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Estado de Minas VIOL�NCIA POL�TICA CONTRA A MULHER

Duda Salabert pede por seguran�a para as mulheres candidatas nas elei��es

Relat�rio de Viol�ncia Pol�tica Conta a Mulher mostra que, nas elei��es municipais de 2020, pelo menos nove candidatas foram assassinadas ou sofreram atentados


13/04/2022 11:54 - atualizado 13/04/2022 15:46

Vereadora Duda Salabert dando entrevista
Duda Salabert fala sobre viol�ncias sofridas na pol�tica (foto: Tulio Santos/EM/DA PRESS)
A vereadora Duda Salabert (PDT) ressalta que � imprescind�vel cobrar do Estado mecanismos que garantam a seguran�a das mulheres, cis, travestis ou trans nas elei��es de outubro deste ano. Duda participa do debate Viol�ncia Pol�tica de G�nero,  que ser� realizado na arena da Fafich, na Universidade Federal de Minas Gerais,  na Pampulha, nesta quarta-feira (13/4) �s 18h. Na ocasi�o ser� lan�ado o livro “Sempre foi sobre n�s: Relatos da viol�ncia pol�tica de g�nero no Brasil”.
 
“� importante a gente cobrar das institui��es do Estado, mecanismos que garantam que as mulheres, sejam elas travestis, transexuais ou cis g�neros, consigam enfrentar esse processo eleitoral sem sofrer tamanha viol�ncia politica como ocorreu em elei��es anteriores. � um desafio e ao mesmo tempo uma cobran�a que n�s fazemos”, afirma a vereadora.
 
Acompanham Duda no debate a ex-deputada estadual Manuela D’Avila, a ex-deputada federal J� Moraes (PCdoB) e a Coordenadora do N�cleo de Estudos e Pesquisa sobre a mulher (Nepem), Marlise Matos. “A ideia � que a gente traga nessa roda de conversa um pouco do acumulo de experiencias e viv�ncias e reflex�es no que se refere � viol�ncia pol�tica, afirma Duda.
 
O crescimento da participa��o pol�tica das mulheres veio acompanhado do aumento no n�mero de casos de viol�ncia pol�tica conta elas.  “Eu mesma, na C�mara Municipal no Dia das mulheres no ano passado, fui v�tima da viol�ncia pol�tica em que um vereador desconsiderou minha identidade de g�nero e ainda comparou o feminismo � �gua de salsicha, ou seja, que na vis�o dele n�o tem serventia nenhuma”, relata a vereadora.
 
Duda conta que sofreu tr�s amea�as de morte, no ano passado, fazendo-a se afastar do exerc�cio de sua profiss�o como professora e ter que andar com escolta a fim de garantir sua seguran�a.

Viol�ncia pol�tica de g�nero

Assim como na viol�ncia dom�stica, a viol�ncia pol�tica de g�nero pode ocorrer em v�rias esferas e de v�rias formas, como viol�ncia verbal, f�sica, psicol�gica, econ�micas e simb�licas. Al�m disso a estrutura patriarcal da sociedade auxilia a manuten��o espa�os de poder, dificultando a a��o das mulheres na pol�tica e mantendo homens, em sua maioria brancos, em cargos pol�ticos. 

Casos como o da vereadora do Maranh�o Katyane Leite (PTB), que foi interrompida e teve o microfone arrancado de suas m�os pelo vereador Emanuel Nascimento (PL) durante a sess�o da C�mara Municipal de Pedreiras. A senadora Simone Tebet (MDB) foi chamada de “descontrolada” por Wagner Ros�rio durante a CPI da COVID-19. 
A deputada estadual de S�o Paulo Isa Penna (Psol) foi apalpada durante sess�o na Assembleia Legislativa de S�o Paulo (Alesp). O mais marcante de todos os casos foi o assassinato da vereadora Mariele Franco, feminic�dio pol�tico ainda n�o esclarecido.
 
Pesquisa do jornal O Globo mostrou que 80,8% das deputadas e senadoras afirmam que, durante o exerc�cio do mandato, sofreram algum tipo de viol�ncia pol�tica de g�nero. E segundo o Relat�rio de Viol�ncia Pol�tica Conta a Mulher de 2020-2021, nas elei��es municipais de 2020, pelo menos nove candidatas foram assassinadas ou sofreram atentados.

Al�m das agress�es vis�veis e pass�veis de judicializa��o, existem as microagre��es di�rias que sutilmente afetam a participa��o das mulheres no �mbito pol�tico, podendo chegar a afetar a sua sa�de mental.
 
“As agress�es silenciosas s�o as mais constantes e as que mais machucam. A viol�ncia no olhar objetifica nossa exist�ncia Tamb�m fazem isso em risos, piadas e na tentativa de deslegitimar e desqualificar nossa pol�tica”, afirma Duda. “� sutil, mas, nem por isso, deixa de ser viol�ncia”, completa.

Outra forma de viol�ncia � a tentativa de caricaturar a atua��o pol�tica, colocando a mulher como qualificada apenas para discutir pautas ligadas � mulher, e n�o outras como saneamento b�sico, emerg�ncias clim�ticas e quest�es ligadas a economia, restringindo a atua��o das mulheres e trans �s pautas que tangem diretamente as mulheres ou a popula��o LGBTQIA.

Sempre foi sobre n�s

O livro, organizado por Manuela D’�vila, conta com o relato de 18 mulheres, entre elas Anielle Franco, �urea Carolina, Dilma Rousseff, Erika Hilton, Sonia Guajajara, Al�m de J� Moraes Duda Salabert, Marlise Matos, que estar�o presentes no evento na UFMG.

Al�m da cobran�a, o livro tem o objetivo de materializar um pouco do que essas mulheres viveram e sensibilizar a sociedade para esse tema que foi historicamente apagado pela viol�ncia pol�tica, em uma tentativa de desnaturalizar essa pratica. 

“Todas n�s fomos coautoras do livro que a Manuela D’Avila idealizou”. Conta Duda. “Muitas de n�s sofreram amea�as de morte. Da� a import�ncia de ter esses registros escritos da viol�ncia que nos sofremos para cobrar dos �rg�os respons�veis que ampliem a seguran�a das mulheres nesse cen�rio de elei��o t�o belicoso”, completa Duda.

Ou�a e acompanhe as edi��es do podcast DiversEM




 
*Estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz 


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