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Estado de Minas AUTISMO � DIVERSIDADE

N�o fale de cura: caminhos para inclus�o de pessoas autistas

No Dia Mundial de Conscientiza��o do Autismo, m�es e filhos ativistas relatam desafios na busca por direitos e falam sobre avan�os do tema na sociedade


02/04/2022 03:00 - atualizado 02/04/2022 12:49

Andrea e Theo sorriem para a câmera
O abandono � o principal desafio para as m�es de crian�as com defici�ncia ou doen�as raras, conta Andrea (foto: Arquivo pessoal)

Andrea Werner, de 46 anos, � jornalista, escritora e m�e do Theo, de 13 anos, um adolescente autista. Ela conta que o filho come�ou a apresentar sinais da defici�ncia pr�ximo de completar um ano de idade e foi a escola que realizou o primeiro encaminhamento da crian�a a um profissional para o diagn�stico, aos 2 anos.

Com maior acesso a terapeutas particulares e tratamentos intensivos, Andrea come�ou um blog, chamado "Lagarta vira pupa", para compartilhar relatos e informa��es �teis para outras m�es de autistas. Foi quando percebeu a dificuldade que as fam�lias que dependem exclusivamente da rede p�blica passam ap�s o diagn�stico. Al�m da precariedade do atendimento, o abandono.



Uma pesquisa do Instituto Baresi, em S�o Paulo, realizada em 2012, apontou que cerca de 78% dos pais abandonaram as m�es de crian�as com defici�ncias e doen�as raras antes dos filhos completarem 5 anos de vida. A sequ�ncia de neglig�ncias, do Estado, dos companheiros e das fam�lias acabam provocando adoecimento mental dessas mulheres, romantizadas como "guerreiras" e "m�es de anjos". 

"� muito c�modo para a sociedade taxar essas mulheres de guerreiras, de escolhidas por Deus e n�o fazer a sua parte. Na verdade, essas mulheres n�o s�o guerreiras, elas est�o sobrecarregadas", conta Werner.

Andrea segura o livro e sorri
'Lagarta vira pupa', livro que conta as hist�rias e aprendizados de Andrea ao lado do filho autista (foto: Arquivo pessoal)


O ativismo cresceu, foi lan�ado um livro com o nome "Lagarta vira pupa" e hoje o projeto se tornou um Instituto de apoio para m�es e familiares de pessoas com defici�ncia. � esse ativismo que movimenta e une m�es de crian�as neurodivergentes, como � o caso de Renata Oliveira, m�e do Arthur. Ele tem 22 anos, � autista, programador e tiktoker.
"Muitos pais me chamam no Instagram, contando alguma hist�ria, perguntando o que fazer. Essa semana uma m�e perguntou para o Arthur o que poderia fazer porque a filha, autista, passou a recusar o arroz e feij�o de sempre", diz Renata. "Eu disse que algo pode ter mudado, como o tempero, a marca, a tigela que est� sendo servido, ou a posi��o dos alimentos no prato e isso pode estar fazendo com que ela rejeite a comida", explicou o Arthur.

Luta contra o charlatanismo

Al�m de todas as dificuldades j� mencionadas, muitas fam�lias s�o bombardeadas na internet com sugest�es "milagrosas" de tratamento ou promessa de "cura" do autismo. Em 2019, viralizou nas redes sociais um rem�dio que seria capaz de eliminar "vermes" do autismo pelas fezes.



O MMS, um alvejante industrial, era vendido em diversos sites on-line, de f�cil acesso. A febre acabou conquistando m�es e pais que ainda t�m dificuldade para aceitar a defici�ncia e est�o desesperados. O uso do produto � extremamente arriscado, e pode causar diarreia e les�es no trato intestinal, sem nenhuma correla��o cient�fica de que ele poderia trazer a "cura" do autismo. 



"J� vi sendo vendidos para autismo desde �leos essenciais at� alvejante dilu�do (MMS), ozonioterapia, muita coisa que n�o tem comprova��o cient�fica e que � perigoso para a sa�de. � um terreno f�rtil para ganhar dinheiro, com pouca fiscaliza��o nos conselhos, inclusive no de medicina", diz Andrea Werner.

Ou�a e acompanhe as edi��es do podcast DiversEM





*estagi�rias sob supervis�o do subeditor Rafael Alves


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