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Estado de Minas DESCOBERTA

Mulher que conseguiu 'cheirar' Parkinson no marido inspira teste da doen�a

Pesquisadores criaram um novo m�todo que, segundo eles, pode detectar a doen�a em tr�s minutos


08/09/2022 08:55 - atualizado 08/09/2022 08:55

Joy e Les
Joy detectou o odor pela primeira vez no marido Les, que foi diagnosticado com Parkinson aos 45 anos (foto: Parkinson's UK)
Uma mulher escocesa que descobriu que era capaz de detectar o Parkinson por meio do olfato inspirou cientistas a desenvolver um exame cut�neo que pode ser usado para diagnosticar a doen�a. Pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, criaram um novo m�todo que, segundo eles, pode detectar a doen�a em tr�s minutos.

Mais estudos s�o necess�rios para validar os resultados antes que possam desenvolver um teste de diagn�stico para ser usado em cl�nicas ou por m�dicos. O trabalho deles foi inspirado por Joy Milne, uma enfermeira aposentada de Perth, na Esc�cia.

Joy, de 72 anos, sabia que o marido Les tinha Parkinson mais de 12 anos antes de ele ser diagnosticado, quando ela identificou uma mudan�a no cheiro dele. "Ele tinha um cheiro desagrad�vel de mofo, especialmente nos ombros e na nuca, e sua pele definitivamente tinha mudado", disse ela.

Ela s� ligou o odor � doen�a depois que Les foi diagnosticado — e eles conheceram pessoas em um grupo de apoio de Parkinson no Reino Unido que tinham o mesmo cheiro caracter�stico. Les morreu em junho de 2015.

Agora uma equipe da Universidade de Manchester, trabalhando em parceria com Joy, desenvolveu um teste simples de esfrega�o de pele que eles afirmam ter 95% de precis�o em condi��es de laborat�rio, quando se trata de dizer se as pessoas t�m Parkinson.

Os pesquisadores analisaram o sebo — subst�ncia oleosa da pele — que foi coletado com um swab (haste flex�vel com algod�o na ponta) das costas dos pacientes, uma �rea de onde � removido com menos frequ�ncia. 


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Usando espectrometria de massa, eles compararam 79 indiv�duos com Parkinson com um grupo de controle saud�vel de 71 pessoas.

Os pesquisadores encontraram mais de 4 mil compostos �nicos nas amostras, dos quais 500 eram diferentes entre pessoas com Parkinson e o grupo de controle.

O estudo foi publicado no Journal of the American Chemical Society.

Perdita Barran, que liderou a pesquisa, explica que atualmente n�o h� um teste qu�mico para a doen�a de Parkinson — e milhares de pessoas est�o em listas de espera para uma consulta neurol�gica.


Segundo ela, o desenvolvimento de um exame confirmat�rio que poderia ser usado por um cl�nico geral seria "transformador". "No momento, n�s desenvolvemos (o teste) em um laborat�rio de pesquisa, e agora estamos trabalhando com colegas em laborat�rios anal�ticos de hospitais para transferir nosso teste para eles, para que possa funcionar em um ambiente do NHS (sistema de sa�de p�blico brit�nico)", diz ela. "Esperamos dentro de dois anos poder come�ar a testar pessoas na �rea de Manchester."


Perdita Barran
Perdita Barran diz que est� bastante animada com os resultados (foto: BBC)

O Parkinson � a condi��o neurol�gica que mais cresce no mundo. Cerca de 145 mil pessoas no Reino Unido vivem com a doen�a, de acordo com a Parkinson's UK. N�o h� cura, tampouco um teste diagn�stico definitivo. Os m�dicos diagnosticam os pacientes observando os sintomas. A condi��o pode causar uma grande variedade de sintomas, incluindo dificuldade para andar, falar e tremores.

Os cientistas precisam agora validar suas descobertas em um laborat�rio cl�nico antes que possam ser usadas em pacientes.

James Jopling, diretor escoc�s da Parkinson's UK, afirma que a descoberta pode fazer uma diferen�a real para as pessoas que vivem com a doen�a.

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"Atualmente, sem um teste definitivo, as pessoas precisam esperar meses ou anos para serem diagnosticadas, ent�o o fato de que voc� pode obter o tratamento e o suporte de que precisa, e que os pesquisadores podem iniciar novos tratamentos, � incrivelmente importante", diz ele.

Joy sabe o que um diagn�stico precoce teria significado para ela e sua fam�lia. "Ter�amos passado mais tempo com a fam�lia", afirma. "Ter�amos viajado mais. Se soub�ssemos antes, isso poderia explicar as mudan�as de humor e a depress�o." Na noite anterior � morte do marido, ele a fez prometer investigar seu olfato. De acordo com Joy, ele disse: "Voc� precisa fazer isso porque vai fazer a diferen�a". Ela espera que sua descoberta acidental fa�a exatamente isso.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62831515

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