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Estado de Minas CHECAMOS

Benef�cios de vacinas contra a covid-19 superam riscos, e a doen�a oferece, sim, perigos a crian�as

Riscos s�o menores do que em adultos, conforme autoridades mundiais de sa�de, e vantagens na aplica��o do imunizante s�o enumerados por entidades importantes


17/12/2021 23:47 - atualizado 20/12/2021 07:42

Uma publica��o que questiona “a real necessidade de expor crian�as aos riscos de imunizantes” contra a covid-19 com a afirma��o de que a doen�a n�o as impacta circula desde 16 de dezembro de 2021 com mais de 7.000 intera��es.

No entanto, isso � enganoso. A covid-19 oferece, sim, perigos a crian�as, embora sejam menores do que em adultos, de acordo com institui��es como a Organiza��o Mundial de Sa�de, os Centros para o Controle e Preven��o de Doen�as (CDC) dos Estados Unidos e a Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins. Al�m disso, elas destacam os benef�cios da aplica��o dos imunizantes.

“A imprensa s� afirma que a Anvisa pode autorizar a vacina��o de crian�as hoje e n�o h� doses, ou seja, o interesse � que o Estado COMPRE! Nenhum independente discute a real necessidade de expor crian�as aos riscos de imunizantes, que previnem doen�a que n�o as impacta”, diz uma publica��o no Twitter.

Na sequ�ncia, a usu�ria acrescenta: “Mesmo os adolescentes... ningu�m destaca a aus�ncia de mortes por COVID na Funda��o Casa, apesar da exist�ncia de casos. Certas not�cias simplesmente n�o interessam, por fazerem refletir sobre as grandes certezas!”.

Conte�do semelhante tamb�m foi compartilhado no Facebook (1, 2, 3).
Captura de tela feita em 16 de dezembro de 2021 de publicações no Twitter
Captura de tela feita em 16 de dezembro de 2021 de publica��es no Twitter ( . / )

A publica��o come�ou a circular algumas horas antes de a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) autorizar a aplica��o da vacina da Pfizer contra a covid-19 em crian�as a partir de 5 anos. Naquele momento, especialistas destacaram que os benef�cios da vacina��o superam os riscos da doen�a que, sim, pode impactar as crian�as.

Luiz Vicente Ribeiro, membro especialista da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), afirmou durante a transmiss�o do comunicado p�blico da Anvisa:

“As repercuss�es [da doen�a] para crian�as nas faixas mais jovens s�o menores do que para adultos, s�o muito mais raros os casos graves. No entanto, apenas em 2021, o Minist�rio da Sa�de reporta cerca de 1.400 �bitos de crian�as abaixo de 18 anos, e n�s sabemos dos riscos associados da s�ndrome inflamat�ria multissist�mica em crian�as, que representa um problema de sa�de bastante relevante, que acarretou um n�mero consider�vel de �bitos em nosso pa�s.”

A afirma��o viralizada de que n�o est�o ocorrendo mortes de adolescentes por covid-19 na Funda��o Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), localizada no estado de S�o Paulo, � verdadeira. O dado foi verificado pelo AFP Checamos nos relat�rios da institui��o dispon�veis at� 16 de dezembro de 2021.

Impactos da covid-19 em crian�as

Autoridades sanit�rias internacionais e especialistas informam que crian�as costumam desenvolver quadros mais leves da covid-19 do que adultos. No entanto, pontuam que existem, sim, riscos.

A Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) constatou em um comunicado de 24 de novembro de 2021 que, “no geral, h� proporcionalmente menos infec��es sintom�ticas e casos com doen�a grave e mortes por covid-19 em crian�as e adolescentes, em compara��o com grupos de idade mais avan�ada”.

No documento, a organiza��o citou dados coletados de 30 de dezembro de 2019 a 25 de outubro de 2021, como os de que crian�as entre 5 e 14 anos “s�o respons�veis por 7%” dos casos globais relatados e 0,1% das mortes registradas. E destacou, ainda, que os �bitos nos grupos de idades inferiores a 25 anos representaram menos de 0,5% das mortes globais.

Apesar do risco baixo, a institui��o afirmou que crian�as e adolescentes podem apresentar sintomas prolongados e at� mesmo sequelas agudas ap�s a infec��o, e que tais condi��es ainda est�o sob investiga��o. Uma delas seria a s�ndrome inflamat�ria multissist�mica em crian�as (SIM-C) que, “embora rara, teve sua ocorr�ncia relatada em todo o mundo e complica a recupera��o da covid-19”.

A Sociedade Argentina de Pediatria em comunicado publicado no �ltimo 8 de novembro tamb�m destacou que, “embora seja pouco frequente, essa doen�a pode manifestar-se em meninas, meninos e adolescentes como sintomas respirat�rios moderados ou graves, bem como numa nova entidade denominada SIM-C” e que a doen�a pode deixar sequelas em at� 15% das crian�as e adolescentes infectados pelo SARS-CoV-2.

Na mesma linha, os Centros para o Controle e Preven��o de Doen�as (CDC) dos Estados Unidos informam que, observada a incid�ncia de casos nesse pa�s, “� poss�vel que crian�as desenvolvam quadros menos severos de covid-19 do que adultos”. No entanto, indicam que nessa faixa et�ria quadros graves podem se apresentar com os mesmos sintomas que nos adultos, como “insufici�ncia respirat�ria, miocardite, choque, insufici�ncia renal aguda, coagulopatia e insufici�ncia de m�ltiplos �rg�os”.

Quanto ao risco de problemas card�acos, Jorge Afiune, presidente do Departamento Cient�fico de Cardiologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, afirmou ao Checamos em 6 de dezembro de 2021 que a miocardite causada pela covid-19 � ainda “mais grave” do que a miocardite “cl�ssica”, que j� � uma forma grave da doen�a.
Profissional de saúde faz testes de covid-19 em crianças em um acampamento guarani em Maricá, no Rio de Janeiro, em 2 de julho de 2020
Profissional de sa�de faz testes de covid-19 em crian�as em um acampamento guarani em Maric�, no Rio de Janeiro, em 2 de julho de 2020 ( AFP / Mauro Pimentel)

Recomenda��o

As sociedades brasileiras de Cardiologia e de Pediatria incentivam a vacina��o em seus sites (1, 2, 3).

Afiune ressaltou na mesma oportunidade que %u23BC balanceando os riscos e benef�cios da imuniza��o contra a covid-19 %u23BC “a Sociedade Brasileira de Pediatria” n�o tem d�vida “em recomendar a vacina��o para adolescentes e crian�as”.

A Anvisa garantiu em 16 de setembro de 2021 que as vacinas utilizadas no Brasil s�o monitoradas por meio de notifica��es de suspeitas de eventos adversos e que “at� o momento (...) os benef�cios da vacina��o excedem significativamente os seus potenciais riscos”. Dentre eles, a ag�ncia cita “eventos cardiovasculares”, como casos leves de miocardite e pericardite, os quais classifica como “muito raros”.

A OMS destaca que os benef�cios em vacinar crian�as e adolescentes “v�o al�m dos benef�cios diretos � sa�de”. Dentre eles, a organiza��o cita que a imuniza��o pode diminuir a transmiss�o da doen�a nessa faixa et�ria e, consequentemente, “pode reduzir a transmiss�o de crian�as e adolescentes para adultos mais velhos”. Ela tamb�m cita a possibilidade do relaxamento de medidas restritivas e interrup��es de atividades em escolas. A organiza��o pontua que at� o momento “n�o h� dados dispon�veis” sobre o risco de trombose ap�s a imuniza��o nas faixas inferiores a 18 anos.

A Universidade Johns Hopkins encoraja a vacina��o de crian�as e destaca alguns dos seus benef�cios em seu site. Dentre eles, a possibilidade de preven��o do cont�gio nas pr�prias crian�as, a preven��o ou redu��o da dissemina��o do v�rus, assim como a possibilidade de interromper o surgimento de novas variantes.

Al�m dos casos raros de miocardite, a universidade somente menciona os poss�veis efeitos colaterais passageiros, que geralmente duram 48 horas, como dor no local da inje��o, cansa�o maior que o usual, dor de cabe�a, m�sculos ou articula��es doloridos, febre e at� mesmo calafrios.

Os CDC dos Estados Unidos tamb�m recomendam a imuniza��o em crian�as: “Os benef�cios da vacina��o contra a covid-19 superam os riscos potenciais e conhecidos”, afirmam. E acrescentam que crian�as de 5 anos ou mais devem ser vacinadas “o mais r�pido poss�vel”.

A imuniza��o contra o SARS-CoV-2 em crian�as no Brasil foi autorizada pela primeira vez em junho de 2021, quando a Anvisa liberou a aplica��o da vacina da Pfizer em pessoas a partir de 12 anos.

A AFP j� verificou outras alega��es sobre os potenciais riscos das vacinas para crian�as (1, 2).

Esta verifica��o foi realizada com base em informa��es cient�ficas e oficiais sobre o novo coronav�rus dispon�veis na data desta publica��o.

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