Cannabis medicinal melhora a qualidade de vida de adultos com autismo

Adultos com autismo relataram melhorias significativas na qualidade de vida ap�s o uso de cannabis medicinal, de acordo com um novo estudo publicado na revista Therapeutic Advances in Psychopharmacology.

Pesquisadores do Imperial College em Londres, na Inglaterra, conduziram o novo estudo para expandir o pequeno, mas crescente corpo de evid�ncias sugerindo que a cannabis pode ajudar a tratar os sintomas do autismo. Algumas pesquisas anteriores relataram que os extratos de cannabis com uma alta propor��o de CBD para THC podem ajudar a melhorar os resultados comportamentais de crian�as com autismo, mas outros estudos sugeriram que o �leo de THC puro pode ser o tratamento mais ideal.

"Os medicamentos � base de cannabis (CBMPs) foram identificados como uma nova terap�utica promissora para sintomas e comorbidades relacionadas ao transtorno do espectro do autismo (TEA)", explicam os autores do estudo. "No entanto, h� uma escassez de evid�ncias cl�nicas de sua efic�cia e seguran�a".

O programa de maconha medicinal do Reino Unido pode ser extremamente limitado, mas permite que os m�dicos prescrevam cannabis medicinal como tratamento para sintomas de TEA. Usando dados do Registro M�dico de Cannabis do Reino Unido, os pesquisadores do Imperial College identificaram 74 pacientes com TEA que usavam legalmente produtos de cannabis medicinal para tratar seus sintomas. Alguns desses pacientes usaram extratos sublinguais, enquanto outros fumavam ou vaporizavam flores, e a maioria estava usando CBMPs com concentra��es mais altas de THC.

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Os autores do estudo pediram a cada sujeito para completar uma variedade de escalas de avalia��o padr�o ao longo de seis meses. Usando essas escalas, os indiv�duos acompanharam seus n�veis de ansiedade, qualidade do sono e qualidade de vida relacionada � sa�de durante o per�odo do estudo. Os indiv�duos tamb�m preencheram uma avalia��o adicional onde relataram "a mudan�a nas limita��es de atividade, sintomas, emo��es e qualidade de vida geral" desde que come�aram a usar cannabis.

No geral, a maioria dos pacientes relatou melhorias significativas na qualidade de vida ap�s o uso de maconha medicinal. Os indiv�duos tamb�m experimentaram uma melhora significativa na qualidade do sono durante todo o per�odo de estudo de seis meses, o que � especialmente importante, uma vez que os adultos com TEA s�o mais propensos a sofrer transtornos com�rbidos do sono. Melhorias nos n�veis de ansiedade foram observadas por at� tr�s meses, mas esses sintomas retornaram ap�s seis meses. Os pesquisadores acreditam que essa mudan�a inesperada pode ser devido a uma limita��o do projeto deste pequeno estudo.

As melhorias gerais na qualidade de vida foram t�o poderosas que muitos pacientes foram capazes de diminuir o uso de medicamentos prescritos. Um ter�o dos pacientes conseguiu reduzir o uso de benzodiazep�nicos potencialmente viciantes, e um quarto reduziu o uso de neurol�pticos comumente usados para tratar a irritabilidade. Essas descobertas confirmam muitos outros estudos de pesquisa que demonstram que a cannabis medicinal pode servir como uma alternativa segura e eficaz aos medicamentos depressores viciantes ou opioides.

"Nesta primeira experi�ncia publicada de resultados cl�nicos em pacientes adultos com TEA tratados com CBMPs, houve melhorias associadas na qualidade de vida geral relacionada � sa�de, al�m de resultados espec�ficos de sono e ansiedade", conclu�ram os pesquisadores. "Al�m disso, houve redu��o na administra��o de medicamentos concomitantes, alguns dos quais est�o associados a eventos adversos graves com uso prolongado. Os CBMPs foram bem tolerados pela maioria (81,1%) dos pacientes."

"Esses resultados devem ser interpretados dentro do contexto das limita��es do desenho do estudo, e a causa n�o pode ser determinada", alertam os autores do estudo. "No entanto, fornece justificativa cient�fica para uma avalia��o mais aprofundada no contexto de ensaios cl�nicos randomizados, ao mesmo tempo em que fornece orienta��o para a pr�tica cl�nica nesse �nterim", conclu�ram.