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Estado de Minas T� CHEGANDO A HORA

A Geografia e o Enem: olho nas dicas!

Relembrando, sucintamente, alguns conhecimentos da geografia para a resolu��o de parte das quest�es das Ci�ncias Humanas e suas tecnologias, no Enem


15/11/2021 06:00 - atualizado 14/11/2021 22:30

Candidatos fazem prova do ENEM em 2009
Confira as dicas e orienta��es para n�o passar aperto no ENEM (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)


O Enem est� chegando. O que rever da Geografia? S�o tantas possibilidades: geografia f�sica, humana ou geopol�tica? Por onde come�ar? Deu um n�? N�o sabe como desatar? 

Vamos l�. Comecem pela cartografia. A orienta��o (j� de in�cio para n�o desnortear), escalas num�ricas, gr�ficas para as dist�ncias calcular. As latitudes e longitudes das coordenadas geogr�ficas permitem localizar. Entendam os fusos hor�rios. Lembrem-se de que, quando acordo no Ocidente, no Oriente adorme�o, pois para leste as horas se somam e para oeste, subtraem.  

Relembrem os mapas topogr�ficos e as suas curvas de n�vel representando o relevo. Quanto mais pr�ximas, maior declividade indica, ao passo que o afastamento imp�e a planura do terreno. N�o esque�am as proje��es cartogr�ficas: cil�ndricas, c�nicas e azimutais. Mercator, Peters e a ONU delas se utilizaram para representar o planeta e seus interesses. Apesar das permanentes distor��es, elas s�o uma das formas de ver o mundo. Enquanto isso, aguarda-se o Brasil no topo, conforme a sua grandeza, equivalente ao seu poder e com equidist�ncia similar �s maiores pot�ncias planet�rias.
 
Mas a geografia f�sica n�o � s� isso. H� 14 bilh�es de anos, a explos�o primordial (Big Bang) deu origem ao universo, que, como a bailarina ao dan�ar, movimenta as for�as centr�fugas e centr�petas da f�sica, expandindo e contraindo, formando gal�xias, estrelas, planetas... 

O Planeta Terra � s� um fragmento com a sua hist�ria dividida em eras geol�gicas: arqueo, protero, paleo, meso e ceno, que teimam em terminar tudo igual, pois possuem o mesmo radical: zoica, pois isso significa vida e a Terra busca a vida. Valorizem as esp�cies, mas, em especial, o ambiente que as permitiu estar aqui. Tudo foi feito para receb�-las. Respeite!
 
Lembrem-se: a Terra tem a sua crosta fragmentada impulsionada pelo pulsar das placas tect�nicas. A cada movimento, afastam, colidem e deslizam gerando terremotos, vulc�es e montanhas.  

No meio da confus�o surgiram as rochas: magm�ticas, metam�rficas e sedimentares, os componentes das estruturas geol�gicas, abrigando (ou n�o), no seu substrato, os recursos naturais met�licos ou f�sseis. Os escudos cristalinos, as bacias sedimentares e os dobramentos modernos se espalharam pelos continentes, exibindo as suas formas plan�lticas, planas e montanhosas. Nesta zona superficial terrestre, h� um embate poderoso das for�as destruidoras para equilibrar-se com as for�as criadoras internas do planeta. Caso contr�rio, n�o haveria vida e a Terra pede vida.

Tem o clima, que tanto encanta e amedronta, com seus fen�menos. Ou ser� o tempo? N�o. O tempo � muito inconstante. Melhor a const�ncia do clima (talvez nem tanto com o aquecimento global).  

Os seus elementos s�o fundamentais. A temperatura que oscila com a latitude e a altitude, explicando por que h� neve no Equador e tr�picos; a umidade � respons�vel, entre outras coisas, pelas chuvas convectivas, orogr�ficas ou frontais; e a press�o atmosf�rica � que define o movimento dos ventos globais, dos ventos regionais (aqueles que sopram logo ali, como as brisas e mon��es) ou que assoviam mais pertinho (que o digam os ga�chos e o seu vento Minuano).

Os fatores clim�ticos como as massas de ar, continentalidade, maritimidade e correntes mar�timas influenciam e modificam os padr�es clim�ticos. A atmosfera delgada, sempre vulner�vel, n�o deve ser esquecida. 

A �gua das chuvas forma os rios, lagos, len��is subterr�neos e, na forma de vapor, se espalha pelo ar. Essa mesma �gua vai decompor a rocha para formar o solo e a m�gica se completar. Esse solo abriga a semente que brotar� e preencher� a paisagem de florestas de folhas dec�duas, perenes, ac�culas e latifoliadas; campos de gram�neas; savanas herb�ceas, arbustivas e arb�reas. A biodiversidade ser� definida pela disponibilidade de calor e �gua presentes no sistema. N�o estranhem os cactos des�rticos e as tundras polares.

N�o omitam os rios. Min�sculos nas suas nascentes, correm impetuosos pelas encostas, sem restri��es se alargam gradualmente e, malandramente, serpenteiam com seus meandros pelas plan�cies at� desembocarem no mar, por meio de v�rios canais dos deltas ou o canal solit�rio do estu�rio. A sua trajet�ria e magia s�o inestim�veis. 

Os oceanos s�o estrat�gicos e imperiosos. As correntes mar�timas, por onde passam, deixam seus tra�os: as frias, como Humboldt, t�m mais oxig�nio e mais peixes, mas as costas banhadas s�o mais �ridas; as quentes, como a do Golfo do M�xico, promovem chuvas, tempestades e furac�es, amenizam o clima das latitudes elevadas, favorecem a ressurg�ncia e a piscosidade das �guas. 

Em alguns momentos, as temperaturas do Pac�fico Sul, mais frio, sobem, de forma natural e desconhecida.  � o El Ni�o. Como todo bom menino, suas “travessuras” provocam uma “bagun�a” no clima global.  

Mas a geografia n�o se restringe aos conhecimentos geof�sicos. A geografia humana merece sua aten��o, pois no �ltimo minuto da hist�ria da Terra, surge o homem, a �ltima e a mais perfeita obra desse planeta.  

Formavam grupos n�mades, coletores e ca�adores. Ainda primitivos, pegaram uma pedra, depois outra e bateram a primeira contra a segunda, criando outra forma. Provavelmente, assim descobriram a ousadia de agir sobre o meio ambiente e modific�-lo, continuamente, em seu pr�prio benef�cio. 

Com o tempo, as mulheres domesticaram as sementes e desenvolveram a agricultura. A esp�cie humana tornou-se sedent�ria. Na Antiguidade, o campo produziu excedentes permitindo a cria��o das cidades. A evolu��o das atividades artesanais e comerciais intensificou a insana necessidade de dominar outros povos e territ�rios, assim avan�aram al�m-mar. O Novo Mundo foi “desbravado”. Os resultados nefastos dessa investida perduram at� hoje.

A humanidade n�o parou de progredir. Nasceu a era industrial, as novas fontes de energia nos motores a vapor e a combust�o (movidos a carv�o e petr�leo, respectivamente) e, com ela, o desenvolvimento da ci�ncia e da tecnologia. A popula��o explodiu em n�meros, exigindo, cada vez mais, a necessidade de nutri��o em massa. Malthus fez proje��es assombrosas. 

Nesse frenesi, vieram as grandes guerras do S�culo XX. As fronteiras artificiais se moviam num ritmo acentuado. Novas rela��es geopol�ticas foram institu�das. A geografia do poder se transfere da Europa para o continente americano.  O mundo torna-se bipolar. Os EUA e a ex-URSS definem as rela��es mundiais no cen�rio da Guerra Fria.

O muro cai em 1989. Em 1991 a ex-URSS se desfaz. Com o colapso do regime pol�tico-econ�mico no Oriente, o Capitalismo atingiu sua apoteose. � o fim da hist�ria? A hist�ria se acelera. A globaliza��o dita as normas. O rural e o urbano formam uma fus�o, explorando mais recursos, consumidos em excesso e cada vez menos dur�veis. O Planeta pede socorro. A humanidade pede socorro. 

As tecnologias avan�am em um ritmo impressionante nos “vales do sil�cio” espalhados pelo mundo.  Atendem desde o cidad�o comum aos objetivos menos nobres. Armas cada vez mais poderosas s�o desenvolvidas consumindo mais gastos que investimentos na redu��o das desigualdades sociais. O combate ao terror n�o eliminou o terror, deu a ele novos artif�cios. 

Centenas de milhares de homens, mulheres e jovens saem �s ruas e se levantam contra a opress�o, a discrimina��o e as mudan�as clim�ticas. Apelam por um mundo melhor. Buscam uma “nova ordem” mundial nessa babel t�o resumidamente aqui descrita. 

E, assim, encerro essa aud�cia geogr�fica. Muito n�o foi citado. Para isso, h� livros extensos. Apenas cito alguns conceitos dessa ci�ncia t�o encantadora, destinada �queles que aqui chegarem. 

Como bem descreveu Guimar�es Rosa: “O correr da vida embrulha tudo. A vida � assim: esquenta e esfria, aperta e da� afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente � coragem“.  No pr�ximo fim de semana, tenham coragem para dar os primeiros passos do prov�vel caminho do resto da vida de voc�s! Boa sorte!

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