Em maio de 2021, a Argentina registrou recordes de registros de covid-19, atingindo mais de 41 mil casos no dia 27 do mesmo m�s.

Em 9 junho de 2021, com cerca de 29 mil novos casos, a ministra da Sa�de do pa�s, Carla Vizzotti, afirmou que a diminui��o naquele m�s se explicoupelas medidas que foram tomadas. "Mas estamos em um patamar ainda muito elevado e, � medida que se aproxima o inverno, estamos preocupados com a situa��o”, completou. Por conta dos resultados obtidos, a capital diminuiu as restri��es no dia 14 de junho.

Desde o dia 11 de junho, quando a Argentina atingiu a marca de 602 mortes di�rias, o pa�s tem assistido a uma queda na taxa de �bitos por covid-19. Em 11 de julho, o n�mero foi de 411, com base na m�dia m�vel dos �ltimos sete dias:


Al�m das medidas sanit�rias, o pa�s tem avan�ado na vacina��o, embora o ritmo ainda esteja lento. At� o dia 11 de julho, a Argentina registrava 43,35% da popula��o vacinada com uma dose e 11,11% com a segunda dose. De acordo com os dados do Minist�rio da Sa�de do pa�s, 43,27% haviam tomado uma dose e 11% estava completamente imunizada, considerando uma popula��o de cerca de 45 milh�es.

 

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