
A infectologista Luana Ara�jo tornou-se celebridade depois do depoimento contundente dado � CPI da COVID-19 na quarta-feira (02/06), em Bras�lia. Com os holofotes voltados para ela, tratou de maneira firme o assunto que mais arregimenta paix�es no Brasil: o uso de medicamentos ineficazes para o tratamento da COVID-19. Em menos de 24 horas, o perfil no Instagram passou de cerca de 9 mil seguidores para 174 mil.
A m�dica foi convidada a testemunhar na comiss�o por ter tido o nome barrado no Minist�rio da Sa�de depois de indica��o do ministro Marcelo Queiroga para Secretaria de Epidemiologia. Em seu depoimento, a m�dica apresentou uma defesa enf�tica da ci�ncia, descartou que haja tratamento precoce contra a COVID-19 e comparou o uso de rem�dios sem efic�cia ao terraplanismo.
O conhecimento t�cnico, a assertividade e tamb�m a beleza da m�dica chamaram aten��o. Quando se entra no universo particular de Luana, encontramos uma mulher forte, que divide a vida entre algumas paix�es: a m�sica, em especial o jazz, em que apresenta como f� de Nina Simone; a medicina, em especial ao campo da sa�de p�blica; e aos animais, com cuidado a Nana, cadela resgatada por ela.
Ela foi � CPI, acompanhada do pai, o advogado Jos� Carlos de Ara�jo. A frase de maior contund�ncia viralizou nas redes sociais: “� uma discuss�o delirante, esdr�xula, anacr�nica e contraproducente”. E completou: “porque ainda estamos aqui discutindo uma coisa que n�o tem cabimento. � como se a gente estivesse escolhendo de que borda da Terra plana a gente vai pular, n�o tem l�gica”.
Na �ltima publica��o no perfil do Instagram, ela esclarece sua passagem mete�rica pelo minist�rio. Destaca que foi convidada a ocupar o cargo pelo ministro Marcelo Queiroga e afirma que aceitou para que com seu conhecimento pudesse contribuir para o pa�s.
"Possibilidade de ajudar"
“Aceitei o desafio, ainda que ciente da sua enorme complexidade, porque minha vis�o de mundo e de cidadania vislumbra sempre a possibilidade de ajudar. Neste caso, poder fazer pelo pa�s o que vinha fazendo por outros ao redor do mundo: contribuir, neste momento t�o dif�cil, t�o sens�vel, para trilharmos um caminho menos traum�tico e mais r�pido em busca da sa�de e qualidade de vida para todos.”
A infectologista atuou no minist�rio por 10 dias, mas n�o chegou a ser nomeada. Em depoimento � CPI, ela afirmou que n�o sabe a raz�o de seu nome ter sido barrado. “Essa pergunta tem que ser direcionada ao ministro (da Sa�de, Marcelo Queiroga). A minha posi��o p�blica n�o � opini�o. Na medicina, a gente tem opini�o at� o momento que substitui opini�o por evid�ncias, que tiram da responsabilidade individual do profissional um ju�zo de valor sobre aquela situa��o. N�o foi me dada nenhuma justificativa para minha sa�da”.
No entanto, conforme demonstrou no depoimento � CPI, a m�dica tem posi��es que se chocam ao do presidente Jair Bolsonaro quando se fala em tratamento precoce, com uso de medicamentos comprovadamente ineficazes como a hidroxicloroquina e a ivermectina. Na nota oficial que publicou no perfil, destaca: “em meu discurso de apresenta��o, fiz quest�o de evidenciar minha postura t�cnica, baseada em evid�ncias, pautada pelo juramento m�dico que fiz e que norteia todas as minhas atitudes. Vejo a ci�ncia como ferramenta de produ��o de conhecimento e de educa��o para a prioriza��o da vida, sempre, como objetivo maior”, escreveu.
Curr�culo de destaque
O curr�culo atesta intelig�ncia acima da m�dia. A aprendeu a ler e a escrever sozinha, aos 2 anos de idade, concluiu o ensino m�dio aos 15 anos, ingressou em um dos melhores cursos de medicina do Brasil, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e foi a primeira brasileira a receber uma bolsa para o mestrado na Escola de Sa�de da Universidade Johns Hopkins, refer�ncia mundial em sa�de p�blica. Foi uma das conferencistas convidadas pelo Banco Mundial para s�rie Global sobre Respostas � COVID-19, em junho de 2020.
Luana foi selecionada pela Escola de Sa�de da Universidade Johns Hopkins, tornando-se uma consultora de atua��o internacional em sa�de p�blica. Durante os meses da pandemia, atuou diretamente com pacientes e na an�lise de dados sobre a pandemia para formula��o de pol�ticas p�blicas. “� um enorme orgulho fazer parte desta escola e deste grupo. Ser a primeira pessoa na hist�ria do pa�s a receber a bolsa mais importante da melhor e maior escola de sa�de do mundo � uma honra e um enorme incentivo”, escreveu em 16 de janeiro de 2020.
O perfil da universidade postou o perfil da m�dica brasileira em que destacava que ela concluiu o ensino m�dio aos 15 anos e ingressou na melhor faculdade de medicina brasileira especializada em doen�as infecciosas.
Momento de supera��o pessoal
Mas engana-se quem pensa que ela n�o enfrentou desafios t�o grandes quanto a pr�pria compet�ncia: aos 35 anos, ela teve que se tratar de um c�ncer. O perfil da m�dica publicado pela Johns Hopkins destaca um momento dif�cil enfrentado pela jovem m�dica. Eles destacam a guinada inesperada quando recebeu o diagn�stico de uma massa cancerosa entre o cora��o e a aorta.
"O problema de ser profissional de sa�de � que voc� n�o pode se enganar com essas coisas”, disse. Ela aceitou trabalhar no departamento de sa�de da cidade de Nova Mutum, no Mato Grosso, para o tratamento e preven��o da s�filis em mulheres gr�vidas.
Paix�o pela m�sica e os animais
A m�dica mora, atualmente, em Nova Lima com com o companheiro, o fot�grafo Bruno Haddad. Nas redes sociais, � poss�vel identificar as paix�es da m�dica para al�m da medicina. Em v�deos demonstra a habilidade com o piano, que aprendeu a tocar ainda na primeira inf�ncia.
Cantora e pianista de forma��o cl�ssica, ela foi estudar m�sica na �ustria aos 15 anos, j� com o ensino m�dio conclu�do. Ela chegou a gravar um EP, "The Lioness", que foi lan�ado, em 2016, nas plataformas digitais com o nome art�stico de Luana Mariano.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?
Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.
Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas
[VIDEO4]
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:
- Veja onde est�o concentrados os casos em BH
Coronav�rus: o que fazer com roupas, acess�rios e sapatos ao voltar para casa
Animais de estima��o no ambiente dom�stico precisam de aten��o especial
Coronav�rus x gripe espanhola em BH: erros (e solu��es) s�o os mesmos de 100 anos atr�s