Médica examina audição de bebê

M�dica examina audi��o de beb�

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audi��o � um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento dos beb�s, j� que, por meio dela, eles ouvem a voz da m�e e os sons emitidos ao seu redor. Para detectar poss�veis problemas auditivos em rec�m-nascidos � realizado o exame de emiss�es otoac�sticas ou "teste da orelhinha", como � popularmente conhecido.

Trata-se de uma triagem neonatal auditiva que, obrigatoriamente, deve ser realizada j� na maternidade ou no primeiro m�s de vida - nos casos de beb�s que n�o nascem em um ambiente hospitalar -, conforme a Lei Federal 12.303, de 2 de agosto de 2010. Sua execu��o � importante para que, caso o pequeno apresente alguma suspeita de defici�ncia auditiva, o problema seja diagnosticado e tratado o mais precocemente poss�vel.

De acordo com m�dico otorrinolaringologista Gilberto Ulson Pizarro, do Hospital Paulista, a integridade do sistema auditivo � fundamental para que a aquisi��o de linguagem falada ocorra sem intercorr�ncias e atrasos. Ele alerta para os preju�zos que podem ocorrer caso o rec�m-nascido n�o passe pela triagem.

"Crian�as que n�o passam pelo teste da orelhinha e s�o portadoras de perda auditiva podem ter seu desenvolvimento comprometido. Entre os danos que os problemas podem trazer, caso o tratamento n�o seja realizado precocemente, est�o dificuldades de aprendizagem e compreens�o, al�m de preju�zo na fala e na intera��o social."

Segundo o especialista, os primeiros anos de vida s�o considerados cr�ticos para o desenvolvimento da audi��o e da linguagem das crian�as.

"O rec�m-nascido j� apresenta estruturas nervosas especializadas no c�rebro, prontas para experi�ncias auditivas, sendo necess�rio apenas estimula��o auditiva. Um beb� que n�o recebe estimula��o adequada durante os dois ou tr�s primeiros anos de vida nunca ter� seu potencial de linguagem completamente desenvolvido", alerta.

Diagn�stico pr�vio


O m�dico destaca a import�ncia da identifica��o precoce do problema, bem como os benef�cios do tratamento antes dos seis meses de vida na crian�a deficiente auditiva.

"Juntos, esses cuidados permitem o desenvolvimento de linguagem receptiva e expressiva, com surgimento de habilidades sociais e de fala compar�vel aos das crian�as da mesma faixa et�ria com boa audi��o."

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Ainda de acordo com a especialista, o programa de triagem auditiva neonatal � extremamente necess�rio como o primeiro passo para avaliar a audi��o de todos os beb�s rec�m-nascidos, com ou sem risco para perdas auditivas.

"Cerca de 50% das perdas auditivas poderiam ser evitadas ou suas sequelas diminu�das, se ocorressem precocemente medidas de detec��o, diagn�stico e reabilita��o. O fracasso na detec��o precoce da perda auditiva na crian�a resulta em diagn�sticos e interven��es em idades muito tardias e preju�zo no desenvolvimento global da crian�a."

Como funciona o teste da orelhinha?

Simples e indolor, o teste da orelhinha pode ser realizado enquanto o beb� dorme, sem dor ou qualquer desconforto. O exame � realizado por meio da inser��o de uma min�scula sonda dentro do canal auditivo, capaz de emitir est�mulos sonoros e captar a resposta das c�lulas ciliadas externas da c�clea. Essas c�lulas participam da capta��o e da amplifica��o do som.

Caso o exame detecte a exist�ncia de alguma altera��o, o beb� � encaminhado para um servi�o de diagn�stico, quando s�o realizados avalia��o otorrinolaringol�gica e exames complementares.

Logo ap�s o nascimento, a crian�a pode apresentar v�rnix - l�quido residual do parto - no conduto auditivo externo, o canal da orelha, prejudicando a execu��o do exame. Nestas situa��es, o beb� deve realizar novo teste ap�s 30 dias de vida, quando se espera que este l�quido j� tenha sido eliminado e as respostas ent�o ser�o mais fidedignas.

Crian�as com risco conhecido de surdez ou que apresentem uma nova falha nas emiss�es otoac�sticas devem ser encaminhadas para a realiza��o de outro teste, o BERA, tamb�m conhecido como Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encef�lico (PEATE), que avalia de forma mais completa todo o sistema auditivo. Assim como o teste da orelhinha, ele n�o � invasivo e deve ser realizado enquanto a crian�a dorme.