mulher grávida, segurando a barriga, com a imagem do bebê visível, sem mostra o rosto da mulher

O sistema imunol�gico exerce papel fundamental na gesta��o

Ri Butov/Pixabay


Sistema imune � fundamental para a gesta��o. Assim, condi��es que atrapalham o seu funcionamento s�o consideradas fatores de risco para a pr�-ecl�mpsia e precisam ser acompanhadas e tratadas durante o pr�-natal. Os n�meros relacionados � pr�-ecl�mpsia s�o preocupantes. Estima-se que sua incid�ncia no Brasil seja de 1,5% e que a doen�a responda por 10% a 15% das mortes maternas diretas em todo o mundo, com 99% delas ocorrendo em pa�ses de menor renda.

M�dica obstetra com mais de 20 anos de experi�ncia profissional, Bruna Pitaluga considera a pr�-ecl�mpsia a doen�a mais cruel da gesta��o: “Resultado de informa��es metab�licas equivocadas, com altera��es de todos os sistemas do corpo humano envolvidos, a pr�-ecl�mpsia pode ser considerada o oposto da gesta��o. Se esta � o equil�brio, aquela � o desequil�brio completo”.

Bruna Pitaluga explica que o sistema imunol�gico exerce papel fundamental na gesta��o. Conforme ela, em conjunto com o sistema end�crino ele fornece informa��es para que, depois do encontro entre o ï¿½vulo e o espermatozoide, o embri�o se implante no �tero e o corpo da m�e receba o beb� de forma controlada e programada: "Quando o sistema imunol�gico est� desequilibrado, essa resposta acontece de forma errada e a placenta n�o se implanta adequadamente".

Nesse sentido condi��es que atrapalham o perfeito funcionamento do sistema imunol�gico s�o consideradas fatores de risco para a pr�-ecl�mpsia e precisam ser acompanhadas e tratadas durante o pr�-natal.

Fator de risco

Conforme a obstetra, a idade gestacional e materna avan�ada, por exemplo, � um fator de risc: “J� � sabido que acima de 40 anos de idade existem altera��es relacionadas � produ��o de horm�nios esteroides, � microbiota e ao sistema imunol�gico".

Dra. Bruna Pitaluga, médica obstetra

Bruna Pitaluga, m�dica obstetra, considera a pr�-ecl�mpsia a doen�a mais cruel da gesta��o

Tereza S�/Divulga��o
A obesidade e o sobrepeso tamb�m podem acarretar a doen�a, por serem pr�-inflamat�rios e desequilibrarem o sistema imunol�gico. Assim como diabetes gestacional ou pr�-gestacional e hipertens�o cr�nica, que costumam estar relacionadas a inflama��es do corpo.

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"Na pr�tica cl�nica, inclusive, � muito comum detectarmos a exist�ncia de uma hipertens�o sobreposta em casos de pr�-ecl�mpsia", relata a m�dica obstetra.

Do mesmo modo, conforme Bruna Pitaluga, doen�as autoimunes  s�o fatores de risco para pr�-ecl�mpsia, porque desencadeiam altera��es de sinaliza��es do sistema imunol�gico.

“A correla��o entre doen�as autoimunes e a pr�-ecl�mpsia j� foram demonstradas por trabalhos multic�ntricos, revis�es sistem�ticas e meta-an�lises e pela pr�tica cl�nica, principalmente entre profissionais que est�o acostumados a realizarem acompanhamento pr�-natal de alto risco”, afirma a obstetra.

Fertiliza��o in vitro � fator desencadente de pr�-ecl�mpsia

Outro fator desencadeante de pr�-ecl�mpsia, de acordo com a m�dica obstetra, � a fertiliza��o in vitro (FIV): “Uma mulher que engravida ap�s uma fertiliza��o assistida n�o apresenta uma sinaliza��o metab�lica igual a quem tem uma gesta��o 'normal”, fisiol�gica”, diz a obstetra.

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Bruna Pitaluga explica que n�o � apenas a t�cnica que contribui para a pr�-ecl�mpsia, mas tamb�m o perfil de quem se submete a ela. “Normalmente, s�o pacientes acima dos 40 anos, que, em raz�o da idade, apresentam doen�as metab�lica cr�nicas, como diabetes gestacional e hipertens�o”, comenta.

Tamb�m podem aumentar o risco de pr�-ecl�mpsia, segundo a m�dica obstetra, os seguintes fatores:
  • Primiparidade (primeira gesta��o)
  • Doen�as renais
  • Intervalos de gesta��o muito curtos ou muito longos
  • Casos de pr�-ecl�mpsia entre parentes de primeiro grau
  • Pr�-ecl�mpsia em gesta��es anteriores
  • Placentas muito grandes
  • Restri��o de crescimento intrauterino
  • Altera��o no exame de ultrassom com Doppler
  • Altera��es de fatores angiog�nicos.
Como a doen�a est� atrelada � inflama��o do corpo, seu tratamento, de acordo com  obstetra, consiste em medidas anti-inflamat�rias, como a utiliza��o do f�rmaco AAS (�cido acetilsalic�lico), que atua controlando alguns fatores com ciclo-oxigenase A2 (uma enzima inflamat�ria).

“Para que melhores resultados com essa terapia sejam alcan�ados deve ser feita sua prescri��o antes de 16 semanas de gesta��o e na dose de pelo menos 100mg (150mg tem sido avaliado em estudos mais recentes)”, indica Bruna Pitaluga.

O tratamento

O melhor tratamento, por�m, segundo a m�dica obstetra, continua sendo a preven��o. Assim, Bruna Pitaluga sugere �s mulheres que, antes de engravidarem, percam peso, controlem doen�as autoimunes, o ciclo circadiano e, principalmente, as defici�ncias de vitaminas e minerais, como vitamina D e magn�sio.

 “A sa�de da mulher e de seu beb� dependem dessas atitudes”, diz. A m�dica obstetra ressalta ainda que as gestantes devem buscar sempre o aconselhamento m�dico antes de adotarem qualquer medida.