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Estado de Minas LGBTfobia

Movimento LGBT critica Zema por anunciar veto a PL contra discrimina��o

O projeto foi aprovado, em segundo turno, no dia 2 de setembro pelo plen�rio da Assembleia Legislativa, com 34 votos a favor e seis votos contra


17/09/2021 18:36 - atualizado 17/09/2021 18:44

Projeto altera a Lei 14.170, de 15 de janeiro de 2002, que determina a imposição de sanções à pessoa jurídica por ato discriminatório praticado contra pessoa em virtude de sua orientação sexual
Projeto altera a Lei 14.170, de 15 de janeiro de 2002, que determina a imposi��o de san��es � pessoa jur�dica por ato discriminat�rio praticado contra pessoa em virtude de sua orienta��o sexual (foto: Pixabay/Reprodu��o )
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou nesta sexta-feira (17/9) que vetar� o Projeto de Lei 2.316  -  que estabelece puni��es �s empresas que discriminem, coajam ou atentem contra direitos das pessoas em raz�o da orienta��o sexual, identidade de g�nero ou express�o de g�nero. Ativistas e especialistas da causa LGBT%2b ouvidos pelo Estado de Minas criticam o an�ncio do governador. 


"Quero lembrar ao povo mineiro que a Assembleia Legislativa de Minas, infelizmente, aprovou um projeto que caber� a mim vet�-lo. N�o podemos permitir que o setor produtivo seja penalizado, venha ter um terceiro banheiro para algu�m cujo o sexo n�o est� definido. Ent�o esse projeto ser� vetado", disse Zema, sob aplausos dos presentes. A declara��o do gestor foi dada durante lan�amento do projeto de revitaliza��o na bacia hidrogr�fica do Rio Urucuia, em Arinos, cidade da Regi�o Noroeste do estado.

O movimento LGBTQIA%2b , que se mobilizou para garantir que o governador sancionasse o projeto de lei, recebeu a not�cia com indigna��o.

''A decis�o � p�ssima. O PL era muito bom, adequava a Lei j� existente aos termos jur�dicos que s�o hoje mais comuns e utilizados no direito nacional e internacional. A prote��o da identidade de g�nero � garantida pelo STF, pela Corte Interamericana de Direitos Humanos e outros tribunais internacionais, que entenderam que falar apenas em orienta��o sexual n�o � adequado'', disse o ativista Thiago Coacci, doutor em ci�ncia pol�tica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Ainda segundo o especialista, a decis�o de veto de Zema vai na contram�o dessa tend�ncia mundial. ''Zema fala que n�o quer penalizar estabelecimento que n�o tiver terceiro banheiro. N�o sei se o governador foi enganado, se n�o leu o PL ou se est� simplesmente mentindo, porque o PL n�o fala em terceiro banheiro. N�o h� essa obriga��o. O que h� � a garantia da n�o discrimina��o de pessoas trans'', disse.



O educador Azilton Ferreira Viana, presidente do Centro de Luta pela Livre Orienta��o Sexual (Cellos-MG), se manifestou com 'tristeza' e 'pesar' ap�s a fala do governador.  ''Ainda que o governador diga que j� existem leis - tanto em �mbito federal quanto estadual - o problema � que se n�o h� uma regulamenta��o essa lei se torna ineficiente, inoperante. Ou seja, essa modifica��o visava atualizar e corrigir um problema de 2002. Usar esse argumento que j� existem leis suficientes � t�o falso, � uma fal�cia t�o grande que se fosse assim n�o precisar�amos da decis�o do STF para equiparar a LGBTfobia ao racismo. Esse discurso do governador � oportunista e vazio'', afirmou.

 

A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com a Coordenadoria Especial de Pol�ticas de Diversidade Sexual para falar com a coordenadora militante transexual dos direitos LGBT e artista Walkiria La Roche. Entretanto, o governo de Minas respondeu a demanda com a seguinte nota: "A decis�o pelo veto partiu da an�lise de que a proposi��o prev� a��es de fiscaliza��o e san��o que seriam de compet�ncia do Munic�pio ou da Uni�o, o que demonstra a inconstitucionalidade da proposta".

Ainda de acordo com a pasta, as altera��es legislativas pretendidas tamb�m "n�o trariam um efeito pr�tico na garantia de direitos e combate a atos de discrimina��o e preconceito e, em contrapartida, traziam riscos a seguran�a jur�dica por tratar de san��es ao setor produtivo com base em conceitos jur�dicos abertos, de ampla interpreta��o".

 

O governo de Minas reafirmou, em nota, seu posicionamento "de combate � discrimina��o de g�nero, ra�a, orienta��o sexual, classe ou qualquer outra forma de preconceito, mas acredita que o avan�o na garantia de direitos � realizado pela educa��o e conscientiza��o para o cumprimento das normas jur�dicas j� existentes".


O Estado de Minas tamb�m tentou contato com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Agostinho Patrus. A assessoria de comunica��o informou que ele n�o vai comentar sobre o assunto.

Entenda o projeto


O projeto foi aprovado, em segundo turno, no dia 2 de setembro pelo plen�rio da Assembleia Legislativa, com 34 votos a favor e seis votos contra. Ele altera a Lei 14.170, de 15 de janeiro de 2002, que determina a imposi��o de san��es � pessoa jur�dica por ato discriminat�rio praticado contra pessoa em virtude de sua orienta��o sexual.

O projeto ainda prev� que a puni��o para pessoas jur�dicas que, por ato de seu propriet�rio, dirigente, preposto ou empregado, no efetivo exerc�cio da atividade profissional, discrimine ou coaja pessoas ou atente contra os seus direitos varia entre R$ 3.552,40 e R$ 177.480.

Na quarta-feira, na Assembleia, os deputados Leandro Genaro (PSD), Bart� (sem partido), Bruno Engler (PSL) e a deputada Ros�ngela Reis (Pode) se pronunciaram pelo veto e conclamaram os colegas crist�os para tamb�m se mobilizarem. J� os deputados Andr� Quint�o (PT), Andr�ia de Jesus (Psol) e Bet�o (PT) sa�ram em defesa da proposta. (Com informa��es de M�rcia Maria Cruz) 

 

* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie. 


O que � homofobia?

A palavra “homo” vem do gregro antigo %u1F41μ%u03CCς (homos), que significa igual, e “fobia”, que significa medo ou avers�o. Em defini��o, a homofobia � uma “avers�o irreprim�vel, repugn�ncia, medo, �dio e preconceito” contra casais do mesmo sexo, no caso, homossexuais.

Entretanto, a comunidade LGBTQIA%2b engloba mais sexualidades e identidades de g�nero. Assim, o termo LGBTQIA fobia � definida como “medo, fobia, avers�o irreprim�vel, repugn�ncia e preconceito” contra l�sbicas, gays, bissexuais, transsexuais, n�o-bin�res, queers (que � toda pessoa que n�o se encaixa no padr�o cis-hetero normativo), itersexo, assexual, entre outras siglas.

A LGBTQIA fobia e a homofobia resultam em agress�es f�sicas, morais e psicol�gicas contra pessoas LGBTQIA .

Homossexualidade n�o � doen�a

Desde 17 de maio de 1990, a a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) excluiu homossexualidade da Classifica��o Internacional de Doen�as (CID) . Antes desta data, o amor entre pessoas do mesmos sexo era chamado de "homossexualismo”, com o sufixo “ismo”, e era considerado um “transtorno mental”.

O que diz a legisla��o?

Atos LGBTQIA fobicos s�o considerados crime no Brasil. Entretanto, n�o h� uma lei exclusiva para crimes homof�bicos.

Em 2019, ap�s uma A��o Direta de Inconstitucionalidade por Omiss�o (ADO 26),  o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os crimes LGBTQIA devem ser "equiparados ao racismo" . Assim, os crimes LGBTQIA fobicos s�o julgados pela Lei do Racismo (Lei 7.716, de 1989) e podem ter pena de at� 5 anos de pris�o.

O que decidiu o STF sobre casos de LGBTQIA%2bfobia

  • "Praticar, induzir ou incitar a discrimina��o ou preconceito" em raz�o da orienta��o sexual da pessoa poder� ser considerado crime
  • A pena ser� de um a tr�s anos, al�m de multa
  • Se houver divulga��o ampla de ato homof�bico em meios de comunica��o, como publica��o em rede social, a pena ser� de dois a cinco anos, al�m de multa

Criminaliza��o no Brasil

H� um Projeto de Lei (PL) que visa criminalizar o preconceito contra pessoas LGBTQIA no Brasil. Mas, em 2015, o Projeto de Lei 122, de 2006, PLC 122/2006 ou PL 122, foi arquivado e ainda n�o tem previs�o de ser reaberto no Congresso.

Desde 2011, o casamento homossexual � legalizado no Brasil. Al�m disso, dois anos mais tarde,  em 2013, o Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) aprovou e regulamentou o casamento civil LGBTQIA no Brasil .

Direitos reconhecidos

Assim, os casais homossexuais t�m os mesmos “direitos e deveres que um casal heterossexual no pa�s, podendo se casar em qualquer cart�rio brasileiro, mudar o sobrenome, adotar filhos e ter participa��o na heran�a do c�njuge”. Al�m disso, os casais LGBTQIA podem mudar o status civil para ‘casado’ ou ‘casada’.

Caso um cart�rio recuse realizar casamentos entre pessoas LGBTQIA , os respons�veis podem ser punidos.

Leia mais:   Mesmo com decis�o do STF, barreiras impedem a criminaliza��o da LGBTQIA fobia

Como denunciar casos de LGBTQIA%2bfobia?

As den�ncias de LGBTQIA fobia podem ser feitas pelo n�mero 190 (Pol�cia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).

aplicativo Oi Advogado , que ajuda a conectar pessoas a advogados, criou uma ferramenta que localiza profissionais especializados em denunciar crimes de homofobia.

Para casos de LGBTQIA fobia online, seja em p�ginas na internet ou redes sociais, voc� pode denunciar no  portal da Safernet .

Al�m disso, tamb�m � poss�vel  denunciar o crime por meio do aplicativo e do site Todxs , que conscientiza sobre os direitos e apoia pessoas da comunidade LGBTQIA .


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