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Estado de Minas COLAPSO DE INVERNO

Ocupa��o de UTIs em 20 estados refor�a amea�a no pa�s, diz Fiocruz

Com capacidade de atendimento estrangulada pela COVID-19, sistema de sa�de enfrenta gargalos. Onze estados apresentam lota��o de leitos superior a 90%


07/06/2021 06:00 - atualizado 11/06/2021 09:56

Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre: 83% das UTIs no Rio Grande do Sul estão ocupadas. Situação se repete em outros estados(foto: SILVIO ÁVILA/AFP)
Santa Casa de Miseric�rdia, em Porto Alegre: 83% das UTIs no Rio Grande do Sul est�o ocupadas. Situa��o se repete em outros estados (foto: SILVIO �VILA/AFP)

Ap�s um curto per�odo de estabilidade, o sistema de sa�de brasileiro caminha para o temido colapso de inverno. Anunciada desde o in�cio de abril deste ano, ainda durante o segundo pico da pandemia, a nova crise agora grita nos n�meros.

Dados publicados pelo Observat�rio da Funda��o Oswaldo Cruz na sexta-feira (4/6) mostram que as taxas de ocupa��o de leitos de UTI do SUS para COVID-19 s�o superiores a 80% em 20 estados brasileiros. Em outros seis, a situa��o � pr�-cr�tica, ou seja, mais de 70% das vagas dispon�veis est�o em uso. Treze unidades da federa��o j� acumulam filas de espera por leitos, incluindo Minas Gerais.

As mazelas a que assistiremos desta vez, alertam especialistas, podem ser ainda piores do que aquelas enfrentadas em mar�o, j� que o perfil dos pacientes internados mudou: eles, agora, s�o mais jovens e permanecem mais tempo no hospital. A circula��o de novas variantes do v�rus � outro agravante do cen�rio pand�mico.

Estudiosos da Sa�de P�blica acreditam que o controle da situa��o est� ao alcance das autoridades, mas se mostram pouco otimistas quanto � atua��o assertiva do poder p�blico nas pr�ximas semanas. A melhor expectativa � de que o curso natural da vacina��o ponha freio � sequ�ncia de colapsos.

Sinal vermelho

Elaborado a partir de dados compilados entre 23 e 29 de maio, o mapa de ocupa��o das UTIs COVID montado pela Fiocruz estampa uma grande mancha vermelha. Onze estados brasileiros apresentam lota��o em n�vel considerado extremamente cr�tico, ou seja, superior a 90%.

Com 106% de vagas ocupadas, o Mato Grosso do Sul tem o quadro mais delicado. A lista segue com Pernambuco (98%), Rio Grande do Norte (99%), Sergipe (96%), Paran� (95%), Mato Grosso (95%), Distrito Federal (95%), Cear� (92%), Alagoas (92%), Santa Catarina (92%), e Tocantins (91%).

Em outros nove estados, o cen�rio � tido como cr�tico, com lota��o que oscila entre 80% e 89%. S�o eles: Piau� (89%), Goi�s (89%), Bahia (86%), Rio de Janeiro (85%), Rio Grande do Sul (83%), Maranh�o (83%), S�o Paulo (82%), Minas Gerais (81%) e Para�ba (81%). Seis unidades da federa��o est�o na zona de alerta intermedi�rio (entre 60% e 80% de ocupa��o). Apenas o Acre est� fora da zona de alerta.

Doze estados e o Distrito Federal j� acumulam lista de espera por leitos, j� que v�rios munic�pios tiveram a capacidade de atendimento estrangulada. O Paran� lidera o ranking, com 647 pacientes na fila. O Mato Grosso do Sul, com 291 pessoas, ocupa o segundo lugar. Pernambuco (269) � o terceiro, seguido por Minas, com 264 doentes na espera. As informa��es s�o das secretarias estaduais de sa�de, divulgadas na sexta-feira (4/6).

"J� circulam por aqui as variantes Alfa (do Reino Unido), Beta (�frica do Sul), Gama (brasileira) e Delta (�ndia), todas com maior potencial de transmiss�o"

Una� Tupinamb�s, infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG



Outro patamar

O infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Una� Tupinamb�s, projeta que o gargalo das redes de sa�de nas pr�ximas semanas pode ser elevado a um outro patamar, significativamente mais grave. Ele explica que isso se deve, em parte, � mudan�a do perfil demogr�fico do p�blico hospitalizado.

Segundo Una�, durante grande parte da pandemia, os internados eram sobretudo idosos. Mas este grupo j� sente os efeitos da vacina��o e, assim, desenvolve menos a forma grave da doen�a. As hospitaliza��es, agora, contemplam majoritariamente adultos jovens, que permanecem mais tempo na UTI.

De acordo com o professor, pessoas de at� 50 anos saem mais, se exp�em mais – consequentemente, se infectam mais. E, como acreditam ter um corpo mais forte que o dos idosos, resistem a procurar assist�ncia. Quando o fazem, j� est�o em estado muito grave e exigem cuidados mais demorados.

“Esse tempo extra no hospital � complicado de administrar. Fora que esses jovens tamb�m desenvolvem sequelas da COVID-19 e, da�, precisam sair dos leitos de UTI para ocupar os de enfermaria, onde se submeter�o a outros tratamentos. Com isso, a gente perde a capacidade de remanejamento dos leitos. Atualmente, nossa margem de manobra � de 13% do total. Mas se fica tudo ocupado – UTI e enfermaria – n�o sobra muita coisa para remanejar”, ressalta o m�dico.

A prolifera��o de variantes do Sars-Cov-2 seria outro potencial agravante da crise. “J� circulam por aqui as variantes Alfa (do Reino Unido), Beta (�frica do Sul), Gama (brasileira) e Delta (�ndia), todas com maior potencial de transmiss�o”, diz o especialista.



Estabiliza��o na gravidade

A presidente do Comit� Permanente de Enfrentamento do Novo Coronav�rus da UFMG, Cristina Alvim, avalia que o sistema de sa�de brasileiro n�o chegou a experimentar um al�vio desde a �ltima crise, em mar�o. “Para usar a linguagem dos intensivistas, o que tivemos foi uma estabiliza��o dentro da gravidade”, compara a m�dica.

Para a profissional de sa�de, a sucess�o de colapsos reflete o descontrole da pandemia. “H� mais de um jeito de promover esse controle. Como fizeram os japoneses ainda sem vacina, com uma pol�tica clara voltada � ades�o �s medidas de higiene e isolamento, testagem ampla, rastreio e suporte financeiro � popula��o. Ou como fizeram os Estados Unidos e a Inglaterra, cuja principal aposta � a vacina��o r�pida. No Brasil, n�o temos nem uma coisa, nem outra. Aqui, � quase como se estiv�ssemos em 1918 (quando ocorreu a gripe espanhola), observando a hist�ria natural da doen�a”, diz Cristina.

A professora acredita que seria poss�vel evitar a repeti��o do caos instalado no Brasil h� cerca de tr�s meses, com falta de oxig�nio em hospitais, pacientes amarrados � cama por falta de medicamentos para entuba��o, entre outras cenas de horror. Para tanto, detalha a pesquisadora, a primeira provid�ncia seria frear a propaga��o do v�rus.

“E j� sabemos como fazer isso: com vacina��o r�pida, testagem, rastreio, a��es coordenadas em �mbito racional, ades�o ao isolamento e aposta na ci�ncia”, detalha.

“Ocorre que, ao menos a curto prazo, n�o h� sinais de que daremos uma guinada nesse sentido. Nossos l�deres, atualmente, n�o nos d�o esses sinais. O ponto positivo � que a vacina��o vem caminhando, embora a passos lentos. A vacina, neste momento, � nossa melhor esperan�a para nos livrar de novos colapsos”, complementa Alvim.
 
 

Pa�s contabiliza 473.404 mortes

O Brasil registrou 873 novas mortes causadas pela COVID-19, nas �ltimas 24 horas, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de (Conass) divulgados ontem. Com os registros, o pa�s contabiliza 473.404 �bitos desde o in�cio da pandemia. O levantamento do Conass, que compila dados de secretarias de Sa�de dos 26 estados e do Distrito Federal, apontou ainda 39.637 novos casos de COVID-19 em 24 horas, com 16.947.062 registros da doen�a no Brasil.







Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?

Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.


Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.

 

 

Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas

[VIDEO4]

 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.


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