
Segundo Reynaldo, cerca de 20% dos valores oriundos das contas de luz s�o direcionados ao custeio da distribui��o de energia. O restante, por sua vez, serve para cobrir encargos e a transmiss�o. Por isso, segundo ele, a inadimpl�ncia e a redu��o no consumo geram dificuldades ao setor. “Quando somamos a redu��o da carga e o aumento da inadimpl�ncia, vemos que n�o sobrou nada para a distribui��o. A queda foi maior que os 20% destinados a esse fim”, explicou.
A Cemig tenta, junto � Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel), um financiamento emergencial para auxiliar as empresas distribuidoras de energia no enfrentamento � inadimpl�ncia. “Apenas com a garantia de que as distribuidoras ter�o liquidez asseguramos que todo o sistema n�o ser� afetado. Por si s�, � evidente que as empresas distribuidoras do pa�s, e n�o s� a Cemig, n�o t�m tal capacidade”, disse.
Por determina��o da Aneel, os cortes no fornecimento de luz est�o suspensos at� 25 de junho. Ao justificar a inadimpl�ncia, Reynaldo alegou que cerca de 60% dos consumidores quitam os d�bitos por meio de lot�ricas, estabelecimentos que, em muitos locais, est�o fechadas devido � COVID-19.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que a inadimpl�ncia nas contas de luz brasileiras foi de 12% no �ltimo m�s. As perdas giram em torno de R$ 1,8 bilh�o.
Questionado por deputados sobre um poss�vel aumento no valor da tarifa de energia, Reynaldo assegurou que n�o houve mudan�a na al�quota. Ao comentar relatos de consumidores que receberam contas mais caras que o usual, ele explicou que a mudan�a nos pre�os pode ter ocorrido por crescimento do consumo individual ou, ent�o, por problemas isolados nos rel�gios que medem o consumo.
Nesta quarta-feira, o Estado de Minas mostrou que consumidores t�m denunciado aumentos exorbitantes nas contas de luz e �gua. A recomenda��o da Cemig � o monitoramento do consumo, comparando as tarifas aos valores pagos em meses anteriores. As ag�ncias de atendimento ao cliente da Cemig est�o fechadas. Houve, ainda, redu��o no n�mero de trabalhadores respons�veis por acolher as liga��es dos consumidores. Por isso, Reynaldo recomendou, aos clientes que acreditam ser alvo de cobran�as indevidas, os canais digitais de relacionamento.
Em mar�o, antes da decis�o da Aneel, o governador Romeu Zema (Novo) anunciou que usu�rios da tarifa social de luz, voltada �s fam�lias de baixa renda, n�o ter�o o servi�o cortado durante a pandemia. Os d�bitos poder�o ser parcelados em at� seis vezes. A divis�o dos valores devidos vale, tamb�m, para pequenas empresas, hospitais p�blicos, filantr�picos e unidades de pronto-atendimento.
Expans�o mantida
Segundo o presidente da Cemig, mesmo ante a pandemia, o plano que visa atualizar e recompor a rede de distribui��o de luz est� mantido. A ideia � investir at� R$ 1,5 bilh�o neste ano. As cifras podem chegar a R$ 6,7 bilh�es em 2022.“A decis�o de seguir com o programa seja, talvez, nossa grande contribui��o, que � de longo prazo. Nossa expectativa � de uma grande melhora na qualidade de presta��o de servi�o”, declarou.
Perguntado pela deputada Laura Serrano (Novo) sobre a privatiza��o da Cemig, defendida por Zema, o presidente se mostrou favor�vel � ideia e classificou uma poss�vel venda da companhia como um “motor de transforma��o”. Ele, no entanto, lembrou que a privatiza��o precisa da anu�ncia da Assembleia.