Textura dos poros do rosto

Textura dos poros do rosto

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A pele � o maior �rg�o do corpo e costuma dar sinais quando algo n�o est� certo internamente. E, recentemente, o intestino vem sendo objeto de estudo de pesquisadores devido a problemas e solu��es que ele pode oferecer para a sa�de geral do organismo, incluindo a pele. "Melhorar o microbioma intestinal � um caminho para uma pele melhor. Nossa microbiota � composta por bact�rias, fungos e outros microrganismos que podem ser defensores ou pat�genos. Por isso, o intestino pode ser considerado her�i ou vil�o, por apresentar capacidade anti ou pr�-inflamat�ria, o que pode ter altos reflexos na pele, com o aparecimento de doen�as cut�neas, como a acne e dermatite, e favorecer o envelhecimento precoce", explica a m�dica nutr�loga Marcella Garcez, diretora e professora da Associa��o Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

"Quando ocorre o desequil�brio do microbioma do intestino por m� sa�de intestinal, h� produ��o de subst�ncias pr�-inflamat�rias e de c�lulas que suprimem o sistema imunol�gico. Como consequ�ncia, temos uma situa��o de inflama��o sist�mica e cr�nica. Al�m disso, quando a microbiota intestinal est� alterada, o processo de absor��o de nutrientes tamb�m fica prejudicado. A diminui��o da absor��o de amino�cidos, �cidos graxos, vitaminas e minerais atrapalha a produ��o de col�geno e a manuten��o do manto lip�dico (camada que protege a pele)", acrescenta a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A dermatologista explica que alguns neurotransmissores, horm�nios e �cidos graxos de cadeia curta derivados do intestino podem agir em receptores dentro da pele e alterar a pele ou seu microbioma (o que pode causar altera��es nessa pele). "Por isso, a pele ficou conhecida como espelho externo da sa�de intestinal", diz Paola. "O intestino desempenha um papel fundamental na regula��o da renova��o das c�lulas epiteliais, no reparo da exposi��o � luz UV, na hidrata��o da pele, no controle da velocidade de cicatriza��o de feridas e na influ�ncia do microbioma da pele. O intestino e a pele est�o em comunica��o constante", aponta Marcella Garcez.

A farmac�utica Patr�cia Fran�a, gerente cient�fica da Biotec Dermocosm�ticos, explica que a pele tamb�m tem uma microbiota, que representa uma das estruturas fundamentais na recupera��o do tecido cut�neo. "O papel da microbiota intestinal est� al�m da digest�o, apresentando uma conectividade com a pele e o sistema nervoso central, dessa forma expressando a��es inflamat�rias e hormonais. A subst�ncia P que no sistema nervoso atua como um neurotransmissor na ansiedade, no estresse se relaciona com as inflama��es cut�neas, corroborando a teoria do eixo intestino-c�rebro-pele. Um microbioma em equil�brio � essencial para manter a sa�de da pele, principalmente a boa funcionalidade da barreira cut�nea", explica Patr�cia.

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Condi��es de pele inflamat�rias, como acne, dermatite e psor�ase, ou ainda o envelhecimento da pele, est�o relacionadas com um intestino n�o saud�vel. "O microbioma alterado pode levar o organismo a um estado de inflama��o, exacerbando algumas patologias dermatol�gicas como eczema, ros�cea, dermatite at�pica, psor�ase, acne ou at� mesmo a caspa", explica Paola. "A psor�ase � mais encontrada em pacientes com doen�a de Crohn (doen�a inflamat�ria intestinal) do que em pessoas saud�veis", acrescenta.

E, quando o intestino n�o vai bem, d� sinais. "Existem alguns sinais inespec�ficos que podem aparecer na pele se a sa�de intestinal estiver alterada como maior ressecamento da pele, aparecimento de eczemas ou aparecimento de 'caspa' ou acne", pontua Paola. O pr�prio intestino tamb�m demonstra quando algo n�o vai bem. "Pris�o de ventre, gases em excesso, diarreia, mudan�as na frequ�ncia em que vai ao banheiro e a cor alterada das fezes podem significar que o intestino est� com algum problema. Visitar um m�dico nutr�logo para orienta��es, nesses casos, � fundamental", explica Marcella.

Para cuidar bem do intestino, � importante investir em uma alimenta��o balanceada, que, al�m de contribuir para a sa�de da pele e a manuten��o do microbioma cut�neo, ainda ajuda no equil�brio da microbiota intestinal, o que tem impacto direto na inflama��o e na modula��o da imunidade, segundo Marcella.

Para isso, uma indica��o � o consumo oral de prebi�ticos (alimentos para as bact�rias intestinais) e probi�ticos, que podem ser encontrados em alimentos fermentados, como kombucha e miss�, e alguns queijos e iogurtes. "Os prebi�ticos, componentes naturais presentes em alimentos como aveia, alho, cebola, frutas vermelhas e banana, ao chegarem no intestino, promovem o crescimento de bact�rias ben�ficas, ou seja, de probi�ticos. Ent�o, � necess�rio n�o s� incluir as bact�rias, com o uso de probi�ticos, que muitas vezes podem ser formulados e prescritos, mas tamb�m aliment�-los", recomenda a m�dica nutr�loga. "Em contrapartida, guloseimas, alimentos fritos em imers�o e ultraprocessados, ricos em sal, a��car refinado, gordura saturada e trans devem ser evitados, pois favorecem a prolifera��o de bact�rias prejudiciais que causam inflama��o e reduzem a imunidade", acrescenta.

Praticar atividades f�sicas, evitar o tabagismo e a ingest�o de bebida alco�lica em excesso tamb�m s�o recomenda��es importantes, segundo Paola Pomerantzeff. "No caso de doen�as inflamat�rias da pele e envelhecimento, a consulta com um dermatologista se faz necess�ria", acrescenta a m�dica. A farmac�utica Patr�cia Fran�a lembra que, nos casos de um processo inflamat�rio instalado, subst�ncias orais podem ajudar. � o F.C Ora � um exemplo. "De origem marinha, ele � particularmente rico em �cidos graxos �mega3 (DHA e EPA), possui naturalmente astaxantina (um caroten�ide com �tima fun��o antioxidante) e alfa-tocoferol (vitamina E). Sua composi��o favorece o organismo em v�rias frentes, mas � fundamental por modular processos inflamat�rios e imunol�gicos, protegendo contra o estresse oxidativo, melhorando condi��es cut�neas indesejadas como dermatite at�pica, acne e ros�cea, al�m de psor�ase e outras desordens inflamat�rias e autoimunes da pele", comenta Patr�cia. "Al�m do F.C Oral, podemos destacar os probi�ticos orais que contribuem para diminuir a disbiose intestinal e reequilibrar a flora com uma maior predomin�ncia das bact�rias do bem. Mas sempre com orienta��o m�dica", finaliza a farmac�utica.