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Estado de Minas RIO DE JANEIRO

Ato em Copacabana pela liberdade religiosa lembra M�e Bernadete

L�der do Quilombo Pitanga dos Palmares foi assassinada h� um m�s


18/09/2023 12:24
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Ato em Copacabana
(foto: Tomaz Silva/Ag�ncia Brasil)
A Praia de Copacabana se tornou mais uma vez palco de uma grande manifesta��o pela liberdade religiosa. � a 16ª edi��o de um ato que j� tem data fixa no calend�rio da cidade. Todos os anos, sempre no terceiro domingo do m�s de setembro, praticantes de diferentes credos se unem para pedir paz e denunciar casos de intoler�ncia e de racismo.

A Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa � convocada anualmente por duas entidades. Uma delas � o Centro de Articula��o de Popula��es Marginalizadas (Ceap), que desde 1989 atua na promo��o da cultura negra como forma de combate ao racismo e � intoler�ncia religiosa. A outra � a Comiss�o de Combate � Intoler�ncia Religiosa do Rio de Janeiro (CCIR), fundada em 2008 inicialmente por umbandistas e candomblecistas, mas que agrega atualmente representantes das mais variadas cren�as.

Os participantes come�aram a se concentrar �s 10h no posto 5 de Copacabana e, por volta de 13h, iniciaram a caminhada pela orla. Este ano, foi lembrado o assassinato da l�der quilombola M�e Bernadete, ocorrido h� exato um m�s. Aos 72 anos, ela foi alvo de tiros dentro da associa��o do Quilombo Pitanga dos Palmares, no munic�pio de Sim�es Filho (BA).
 
"Essa caminhada � em mem�ria a ela e � luta que ela empreendeu na defesa dos nossos povos", disse o babalaw� Ivanir dos Santos, interlocutor da CCIR. Ele explica que n�o se trata de um ato religioso.

"� uma caminhada de religiosos e n�o-religiosos na defesa de uma agenda civil que � o Estado Democr�tico de Direito, as liberdades, a democracia, a diversidade e mais ainda os direitos humanos. Ent�o isso � o que n�s estamos celebrando todo ano. Infelizmente, cada vez mais cresce na sociedade a intoler�ncia, a misoginia, a homofobia, o racismo", diz Santos.
 
Apesar da presen�a de praticantes de religi�es de diferentes cren�as crist�s, a imensa maioria dos participantes eram vinculados a religi�es de matriz africana. No carro de som, a diversidade pautou a programa��o: houve apresenta��es de grupos culturais umbandistas, candomblecistas, cat�licos, evang�licos, entre outros. Ivanir dos Santos afirma que essa � uma pauta que precisa envolver toda a sociedade.

"Continuamos fazendo um trabalho de diversidade. Essa � uma luta em benef�cio de todos. Quando o obscurantismo cresce, ele amea�a as liberdades: a liberdade de imprensa, a liberdade pol�tica e a liberdade de pensamento. Ent�o, lutar contra a intoler�ncia n�o � s� uma tarefa das religi�es de matriz africana, mas de toda a sociedade. Afinal de contas, a intoler�ncia � um ataque � Constitui��o Brasileira".

O sacerdote Luiz Coelho, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, pediu maior mobiliza��o dos crist�os. "O Brasil � um pa�s plural que tem v�rios povos, v�rias culturas e tamb�m tem v�rias religi�es. Principalmente para n�s, que somos pessoas crist�s e que formamos a maioria da popula��o brasileira, � muito importante endossar que n�o h� espa�o para viol�ncia, n�o h� espa�o para a intoler�ncia religiosa".

Coelho enfatizou que os diferentes credos podem trabalhar juntos pela paz, pela harmonia dos povos, pelo fim da viol�ncia e por uma cultura de vida. "Devemos apoiar principalmente a religi�es de matriz africana e ao xamanismo, que j� sofreram tantas persegui��es e ainda hoje s�o v�timas de preconceito", acrescentou.
 Caravanas de outros estados, como S�o Paulo e Minas Gerais, contribu�ram para engrossar o n�mero de manifestantes. Pai Denisson D'Angelis, sacerdote de umbanda do Instituto CEU Estrela Guia, saiu de S�o Paulo para estar presente na caminhada. Ele cobrou uma pol�tica de Estado em favor da liberdade religiosa.

"Precisamos estar de m�os dadas contra todo tipo de vilip�ndio, de agress�o, como foi o caso da m�e Bernardete. Temos uma luta muito grande pela liberdade do povo de matriz africana, dos amer�ndios e atos como esse v�m refor�ar a necessidade de sermos respeitados".

Presente na caminhada, Felipe Avelar, diretor jur�dico da Comiss�o de Combate � Intoler�ncia Religiosa (CCIR) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), enfatizou que a entidade vem acompanhando os casos para ter uma postura ativa no encaminhamento tanto em �mbito criminal como em �mbito administrativo junto �s autoridades competentes. "A liberdade religiosa � um direito fundamental", pontuou.
 

Minorias


O ato contou com a presen�a de representantes de credos que tem menos express�o no pa�s, ainda que diversos deles tenham longa tradi��o. O monge Gyouun Vieira observou que o budismo desembarcou no Brasil em 1908 junto com a imigra��o japonesa.

"Um dos principais motivos que geram a intoler�ncia � a falta de informa��o e de conhecimento. Eventos como esse fazem com que a gente possa conhecer mais as religi�es. � poss�vel encontrar l�deres religiosos que n�o temos a oportunidade de encontrar no dia a dia", avaliou.
Entre outros grupos presentes estavam a Associa��o Ahmadia do Isl� no Brasil e a Uni�o Wicca do Brasil. O presidente da Uni�o Cigana do Brasil, Marcelo Vacite, lembrou que o estado � laico e que todos t�m direito de cultuar a sua religi�o. "N�o podemos incentivar o fanatismo religioso, porque ele mata, ele destr�i, ele fere", afirmou.


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