mãos massageando as pernas

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), entre janeiro de 2012 e maio de 2022, 425.404 brasileiros foram internados para tratamento da doen�a

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Amanh� (13/10), � Dia Mundial da Trombose. A Society on Thrombosis and Haemostasis (ISTH), instituiu a data em refer�ncia � data de nascimento do m�dico Rudolf Virchow, pioneiro na descri��o da fisiopatologia da trombose. A doen�a multifatorial � caracterizada pela forma��o aguda de co�gulos em veias, ela pode se desenvolver em qualquer parte do corpo, sendo mais comum nos membros inferiores.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), entre janeiro de 2012 e maio de 2022, 425.404 brasileiros foram internados para tratamento da doen�a, sendo que 92% dos atendimentos ocorreram em car�ter de urg�ncia, apenas no Sistema �nico de Sa�de (SUS).
 
Os dados s�o considerados alarmantes, sendo importante observar que a doen�a � mais prevalente em mulheres e pode ter v�rias causas, desde a obesidade ao tabagismo, passando tamb�m pela gen�tica, na realiza��o de procedimentos cir�rgicos prolongados e pelo uso de estrog�nio (horm�nio muito comum em p�lulas anticoncepcionais).

CONTRACEPTIVO

O uso do contraceptivo foi a causa da trombose mesent�rica – tromboembolismo na veia porta do intestino – que acometeu a gerente de comunica��o, Elis Souza, de 40 anos, em 2021. Sem fatores preexistentes que poderiam ser a causa da patologia, o anticoncepcional foi identificado como causador do problema. “Foram dez dias de muitas dores abdominais e nas costas, ap�s uma infec��o intestinal, e tr�s dias de interna��o no Hospital da Unimed-BH para obtermos o diagn�stico”, lembra.

Ainda em tratamento com uso de anticoagulantes, ela revela que est� postergando uma cirurgia para retirada de h�rnias decorrentes dos incha�os causados pela trombose por medo de desenvolver a doen�a em outras partes do corpo a partir da cirurgia. “Desenvolvi duas h�rnias e n�o podia fazer a cirurgia. Hoje, j� estou liberada, uma vez que posso ficar mais de dez dias sem tomar as medica��es. No entanto, mesmo fazendo todo o tratamento e seguindo todas as recomenda��es m�dicas para preven��o de novos epis�dios, sinto medo de passar por tudo novamente”, desabafa.  

De acordo com o angiologista e cirurgi�o vascular, m�dico cooperado da Unimed-BH, Eduardo Tomich, o uso de anticoncepcionais, sobretudo orais com estr�genos, aumenta em tr�s a seis vezes o risco de trombose venosa. “Altera��es sangu�neas como aumento de fatores de coagula��o e diminui��o de fatores protetores estariam relacionados com o aumento da incid�ncia. Al�m disso, gestantes tamb�m apresentam um risco aumentado de trombose e, por isso, vale a pena discutir com o m�dico assistente sobre os riscos individuais e op��es”, explica.

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Ele afirma ainda que o maior risco da doen�a s�o suas complica��es, que podem acarretar em insufici�ncia venosa cr�nica ou s�ndrome p�s-tromb�tica; incha�o cr�nico do membro afetado - no caso das pernas, acompanhado de varizes; mudan�as na pele, que pode se tornar mais escura e seca; coceira muito forte que pode levar a uma ferida de dif�cil cicatriza��o e, a mais grave delas, a embolia pulmonar (EP), que apresenta alto �ndice de mortalidade.

“Diante da gravidade das complica��es agudas e tardias do tromboembolismo venoso, a preven��o da trombose � fundamental. Medidas como atividade f�sica di�ria, controle de peso, hidrata��o constante, aboli��o do tabagismo e avalia��o com especialista em angiologia quando houver hist�ria familiar de trombose venosa contribuem com a preven��o”, explica.

 “Al�m disso, a a��o de m�todos f�sicos – como eleva��o dos membros inferiores, fisioterapia e o uso de meias de compress�o graduada – e farmacol�gicos com o uso de drogas anticoagulantes e inibidores da atividade plaquet�ria tamb�m auxiliam na redu��o de riscos em pessoas j� identificadas com grandes probabilidades de desenvolver a patologia."