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Estado de Minas IMPASSE

Zema resiste a aumento superior a 10%, mas pol�cias mant�m 'greve branca'

Projeto sobre o tema est� na Assembleia; governador afirmou que, se deputados estaduais concederem reajuste maior, vai vetar a ideia


11/03/2022 16:50 - atualizado 11/03/2022 18:12

Protesto das polícias cobra de Zema a reposição salarial
Zema foi alvo de tr�s manifesta��es em menos de um m�s (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 9/3/22)
Mesmo ap�s o governador Romeu Zema (Novo) ter aprimorado a proposta de reajuste de 10,06% ao funcionalismo p�blico, lideran�as das for�as de seguran�a de Minas Gerais garantem que a greve branca iniciada h� quase tr�s semanas n�o vai arrefecer. A gest�o estadual ofertou, �s tropas, nesta sexta-feira (11/3), aumento retroativo a janeiro. A ideia, por�m, foi logo recha�ada por sindicatos e parlamentares ligados �s tropas. Eles j� se articulam para pensar em novas estrat�gias e v�o se reunir para debater os pr�ximos passos do movimento.

No �ltimo dia 24, Zema anunciou que enviaria, � Assembleia, proposta de reajuste de 10,06% a todo funcionalismo, mas com validade retroativa apenas aos profissionais da educa��o. A cl�usula, agora, foi estendida a trabalhadores da seguran�a e da sa�de. O governo, agora, trabalha para remeter ainda hoje aos deputados estaduais a nova vers�o do texto, j� com as adapta��es referentes � majora��o retroativa.

"Qualquer coisa maior que vier, ser� vetada. N�o temos condi��o de fazer", disse o governador, durante entrevista na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte. "Tenho certeza que a nossa Assembleia n�o vai querer prejudicar mais de 600 mil mineiros, que trabalham ou s�o aposentados pelo estado."

Entre as vozes do movimento de paralisa��o das tropas, a avalia��o � que a proposta apresentada por Zema � fruto de um debate feito apenas por integrantes do Pal�cio Tiradentes, sem a escuta de representantes da classe. H� reclama��es de falta de di�logo com os comandantes das pol�cias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros.

"Foi um an�ncio unilateral do governo. Reconhe�o o momento que os comandantes vivem, mas n�o houve nenhum processo de entendimento", protestou o deputado federal Subtenente Gonzaga (PDT).

Na semana passada, houve um encontro com a secret�ria de Estado e Planejamento e Gest�o, Lu�sa Barreto, mas os participantes consideraram a confer�ncia in�cua.

Agora, o plano � tra�ar novas t�ticas para impulsionar a paralisa��o. Os policiais que aderiram ao movimento t�m atuado conforme o estrito dever legal - por isso, atribui��es consideradas extras, como a participa��o em f�runs de conversa dos batalh�es, foram abandonadas por parte das tropas.

"Mais uma vez o governador Romeu Zema desprezou a melhor seguran�a p�blica do Brasil. Queremos o que nos � de direito", afirmou Aline Risi, presidente da Associa��o dos Escriv�es da Pol�cia Civil de Minas Gerais (Aespol) e diretora da Confedera��o Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol).

Os policiais cobram a recomposi��o salarial das perdas causadas pela infla��o com base nos termos de acordo assinado em 2019. � �poca, o governador Zema acertou reajustar os vencimentos em 12% em julho de 2020; mais 13% seriam acrescidos em setembro do ano passado, al�m de outros 13% em setembro deste ano. Em que pese o trato, apenas a primeira fatia da reposi��o foi paga.

"O governador resolveu esticar ao m�ximo a corda. Que arque com as consequ�ncias de seus atos", emendou Aline.

 

Zema concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira
Romeu Zema concedeu entrevista coletiva ao lado dos comandantes das for�as de seguran�a (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 11/3/22)
 

Aux�lio fardamento tamb�m � criticado


Ainda em meio � tentativa de conter press�o dos policiais sobre o governo, Zema fez crescer, de tr�s para quatro, o n�mero de parcelas anuais do aux�lio fardamento. Cada parcela corresponde a 40% do soldo de um soldado - cerca de R$ 2 mil. A sugest�o, no entanto, tamb�m foi refutada pelas lideran�as.

Na pr�tica, oficiais da ativa v�o receber mais do que parte da reserva. Por isso, lideran�as afirmam que a proposta vai ferir a chamada paridade - ou pacto geracional.

"Isso � uma facada nas costas de todos n�s", protestou o deputado estadual Sargento Rodrigues, do PTB, presidente da Comiss�o de Seguran�a P�blica da Assembleia de MG.

Na quarta (9), manifestantes marcharam da Pra�a da Esta��o, no Centro, rumo � Pra�a da Liberdade, na Savassi. O ato p�blico, o terceiro desde fevereiro, foi marcado por diversas explos�es de artefatos - uma jornalista que cobria a passeata precisou, inclusive, de ser socorrida por causa de um trauma auditivo.

Para Sargento Rodrigues, no entanto, a melhor op��o � incomodar Zema na sede do governo, como as tropas fizeram na sexta-feira anterior ao feriado de carnaval.

"N�o me chamem para fazer passeata no Centro da cidade. No Centro de BH, n�o contem com este deputado. Se for na Cidade Administrativa, podem contar comigo - inclusive para acampar l�".

Impasse entre governo e seguran�a nasceu h� exatos dois anos


Foi em um 11 de mar�o como este, mas em 2020, que nasceu o imbr�glio entre Romeu Zema e os policiais. Naquele dia, o governador vetou a concess�o das parcelas de 2021 e 2022 da recomposi��o salarial acertada no ano anterior. Zema vetou as duas fatias porque, na Assembleia, o texto recebeu emenda que estendia o reajuste a todas as categorias do funcionalismo p�blico.

"Um aumento destinado a uma categoria foi estendido a todas - o que n�o era vi�vel. Tivemos, ainda, a pandemia, que causou incerteza muito grande e queda na arrecada��o. E, tamb�m, uma altera��o legal que nos pro�be, terminantemente, [de conceder] qualquer recomposi��o diferenciada", disse, nesta sexta, ao recordar o contexto da �poca.

Para viabilizar a eventual vota��o do reajuste, o governo vai retirar o regime de urg�ncia do texto sobre a ades�o de Minas Gerais ao Regime de Recupera��o Fiscal (RRF). O plano � visto como sa�da para renegociar a d�vida de cerca de R$ 140 bilh�es do estado com a Uni�o

O veto � Recupera��o Fiscal � um dos pleitos dos trabalhadores da seguran�a, que temem as contrapartidas do pacote, como congelamento de sal�rios e desinvestimentos em pol�ticas p�blicas. As incertezas s�o as mesmas que impedem consenso capaz de fazer com que os deputados estaduais possam analisar o tema em plen�rio.


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