
Na �ltima semana, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Dr. Mauro Ribeiro, publicou um agradecimento aos mais de 550 mil m�dicos brasileiros, juntamente com todos os demais profissionais da sa�de, pelo �rduo trabalho no combate � pandemia nos �ltimos dois anos.
Contudo, o que mais chamou a aten��o no pronunciamento do m�dico foi seu desabafo, em nome de todos os profissionais da sa�de, pelos constantes ataques que t�m sofrido por parte do Congresso Nacional, de forma absurda e covarde.
� um fato incontest�vel que m�dicos, enfermeiros e demais profissionais do setor da sa�de s�o os principais atores no enfrentamento da pandemia. Contudo, � vis�vel a deprimente “disputa” que o Congresso Nacional op�e a estes profissionais, pelo protagonismo no combate ao COVID-19.
Desde o in�cio de 2021, quando todos se isolaram em p�nico diante da primeira pandemia da era moderna, os m�dicos assumiram imediatamente seu papel na linha de frente, sem qualquer hesita��o. Enfrentaram o desconhecido, com o altru�smo que � peculiar � profiss�o. Abriram m�o dos pr�prios interesses, colocando em risco sua seguran�a e sa�de. Abdicaram at� mesmo da conviv�ncia com suas fam�lias naqueles que, poderiam ser seus �ltimos dias, em prol dos pacientes.
Muitos m�dicos assumiram fun��es para as quais sequer foram capacitados, assumindo riscos ainda maiores diante da falta de intensivistas. Jovens ainda residentes acabaram em UTI’s, na linha de frente do combate � pandemia, lidando com dezenas de mortes di�rias, sem a infraestrutura m�nima que lhes garantisse a preserva��o da pr�pria sa�de e vida.
Onde estavam os deputados e senadores, durante todo esse tempo? No conforto e na seguran�a de suas casas, fazendo discursos em nome de uma “ci�ncia” que sequer conhecem, e buscando protagonismo como “her�is da pandemia”. Estavam fazendo a �nica coisa que sabem: Pol�tica. E, muitos, criando “dinheirodutos” atrav�s do superfaturamento na compra de equipamentos e insumos, dentre outras manobras.
Neste contexto, certas vacinas ganharam “padrinhos” na pol�tica, assim como alguns medicamentos e tratamentos. E o que j� estava ruim, ficou ainda pior: Al�m da pandemia do COVID-19, passamos a conviver paralelamente com a “pandemia pol�tica”. A popula��o influenciada, passou a interferir na autonomia dos m�dicos, por conta de aliena��es e prefer�ncias pol�ticas. Um verdadeiro caos na sa�de.
Recentemente, chegamos ao c�mulo de o Congresso Nacional buscar a criminaliza��o do tratamento da doen�a com certos medicamentos. Outro projeto prop�s a proibi��o do uso off-label de qualquer medicamento. Medidas no m�nimo imprudentes, que usurpam a autonomia de quem de fato entende do assunto. E advindas de pessoas que n�o pensam em outra coisa, sen�o nas elei��es presidenciais de 2022.
Segundo o CFM, 893 m�dicos perderam a vida, at� esta data, no enfrentamento da pandemia, atuando na linha de frente. No mundo, s�o mais de 115 mil profissionais da sa�de, vitimados. Quantos deputados e senadores morreram na linha de frente do enfrentamento da pandemia? Nenhum.
J� somos mais de 22 milh�es de brasileiros recuperados, cada qual com o tratamento que o m�dico respons�vel entendeu como mais pertinente. E quantos brasileiros foram salvos pelo Congresso Nacional? Podemos refletir em sentido contr�rio, visto que todos n�s lutamos contra o COVID-19 utilizando um sistema de sa�de falido por conta da corrup��o, o que certamente contribuiu para grande parte das mais de 619 mil mortes no Brasil.
Ap�s quase dois anos de pandemia, temos mais de 90% dos m�dicos do pa�s com a sa�de e a vida gravemente impactadas, segundo dados do CFM. A s�ndrome do burnout � um dos principais diagn�sticos, causando ansiedade, estresse, exaust�o f�sica e emocional, e uma s�rie de outros transtornos.
Em paralelo a isso, assistimos no �ltimo dia 17/12, a derrubada do veto presidencial, pelo Congresso Nacional, garantindo um fund�o eleitoral de mais de 5 bilh�es de reais para o financiamento das elei��es de 2022, enquanto o pa�s agoniza com a costumeira escassez de recursos para a sa�de, e assiste � dissemina��o da nova variante Omicron.
Quem s�o os her�is no combate � Covid-19? Os m�dicos e todos os profissionais da sa�de que atuam na linha de frente, obviamente. N�o s� no Brasil, mas em todo o mundo. Nossa reflex�o, na verdade, deve ser sobre o que, de fato, essas autoridades pol�ticas fizeram em prol da popula��o diante dos enormes impactos sociais, sanit�rios e econ�micos da pandemia.
Renato Assis � advogado, especialista em Direito M�dico e Odontol�gico h� 15 anos, e conselheiro jur�dico e cient�fico da ANADEM. � fundador e CEO do escrit�rio que leva seu nome, sediado em Belo Horizonte/MG e atuante em todo o pa�s.
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