
A equipe do Centro de Pesquisa e Inova��o Kahn-Sagol-Maccabi, liderada por Noga Fallach, avaliou dados m�dicos de 5.146 mulheres, com idade m�dia de 28 anos, colhidos entre 21 de fevereiro de 2020 e 2 de julho de 2021. Metade das participantes havia sido infectada durante a gravidez. A outra metade, n�o. Das infectadas, 17,4% haviam contra�do o Sars-CoV-2 no primeiro trimestre da gesta��o, 34,2%, no segundo, e 48,4%, no terceiro.
Os cientistas consideraram na an�lise fatores de risco, como ocorr�ncia de hipertens�o, diabetes e hist�rico de aborto. O resultado do trabalho indicou que a infec��o pelo Sars-CoV-2 no primeiro e no segundo trimestres da gesta��o n�o foi associada ao aumento do risco de parto prematuro. Por outro lado, as mulheres infectadas no terceiro trimestre foram 2,76 vezes mais propensas a dar � luz antes da 37ª semana de gesta��o, quando comparadas �s gestantes que n�o tiveram COVID-19.
Condi��o mais grav� ap�s a 34ª semana de gesta��o
A condi��o foi ainda mais grave entre as gr�vidas infectadas ap�s a 34ª semana de gesta��o. Nesse caso, o risco de ter o parto prematuro foi sete vezes maior. De uma forma geral, as gr�vidas que apresentavam os sintomas da COVID no terceiro trimestre da gesta��o eram ainda mais vulner�veis. "Nossos resultados indicam que a idade gestacional na infec��o por Sars-CoV-2 desempenha um papel significativo no resultado da gravidez", enfatizam os autores do artigo que detalha a pesquisa, publicado na �ltima edi��o da revista PLOs One.
Os cientistas tamb�m constataram que houve uma menor taxa de ruptura da bolsa antes do in�cio do trabalho de parto em mulheres infectadas: 39,1%, contra 58,3% em n�o infectadas. O peso ao nascer neonatal foi menor em beb�s de gr�vidas que tiveram COVID-19. Por outro lado, n�o houve diferen�as significativas nas propor��es de cesarianas e perda de beb�s em ambos os grupos.
Para os autores, os resultados indicam a necessidade de cuidados pr�-natais espec�ficos para infectadas pelo Sars-CoV-2 que est�o mais pr�ximas do fim da gesta��o. "Durante o terceiro trimestre, especificamente ap�s 34 semanas de gesta��o, as mulheres devem praticar distanciamento social e prote��o respirat�ria para reduzir o risco de resultados adversos", indicam.
Casos de aborto
Na avalia��o de Tal Patalon, chefe do Kahn-Sagol-Maccabi (KSM), um centro de pesquisa e inova��o de Israel, a pesquisa � "tranquilizadora" porque indica que a infec��o pelo novo coronav�rus durante a gravidez n�o est� associada a nenhum tipo de aumento nos casos de aborto.
"No entanto, deve-se lembrar que o grupo de pesquisa testou as variantes pr�-delta, e isso n�o se refere � variante dominante hoje, que � a �micron", pondera. "Continuamos a realizar pesquisas para fornecer dados e conhecimento do mundo real ao p�blico e aos tomadores de decis�o", garante.
OMS: casos dobraram em seis semanas
Os casos globais de COVID-19 dobraram no planeta no �ltimo m�s e meio, passando de cerca de 3 milh�es de registros semanais para 6 milh�es atualmente, advertiu, ontem, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). "Significa que pode haver mais hospitaliza��es e mortes nas pr�ximas semanas", alertou o diretor-geral da ag�ncia, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Segundo ele, a maioria das infec��es parece pertencer � sublinhagem BA.5 da variante �micron, considerada "de longe a mais contagiosa" desde o in�cio da pandemia e com uma capacidade maior de causar reinfec��o. Essa variante est� presente em pelo menos 22 pa�ses e territ�rios das Am�ricas, e a estimativa da Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas), bra�o da OMS, � de que ela se torne predominante na regi�o nas pr�ximas semanas.
Tedros enfatizou ainda que o coronav�rus respons�vel pela COVID-19 "vai continuar a evoluir", o que obriga as autoridades de sa�de a se manterem alertas. "Alguns pa�ses j� desmantelaram partes do seu plano de resposta � pandemia e est�o correndo grandes riscos", afirmou.