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Estado de Minas PENSAR

Livro conta como foram os �ltimos dias do escritor Garc�a M�rquez

Em 'Gabo & Mercedes: uma despedida', o filho do autor de 'Cem anos de solid�o' revela o sofrimento do autor pela perda da mem�ria causada pela dem�ncia


15/07/2022 04:00 - atualizado 15/07/2022 00:48

Gabo
Gabriel Garc�a M�rquez, mestre em romances, contos, cr�nicas e reportagens (foto: Quinho/EM/D.A press)
“Faz um par de anos, houve um per�odo mais desagrad�vel. Meu pai estava plenamente consciente de que a mem�ria estava virando fuma�a. Pedia ajuda com insist�ncia, repetindo algumas vezes que estava perdendo a mem�ria. O pre�o de ver uma pessoa nesse estado de ansiedade e ter que tolerar suas intermin�veis repeti��es, uma, duas, tantas vezes, � enorme.

 

Dizia ele: 'Trabalho com a minha mem�ria. A mem�ria � minha ferramenta e minha mat�ria-prima. N�o consigo trabalhar sem ela, me ajudem'. E depois repetia de v�rias maneiras, muitas vezes por horas e por horas a fio. Era extenuante. Com o tempo, passou. Recobrava alguma tranquilidade e �s vezes dizia:

 

– Estou perdendo a mem�ria, mas por sorte esque�o que estou perdendo a mem�ria...

 

Ou:

 

– Todos me tratam como seu fosse crian�a. Ainda que eu goste...

 

Sua secret�ria me conta que numa tarde o encontrou sozinho, de p� no meio do jardim, olhando para o nada, perdido em pensamentos.

 

– O que o senhor veio fazer aqui fora, dom Gabriel?

 

– Chorar.

 

- Chorar? Mas o senhor n�o est� chorando.

 

– Estou sim, mas sem l�grimas. Voc� n�o percebe que minha cabe�a est� uma merda?”

 

Gabriel Garc�a M�rquez (1927-2014), Gabo para os amigos, conquistou leitores mundo afora ao fazer a comunh�o de uma imagina��o f�rtil com ricas mem�rias para criar o realismo m�gico, principalmente em “Cem anos de solid�o”.

 

Quem se encanta com sua incr�vel capacidade de contar hist�rias, todas inspiradas na realidade – como ele mesmo garantiu – e mesmo os jovens leitores que tenham descoberto seus livros h� pouco tempo – certamente, vai se emocionar ao ler o trecho acima e outras lembran�as em “Gabo & Mercedes:

 

Uma despedida”, escrito pelo filho mais velho do escritor colombiano, o cineasta Rodrigo Garc�a, de 62 anos, que acaba de ser lan�ado pela editora Record. Ele narra as �ltimas semanas de vida do escritor e da fam�lia, o drama de n�o reconhecer mais a pr�pria mulher, Mercedes Barcha, e os filhos, e de trat�-los como estranhos que invadiam sua casa.

 

Rodrigo conta tamb�m algumas passagens engra�adas da vida do pai, a rela��o com ele e o irm�o mais novo, Gonzalo – a forma, por exemplo, como os dois acordavam o pai ap�s a sesta sem assust�-lo.

 

Leia: Rep�rter por tr�s do escritor: veja a antologia de textos de Gabriel Garc�a M�rquez  

 

E ainda a seguinte brincadeira com enfermeiras e empregadas da casa quando j� estava acamado: “O som de um coro de vozes femininas �s vezes desperta meu pai. Ele abre os olhos que se iluminam assim que as mulheres se voltam na dire��o dele e o cumprimentam com carinho e admira��o.

 

Numa dessas ocasi�es, estou no quarto ao lado quando escuto o grupo de mulheres �s gargalhadas. Entro e pergunto o que est� acontecendo. Dizem que meu pai abriu os olhos, olhou para elas com aten��o e disse tranquilamente: '– N�o consigo trepar com todas.'”

 

Mas o ponto alto de “Gabo & Mercedes” � mesmo o drama final da dem�ncia, antes da interna��o com pneumonia e c�ncer no pulm�o, que o mataram em 17 de abril de 2014, no aconchego do seu casar�o na Cidade do M�xico. Mercedes decidiu n�o prolongar o sofrimento com interna��o hospitalar e risco de cirurgias, diante de grande debilidade f�sica do marido. A fam�lia concordou que ele morresse em paz em casa, um m�s depois de completar 87 anos.

 

Antes, entretanto, o veio o drama da chegada da velhice, que parece ter um peso maior em pessoas geniais como Garc�a M�rquez, por causa da crescente incapacidade de escrever. Rodrigo retrocede mais de 20 anos no tempo, no fim dos anos 1990.

 

“No final dos sessenta [anos], perguntei a ele o que pensava da noite, depois de apagar a luz:

 

'Penso que isto est� quase terminando'. Depois acrescentou, com um sorriso: 'Mas ainda tem tempo, ainda n�o h� necessidade de se preocupar muito'. Seu otimismo era sincero, e n�o s� uma tentativa de me consolar. 'Um dia voc� acorda e est� velho. Assim, sem aviso pr�vio, � assustador', acrescentou.

 

Leia: Realismo m�gico ilustrado, em seis contos de Gabriel Garc�a M�rquez  

 

'Anos antes, escutei que chega um momento na vida do escritor em que j� n�o consegue mais escrever uma obra de fic��o extensa. � verdade. J� sinto isso.

 

Por esse motivo, de agora em diante, ser�o textos mais curtos'. Quando ele tinha oitenta, perguntei o que sentia. '– O panorama dos oitenta � impressionante. E o fim se aproxima. '- Voc� est� com medo? – Sinto uma tristeza enorme'. Quando recordo esses momentos, me comovo de verdade com sua franqueza, principalmente por causa da crueldade das perguntas”, conta Rodrigo.

 

Aos poucos foi minando a mem�ria criativa do escritor, que ganhou o Nobel de Literatura em 1982, e brindou o mundo, al�m de sua obra-prima, “Cem anos de solid�o” – com a saga de v�rias gera��es da fam�lia do coronel Aureliano Buend�a –, com outras obras referenciais, como “O amor nos tempos do c�lera”, “Cr�nica de uma morte anunciada”, “Ningu�m escreve ao coronel”, “Um senhor muito velho com umas asas enormes”, “O general em seu labirinto”, “O outono do patriarca” e ainda dezenas de romances, contos, cr�nicas e reportagens, estas a segunda paix�o de Gabo.

 

Ali�s, ele disse em v�rias entrevistas que o foi o jornalismo que o levou � literatura, n�o apenas por necessidade, mas por voca��o.

 

“N�o quero ser lembrado por “Cem anos de solid�o” nem pelo Pr�mio Nobel, e sim pelo jornal. Nasci jornalista e hoje me sinto mais rep�rter do que nunca. Isso est� no meu sangue”, disse ele poucos anos antes de morrer.

 

E foi o rep�rter que abriu caminho para o escritor, que levou para a fic��o o que vivenciou. “Todo bom romance devia ser uma transposi��o po�tica da realidade”, disse Gabo em longa entrevista ao escritor Plinio Apuleyo Mendoza, hoje com 90 anos, transformada no livro “Cheiro de goiaba” (3ª edi��o/editora Record/1982).

 

Quando perguntado por Apuleyo sobre qual prop�sito o levou a escrever “Cem anos de solid�o”, ele respondeu: “Dar uma sa�da liter�ria, integral, para todas as experi�ncias que de algum modo me tivessem afetado durante a inf�ncia”.

 

E indagado sobre os coment�rios de cr�ticos de que sua obra m�xima seria “uma par�bola ou alegoria da hist�ria da humanidade”, ele declarou, com convi��o:

 

“N�o, eu s� quis deixar um testemunho po�tico do mundo da minha inf�ncia, que transcorreu numa casa grande, muito triste, com uma irm� que comia terra e uma av� que adivinhava o futuro, e numerosos parentes de nomes iguais que nunca fizeram muita distin��o entre a felicidade e a dem�ncia”.

“CLAR�ES E LUCIDEZ”

A prop�sito da dem�ncia que o assombrou no ocaso da vida, em um dos cap�tulos de “Cem anos de solid�o”, ao descrever a sina de �rsula, uma das protagonistas da obra, Garc�a M�rquez, na pele do narrador e como premoni��o para o seu pr�prio futuro, fala de crian�as durante a senilidade:

 

“�rsula teve de fazer grande esfor�o para cumprir a promessa de morrer quando estiasse. Os clar�es de lucidez, t�o escassos durante a chuva, fizeram-se mais frequentes a partir de agosto, quando come�ou a soprar o vento �rido que sufocava as roseiras e petrificava as lagoas e acabou por espalhar sobre Macondo a poeira abrasadora que cobriu para sempre os enferrujados tetos de zinco e as amendoeiras centen�rias. �rsula chorou de tristeza ao descobrir que por mais de tr�s anos tinha servido de brinquedo para as crian�as. Lavou a cara borrada de tintas, tirou de cima de si os trapos coloridos, as lagartixas e os sapos ressecados, e as c�mandulas e antigos colares de �rabes que lhe havia pendurado por todo o corpo, e pela primeira vez desde a morte de Amaranta abandonou a cama sem o aux�lio de ningu�m, para se incorporar de novo � vida familiar. O �nimo do cora��o invenc�vel orientava-a nas trevas.”

 

Foi nos anos finais, j� com os lapsos de mem�ria, que Gabo sempre voltava � sua inf�ncia, como Rodrigo Garc�a conta em “Gabo & Mercedes”: “– Esta n�o � a minha casa. Quero ir para casa. A do meu pai. Tenho uma cama ao lado da dele”, disse. 

 

Rodrigo deduz, ent�o: “Suspeitamos que a refer�ncia n�o seja ao seu pai, e sim ao seu av�, o coronel, com quem ele morou at� os 8 anos e que foi o homem mais influente em sua vida. Meu pai dormia num colchonete no ch�o, ao lado da cama dele. Nunca voltaram a se encontrar depois de 1935”.

 

Como se sabe, Macondo, a cidade de “Cem anos de solid�o”, e seus personagens inusitados s�o inspirados em Aracataca, povoado natal de Gabo, onde ele viveu na casa dos av�s maternos at� os 8 anos, quando seu av�, o coronel Nicolas M�rquez, morreu.

 

Em “Gabo & e Mercedes”, Rodrigo explica por que o pai escreveu apenas a primeira parte de suas mem�rias, no livro “Viver para contar” (editora Record, 2002). “Nada de interessante me aconteceu depois dos 8 anos”, disse o escritor, exagerando para ressaltar como a inf�ncia na casa dos av�s moldou sua vida e sua obra.

 

Na entrevista transposta para o livro “Cheiro de goiaba”, Garc�a M�rquez fala da import�ncia da mem�ria para a sua obra liter�- ria. E garante, por mais incr�vel que pare�a, que tudo � baseado na realidade, mesmo o caso da personagem Rem�dios, de “Cem anos de solid�o”, que sobe ao c�u.

 

“Inicialmente, tinha previsto que ela desapareceria quando estava bordando na varanda de casa com Rebeca e Amaranta. Mas esse recurso, quase cinematogr�fico, n�o me parecia aceit�vel. Rem�dios ia ficar por ali de qualquer forma. Ent�o, me ocorreu faz�-la subir ao c�u em corpo e alma. O fato real? Uma senhora cuja neta tinha fugido de madrugada e que para esconder essa fuga decidiu fazer correr o boato de que sua neta tinha ido para o c�u.”

 

Sobre a realidade transformada em literatura, Rodrigo Garc�a revela em seu livro: “Meu pai se queixava de que uma das coisas que mais odiava sobre a morte era saber que seria a �nica faceta da sua vida sobre a qual n�o poderia escrever. Tudo o que havia vivido, visto e pensado estava em seus livros, transformado em fic��o ou de maneira cifrada”.

UMA DIF�CIL TRADU��O

No pref�cio de “Gabo & Mercedes”, o escritor carioca Eric Nepomuceno, um dos principais tradutores da obra de Garc�a M�rquez no Brasil, fala da dificuldade que teve para traduzir o livro, principalmente, porque foi amigo do escritor, que conheceu em Cuba, em meados de 1978. A amizade cresceu na Cidade do M�xico, onde Gabo decidiu morar e onde Nepomuceno tamb�m viu os filhos do amigo – Rodrigo e Gonzalo – crescerem. 

 

“No come�o de 1980 nos aproximamos, e foi para sempre. Ele cometeu a suprema indelicadeza de partir numa viagem sem volta em abril de 2014. Foram 34 anos de amizade fraterna. Mercedes, que nos tratava – Martha, Felipe e eu – como parte da fam�lia, foi-se embora em agosto de 2020. Outro vazio na alma”, conta.

 

Sobre a sua tradu��o de “Gabo & Mercedes”, Nepomuceno comenta:

 

“Perdi a conta dos livros que traduzi do castelhano para o portugu�s do Brasil. Quarenta? Sessenta? Sei l�. Entre eles est�o ‘Pedro P�ramo’, ‘Cem anos de solid�o’, ‘O jogo da amarelinha’. ‘O livro dos abra�os’ e um sem-fim de alegrias. At� agora, o mais dif�cil tinha sido ‘O ca�ador de hist�rias’, livro p�stumo do uruguaio Eduardo Galeano. E digo mais dif�cil n�o por raz�es t�cnicas: por raz�es de afeto. (…) Pois este livro de Rodrigo Garc�a superou tudo que enfrentei antes. E, de novo, por raz�es de afeto. (…) Quando terminei, estava completamente destro�ado. (…) O que Rodrigo traz neste livro � a revela��o de como Gabo e Mercedes partiram. S�o cenas que eu sabia ou intu�a, e que ele nos retrata com afeto e c�lida mem�ria. Foi como reviver [para mim] as longas conversas com Gabo, sua maneira de ver a vida e o mundo, sua defesa – e de Mercedes – contra os males da fama e do ass�dio, e se manter na superf�cie da realidade. Sim, sim, Rodrigo, meu car�ssimo bucanero, voc� acalentou minha mem�ria e entendi, de novo e para sempre, que ela n�o tem volta, senti que uma grota funda se abria na minha alma”.

 

livro 2
(foto: Reprodu��o)
 

 

GABO & MERCEDES: UMA DESPEDIDA

 

De Rodrigo Garc�a

Editora Record

Tradu��o de Eric Nepomuceno

112 p�ginas

R$ 61,60 (impresso)

R$ 39,90 (digital)

 

Desabafo de uma mulher tra�da

 

Mestre em romances, contos, cr�nicas e reportagens, o escritor colombiano Gabriel Garc�a M�rquez escreveu apenas uma pe�a teatral, “Diatribe de amor contra um homem”, publicada originalmente em 1987 e, agora, finalmente, 35 anos depois, lan�ada no Brasil pela editora Record.

 

� um mon�logo de apenas 96 p�ginas, que, para um leitor voraz, � lido numa simples sentada e n�o decepciona, porque � o autor colombiano em ess�ncia no limiar da terceira idade, mas sem perder a ternura e tamb�m a ironia.

 

“Nada se parece tanto com o inferno como um casamento feliz!”, j� provoca, na primeira linha, a �nica personagem, “Graciela Jaraiz de la Vera, mulher de um homem acomodado, neto de marqu�s”, que na pe�a �, literalmente, um boneco que ouve um longo desabafo feminino.

 

O drama da pe�a, encenada pela primeira vez em Buenos Aires, em 1988, no 4º Festival Ibero-Americano de Teatro, se passa numa cidade do Caribe, “com trinta e cinco graus � sombra”, depois de Graciela e o marido voltarem de um jantar, pouco antes do amanhecer, em 3 de agosto de 1978.

 

Com cen�rio simples, ora se olhando no espelho, ora fumando, Graciela destila um melodrama sat�rico ao relatar os seus 25 anos de casamento de “infelicidade �ntima” se dirigindo diretamente ao manequim sentado numa poltrona, a perda de confian�a, a trai��o conjugal, as m�goas e, como ironia, a incapacidade de abandon�-lo e deixar de am�-lo.

 

'O certo � que a felicidade n�o � como dizem, que s� dura um instante, e a gente s� fica sabendo que teve quando ela j� se acabou. A verdade � que ela dura enquanto dura o amor, porque com o amor at� morrer � bom'

 

Garc�a M�rquez escreveu a pe�a aos 60 anos, quando a velhice bateu � sua porta e, certamente, j� come�ava a incomod�-lo. Em dado momento de seu mon�logo de desabafo, Graciela declara:

 

“Se n�o fosse pelos amanheceres, ser�amos jovens a vida inteira. A verdade � que a gente envelhece quando amanhece. O entardecer � deprimente, mas nos prepara para a aventura de cada noite. Os amanheceres, n�o. Nas festas, assim que sinto o sil�ncio da madrugada, come�a um comich�o no meu corpo que n�o sossega. � preciso ir embora depressa de olhos fechados para n�o ver as �ltimas estrelas. Porque, se o dia nos surpreende na rua com roupa de festa, joga em cima de n�s uma enxurrada de anos, e a gente nunca mais se livra deles. � por isso tamb�m que eu n�o gosto de fotografias: a gente rev� as fotos no ano seguinte, e j� parece que elas sa�ram do ba� dos av�s”.

 

� volta com as trai��es, mas sem querer se fazer de v�tima, Graciela desabafa: “S� um Deus homem podia me brindar com essa revela��o nas nossas bodas de prata. E ainda tenho de agradecer por ele ter me dado tudo o que era preciso para gozar da minha burrice, dia ap�s dia, durante vinte e cinco anos mortais. Tudo, at� um filho conquistador e folgado, e t�o filho da puta quanto o pai”. Mas resigna-se:

 

“Foi s� sua m�e dizer que voc� n�o era o homem da minha vida para eu ficar louca por voc�. As pessoas diziam que era um capricho natural de uma coitada do bairro de Las Brisas, a pobretona que era eu na �poca, j� muito bem formada com dezenove anos”.

 

Diante do sil�ncio �bvio do marido representado no palco pelo manequim, Graciela segue no seu desabafo: “O certo � que a felicidade n�o � como dizem, que s� dura um instante, e a gente s� fica sabendo que teve quando ela j� se acabou. A verdade � que ela dura enquanto dura o amor, porque com o amor at� morrer � bom”. Em seu mon�logo, Graciela extravasa a amargura com uma lembran�a hil�ria (para o leitor, obviamente), ao contar uma evid�ncia da trai��o do marido com uma atriz:

 

“Desde que chegamos ao engenho, no meio da barulheira dos pe�es e da aglomera��o da moenda, precisaram tirar os cachorros de cima de mim para eu n�o ser estralha�ada, porque eles nunca tinham me visto, mas em compensa��o fizeram uma enorme festa para ela, lambiam as m�os dela, passavam pelo meio das pernas dela, balan�ando o rabo, ate que no fim precisaram ser presos, para n�o a enlouquecerem de amor. E, mesmo assim, fiquei em d�vida. Sabe? Porque � duro admitir que algu�m tem uma amante mais feia do que a esposa.” Ainda assim, persiste a d�vida cruel para Graciela: Deixar ou n�o deixar o marido infiel? (PN) 

 

livro
(foto: Reprodu��o)
 

 

Diatribe de amor 

contra um homem

 

De Gabriel Garc�a M�rquez

Editora Record

Tradu��o de Ivone Benedetti

96 p�ginas

R$ 52 (impresso)

R$ 38,90 (digital) 


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