Segundo artigo publicado pela Revista Cient�fica Lancet, cerca de 49,7% da popula��o brasileira apresenta pelo menos uma apneia do sono leve
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Segundo o m�dico Lucas Sampaio, o ronco em si � o barulho causado pela vibra��o dos tecidos da faringe e se define como o ar passando imprensado em algum local.
"Quando dormimos, relaxamos a musculatura e, se estivermos com a barriga para cima, a l�ngua cai para tr�s, diminuindo o espa�o para o ar passar e gerando o ronco", explica Lucas.
Apesar de ser algo 'normal', o ronco muitas vezes pode prejudicar a qualidade de vida do paciente, chegando inclusive a ser um problema social t�o grave que pode levar a separa��es em um relacionamento e problemas no dia a dia.
"Eu tenho um paciente que n�o anda de avi�o, pois seu ronco � muito alto, gerando, assim, um problema social grave. Este paciente n�o dorme na casa de ningu�m e, at� para dormir em hot�is, os h�spedes dos quartos ao lado reclamam. Ent�o vejamos que se trata de uma limita��o social grav�ssima, chegando mesmo a atrapalhar relacionamentos", elucida o m�dico.
Lucas explica que o vil�o maior do ronco � o sobrepeso, o ac�mulo de gordura cervical e tamb�m na base da l�ngua, que estreita a passagem de ar na via a�rea.
"Desse modo, o ar ir� vibrar mais e, consequentemente, a pessoa ir� roncar com mais intensidade. Ent�o, o roncador que tenha ou n�o apneia deve cuidar para n�o ter sobrepeso. Outros fatores s�o a ingest�o excessiva de bebidas alco�licas", diz.
"Quando a pessoa bebe mais, ela relaxa e, consequentemente, a sua musculatura tamb�m. Ent�o o ar vai passar mais turbilhonado, gerando mais ronco, e esse pensamento serve tamb�m para qualquer medica��o que seda e relaxe", esclarece.
Diferen�a entre ronco e apneia do sono
Segundo artigo publicado pela Revista Cient�fica Lancet, cerca de 49,7% da popula��o brasileira apresenta pelo menos uma apneia do sono leve, que � quando acontece uma parada na respira��o.
"A pessoa est� roncando e a� para de respirar, a satura��o cai e acontece aquele conhecido ronco mais alto, quando se volta a respirar. Ent�o, a apneia leva � perda da oxigena��o no corpo, gerando, com o tempo, microles�es no sistema nervoso central. Essa parada de respira��o pode chegar a minutos e sua classifica��o � feita de acordo com quantos eventos de apneia o paciente teve em uma noite", explica.
Segundo Sampaio, nota-se, em trabalhos cient�ficos, que os preju�zos s�o diferentes em cada indiv�duo e acabam aumentando o risco de se desenvolverdoen�as cardiovasculares, entre outras comorbidades.
"Uma pessoa que ronca deve procurar um m�dico especializado, de prefer�ncia um otorrinolaringologista, para ver se tem alguma altera��o estrutural no nariz ou garganta que esteja levando a este quadro de apneia, para assim decidir qual a melhor forma de tratamento, cir�rgico ou cl�nico", alerta.
Lucas, que est� se especializando em otorrinolaringologia, complementa que o exame de escolha para diagn�stico � a polissonografia respirat�ria e neurol�gica e que, em alguns casos, pode-se recorrer ao aux�lio de um neurologista se na polissonografia houver altera��es neurol�gicas.
"Para o tratamento, devemos iniciar com uma perda de peso e, depois, individualizar, pois existe mais de uma op��o de tratamento, como o aparelho intraoral, o CPAP e as cirurgias", finaliza o m�dico.
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