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Estado de Minas Efeito da quarentena

Em isolamento, 4 em cada 10 brasileiros mudaram alimenta��o

Com restaurantes fechados, quase todo mundo passou a fazer as refei��es em casa. At� quem recorreu ao delivery, abrindo brechas para varia��es no card�pio, tornou-se mais dependente da comida de casa


22/06/2020 12:30 - atualizado 22/06/2020 15:07

Quase metade da população afirma ter mudado os hábitos alimentares durante o confinamento.
Quase metade da popula��o afirma ter mudado os h�bitos alimentares durante o confinamento. (foto: CC0 Public Domain/Reprodu��o)
A pandemia do coronav�rus n�o mudou apenas o jeito de a gente trabalhar e se relacionar. A nossa forma de se alimentar tamb�m sofreu uma transforma��o radical nos �ltimos meses.

Com restaurantes fechados ao p�blico, quase todo mundo passou a fazer as refei��es em casa. At� quem recorreu ao delivery, abrindo brechas para varia��es no card�pio, tornou-se mais dependente da comida de casa. Mesmo agora, com a flexibiliza��o da quarentena e o retorno gradual ao trabalho, nada indica que a situa��o v� mudar t�o cedo neste quesito.

Em muitas cidades, os restaurantes ainda dever�o demorar algumas semanas para reabrir - e, quando o fizerem, provavelmente o esquema ser� bem diferente, com maior dist�ncia entre as mesas e outras medidas de prote��o aos clientes. � prov�vel tamb�m que boa parte da clientela potencial, ainda temerosa do cont�gio, continue a comer mais em casa, fazendo pedidos ocasionais pelo delivery. O melhor, ent�o, � se acostumar ao "novo normal", cuja dura��o � dif�cil prever no momento, e tirar o melhor proveito disso.

A quest�o � que nem sempre comer em casa � sin�nimo de uma alimenta��o de melhor qualidade e mais saud�vel. Muitas vezes, estar em casa acaba sendo uma esp�cie de passaporte para todos os tipos de excessos.

"As pessoas est�o h� muito tempo dentro de casa e muitas vezes acabam descontando a ansiedade na alimenta��o", diz Marcia Nacif Pinheiro, professora do curso de Nutri��o da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em S�o Paulo.

"Quando a gente est� em casa e h� muitos alimentos dispon�veis, fica f�cil ir at� a geladeira, at� o arm�rio, e beliscar o tempo todo. No trabalho, a gente tem hor�rios espec�ficos para se alimentar, tem a hora do almo�o, �s vezes um intervalo para um caf�, e consegue manter uma rotina mais rigorosa."

Ainda n�o h� pesquisas aprofundadas e com rigor metodol�gico sobre a alimenta��o na pandemia. Mas um levantamento realizado pelo Minist�rio da Sa�de no fim de maio aponta que quatro em cada dez brasileiros alteraram os h�bitos de alimenta��o, para o bem ou para o mal.

Vontade de comer


A pesquisa, feita por telefone com mais de 2 mil pessoas de todo o pa�s, inclu�a uma �nica pergunta para apurar se o entrevistado passou a comer mais ou menos.

N�o d� para separar, portanto, quantos est�o comendo melhor e quantos, pior. De qualquer forma, o levantamento traduz em n�meros o que j� se podia deduzir a olho nu: quase metade da popula��o afirma ter mudado os h�bitos alimentares durante o confinamento.

Outro estudo, realizado por um grupo de pesquisadores das �reas de endocrinologia, patologia e psicologia, refor�a os dados apurados pelo minist�rio e vai al�m. Segundo a pesquisa, que ouviu 1.470 pessoas por meio de um question�rio online, um em cada dois entrevistados sentiram mais vontade de comer, mesmo quando n�o estavam com fome, e 23% ganharam peso. Pelo levantamento, o ganho m�dio de peso foi de 2,6 kg. O intervalo oscilou entre um m�nimo de R$ 1,1 kg e um m�ximo de 12 kg no per�odo.

Um mergulho nas buscas do Google permite entender melhor por que tanta gente engordou na pandemia. O Google n�o divulga n�meros, mas informa que as receitas mais buscadas no Brasil desde 15 de mar�o, foram, pela ordem, as de panqueca, brownie, bolo, pudim e p�o, todas com altos �ndices de calorias.

Entretenimento


Por meio do Google Trends, � poss�vel obter dados mais detalhados sobre as buscas de receitas. Entre 15 pratos selecionados pela reportagem, as receitas com maior crescimento na quarentena (de 20 de mar�o, quando foi decretado o estado de transmiss�o comunit�ria do v�rus, a 6 de junho), em rela��o ao per�odo pr�-pandemia (de 1.º de janeiro a 19 de mar�o) foram as de brownie, com alta de 234,2%; de esfiha, com 232,8%; de p�o, com 143,1%, de empad�o, com 122,3%, e de coxinha, com 121,3% (mais informa��es nesta p�g.).

Mesmo quem sempre se preocupou com uma refei��o mais equilibrada passou a comer mais, bem mais do que antes, e a consumir alimentos de pior qualidade nutricional. N�o s� porque, al�m da televis�o, uma das poucas atividades que restaram foi comer. Cozinhar sozinho ou com a fam�lia tornou-se uma forma de entretenimento.

"Uma coisa que a gente tem percebido � que as pessoas n�o t�m ido tanto ao supermercado e t�m feito compras online. Por isso, compram alimentos que duram mais, com prazo de validade maior, e os consomem de forma exagerada", afirma M�rcia Pinheiro. "Muitas vezes, esses alimentos s�o mais industrializados e costumam ter uma quantidade maior de gordura, de a��car e de s�dio."

Segundo ela, o pre�o pelos excessos ser� cobrado logo mais, tanto pela balan�a quanto pelo aumento do risco de o consumidor desenvolver ou aprofundar dist�rbios cardiovasculares, diabetes e outras doen�as. Ainda mais se levarmos em conta que, com as academias e os clubes ainda fechados em quase todo o Pa�s, quem fazia exerc�cios regularmente acabou, em alguns casos, deixando o sedentarismo tomar conta.

"Muitas pessoas n�o est�o fazendo nenhum tipo de exerc�cio e comem s� bolo, chocolate e salgadinho. A�, n�o tem jeito, engorda mesmo", diz.

Meio-termo


Surpreendentemente, ao contr�rio do que se poderia imaginar no in�cio da pandemia, um n�mero consider�vel de brasileiros tem conseguido fazer refei��es mais balanceadas, comendo mais vegetais, legumes e frutas, e est� at� fazendo mais exerc�cios, para compensar eventuais abusos na quantidade e para se proteger dos efeitos da doen�a em caso de cont�gio. De acordo com um estudo da FAO (ag�ncia da ONU para agricultura e alimenta��o), a obesidade � um dos principais agravantes dos males causados pelo coronav�rus.

"A gente tem escutado relatos de alguns pacientes que mudaram sua alimenta��o para melhor, porque passaram a cozinhar em casa, com a fam�lia, e a ter mais tempo para fazer as refei��es", afirma a nutricionista. "Quando a gente come fora n�o tem como controlar a prepara��o dos pratos, dosando a quantidade de �leo, de sal e de a��car", complementa.

Agora, em sua avalia��o, n�o � preciso deixar de consumir guloseimas e comidas saborosas para ter uma alimenta��o saud�vel. O importante, para ela, � encontrar o meio-termo.

"De forma alguma, acredito que � preciso se privar todos os dias desses alimentos industrializados, mas eles t�m de ser consumidos com modera��o", diz.

"Se, ao longo do dia, voc� consumir frutas, verduras, arroz com feij�o, um frango com pouca gordura, tudo bem comer um chocolate ou tomar um copo de vinho no final do dia. O que n�o pode � achar que, por estar isolado, d� para comer s� porcaria desde o caf� da manh� at� o jantar diariamente. Tem de encontrar um meio-termo, ter prazer na comida, mas n�o prejudicar a sua sa�de." Cabe a cada um de n�s encontrar esse ponto de equil�brio. 

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