O in�cio da vacina��o dos idosos em janeiro ajuda a explicar o fen�meno, mas n�o � a �nica raz�o. Segundo especialistas, o desrespeito a medidas de prote��o e a dissemina��o de novas cepas - potencialmente mais agressivas - podem estar causando maior vitimiza��o de jovens. O alerta vale at� para adultos que n�o possuem comorbidades. A propor��o de v�timas sem fatores de risco - menores de 60 anos e sem nenhuma doen�a cr�nica - mais do que dobrou desde os primeiros meses. De acordo com o levantamento do Estad�o, 20,7% de todos os mortos por covid em junho tinham esse perfil. No mesmo m�s do ano passado, esse �ndice foi de 7,75%.
E, em n�meros absolutos, j� h� nova tend�ncia de crescimento de v�timas entre pessoas de 0 a 59 anos a partir da semana epidemiol�gica 20, que come�ou em 16 de maio. Ao mesmo tempo, a curva de v�timas idosas vem mantendo queda sustentada. Enquanto em 2020 a maioria das v�timas tinha mais de 70 anos, em junho de 2021 a mediana de idade dos mortos � de 58.
A alta no n�mero de jovens mortos na segunda onda da pandemia tamb�m pode estar relacionada � dificuldade de acesso a uma unidade de sa�de ou ao colapso de hospitais. An�lise feita pela reportagem, desta vez calculando a taxa de �bitos por faixa et�ria em cada unidade da federa��o, mostrou que Amazonas, Roraima e Rond�nia registraram o �ndice mais alto de �bitos por 100 mil habitantes entre a popula��o com menos de 40 anos.
"Os pacientes n�o procuram tanto a Unidade B�sica de Sa�de porque � dif�cil o agendamento de consulta e por causa da fal�cia do tratamento precoce", relata a m�dica Anne Menezes, especialista em cl�nica m�dica no Hospital Delphina Aziz, de Manaus. O Amazonas, que viu sua capital colapsar em janeiro por escassez de oxig�nio, tem tamb�m a maior taxa geral de �bitos por covid - 316,2 registros por 100 mil habitantes (a m�dia brasileira � de 216,6).
Somados todos os brasileiros v�timas da doen�a desde a chegada do coronav�rus ao Pa�s, os idosos continuam como maioria - 70,1%. E cerca de 10% dos 500 mil mortos pela doen�a n�o eram idosos nem doentes cr�nicos - quase 50 mil brasileiros, portanto, perderam a vida mesmo sem ser de grupo de risco. "Ter hoje um paciente acima de 70 anos na UTI � rar�ssimo", conta Daniel Joelsons, m�dico intensivista e supervisor da UTI de infectologia do HC-USP.
"Infelizmente, ainda convivemos com uma mortalidade alta, com a perda de 2 mil brasileiros por dia por uma doen�a, o que � uma coisa inadmiss�vel na minha concep��o como m�dico", diz Carlos Carvalho, professor titular de pneumologia da Faculdade de Medicina da USP e diretor da divis�o de pneumologia do Instituto do Cora��o (Incor).
A diversidade de estragos que a COVID-19 pode causar e a imprevisibilidade da evolu��o da doen�a tornaram comuns tamb�m casos em que o paciente chega a melhorar, mas tem uma piora repentina e acaba morrendo. "Depois de um m�s atendendo covid, parei de falar para os familiares que o paciente est� indo bem. Sempre falo que est� melhor do que ontem, mas que s� vou ficar feliz quando ele sair da UTI", relata Daniel Joelsons.
Carvalho explica que h� dados na literatura m�dica mostrando que at� 25% dos pacientes que foram internados com covid morrem de complica��es da doen�a meses depois da alta. O �ndice observado em outras doen�as � de 10%.
Balan�o
Em 11 de mar�o, a doen�a tornou-se a principal causa de morte no Brasil, com uma m�dia de 1.075 v�timas por dia, superior � m�dia de falecimentos por todas as doen�as do aparelho circulat�rio (952), como enfarte e AVC, at� ent�o a principal raz�o de �bitos. A COVID tamb�m superou o n�mero m�dio de pessoas que morrem diariamente por c�ncer (601), homic�dios e suic�dios (152) e acidentes de tr�nsito (82).
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