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Estado de Minas �S MOSCAS

Com pandemia, Confins parece uma cidade-fantasma

Com atividades do aeroporto e do turismo de fim de semana suspensas, munic�pio da Grande-BH tem cen�rio desolador


08/04/2021 15:46 - atualizado 08/04/2021 17:42

As atividades econômicas ficaram ainda mais comprometidas em Confins com as restrições da onda roxa(foto: Leandro Couri/EM/D.a Press )
As atividades econ�micas ficaram ainda mais comprometidas em Confins com as restri��es da onda roxa (foto: Leandro Couri/EM/D.a Press )

A cidade de Confins, que originou o nome do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, na Regi�o Metropolitana, est� �s moscas sob o efeito da pandemia. A vis�o de quem chega � �rea central � de desola��o.

Em 2018, segundo o IBGE, o munic�pio estava, proporcionalmente � popula��o ativa, na primeira posi��o em n�mero de pessoas ocupadas (97,8%), em rela��o aos demais 852 munic�pios do estado e a quarta em sal�rio m�dio mensal, com 4,1 sal�rios m�nimos.
 
Um ano ap�s as restri��es impostas pela pandemia, os reflexos podem ser sentidos na economia local, basicamente composta por pequenos comerciantes, servi�os e turismo religioso e rural. A cidade, na onda roxa, est� praticamente isolada, com barreiras sanit�rias e proibi��o de entrada dos habituais turistas de fim de semana e peregrinos ao Santu�rio Schoenstatt Tabor da Liberdade.
A retra��o econ�mica pode ser medida no aumento do volume de atendimento da Secretaria de Assist�ncia Social do munic�pio. "S�o mais de 3.500 pessoas sendo atendidas pelos servi�os diretos ou indiretos, que v�o desde apoio psicol�gico e psiqui�trico at� fornecimento de cesta b�sica", revela o secret�rio de governo, Fl�vio Toledo, o que representa quase metade da popula��o. 
 
"A nossa economia basicamente � de com�rcio local, simples, em todos os segmentos", explica Toledo. Com a diminui��o das atividades aeroportur�rias, muitos prestadores de servi�o tiveram contratos encerrados, foram demitidos e v�rios terceirizados perderam o emprego. Segundo o secret�rio, toda essa m�o de obra n�o foi absorvida pelo mercado informal, "devido aos sucessivos decretos de suspens�o de atividades". 
 
O aeroporto, segundo o secret�rio, � respons�vel pelo repasse de R$ 6 milh�es, de uma arrecada��o total de R$ 40 milh�es. Mas a suspens�o de voos e atividades no Aeroporto Internacional Tancredo Neves n�o diminu�ram os valores, "porque recebemos aux�lio do governo federal, com os repasses previstos devido � pandemia", admite Toledo.
 
As medidas restritivas dividem opini�es. A administra��o municipal acha que "s�o muito rigorosas" diante do �ndice de contaminados e �bitos. O secret�rio de governo defende a "flexibiliza��o, uma vez que os n�meros  da taxa de  contamina��o e mortes s�o baix�ssimoss, em propor��o � popula��o de 7 mil habitantes e quase inexiste circula��o de pessoas de outras cidades". 
 
O boletim epidemiol�gico da Secretaria de Estado da Sa�de (SES-MG), divulgado na manh� desta quinta-feira (8/4) registra em Confins, desde o in�cio da pandemia, 357 casos confirmados, com seis mortes. A cidade tem 782 pessoas vacinadas com a primeira dose e 233 com a segunda. Segundo o Censo do IBGE, de 2010, a cidade abrigava 5.936 habitantes na �rea urbana.  

Estacionamento do aeroporto ficou vazio 

O empres�rio Ivan Pereira Oliveira, de 53 anos, defende medidas menos r�gidas. Ele � propriet�rio de um estacionamento constru�do na entrada da cidade (rodovia LMG-800, que liga o aeroporto � sede do munic�pio), a 3 km do terminal a�reo, onde abrigava carros de passageiros e acompanhantes, em grande parte por per�odos mais prolongados.

Diante da redu��o de opera��es, o estabelecimento est� vazio h� quase um ano. "Eu poderia estar empregando pelo menos 22 pessoas. Investi mais de R$ 1 milh�o em 2020, pensando em chegar na frente, j� que estamos a tr�s minutos do aeroporto. Infelizmente perdemos."
 
O estacionamento está vazio há um ano com suspensão de atividades aeroportuárias(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
O estacionamento est� vazio h� um ano com suspens�o de atividades aeroportu�rias (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Ivan sugere que a solu��o estaria na uni�o de gestores p�blicos e do aeroporto, e empres�rios, para discutir uma solu��o conjunta. "Est� na hora de tra�armos metas com incentivos fiscais e contar com a colabora��o do governo do estado para que medidas tomadas n�o tenham como consequ�ncia um reflexo no emprego."
 
Janete de Oliveira Prates Medeiros, atendente de sa�de, que trabalha na barreira sanit�ria da entrada da cidade, relata que Confins encontra-se "praticamente quebrada. Muito triste ver a cidade assim. Nunca imaginei que chegaria a esse ponto".
As barreiras sanitárias funcionam nas entradas da cidade(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
As barreiras sanit�rias funcionam nas entradas da cidade (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
 
Em um ano de pandemia ela diz que fica s� em casa, saindo apenas para trabalhar e ir ao supermercado. Janete acredita que somente com a vacina��o ser� poss�vel uma retomada. A barreira atende, em m�dia, 125 pessoas por dia. "Ainda n�o foi necess�rio recomendar a ningu�m que retorne � origem. Quando h� alguma altera��o no quadro de sa�de, encaminhamos para atendimento." 

Vendas cresceram somente na farm�cia

A procura por ivermectina, medicamento n�o recomendado pelas autoridades de sa�de no tratamento preventivo do novo coronav�rus, triplicou na farm�cia S�o Lucas. Tamb�m as vitaminas C e D e o zinco, reconhece o propriet�rio Gibran Diogo Barbosa, de 28 anos. A cloroquina (tamb�m n�o recomendada) � muito procurada, "mas n�o trabalho com o produto", admite.
 
Gibran considera que pode haver flexibiliza��o, porque a cidade � pequena e n�o registra circula��o de pessoas. "Acho que n�o precisaria ser t�o rigoroso. A nossa sorte � que o ramo de farm�cia n�o fecha." Mas o comerciante prev� dificuldades se as restri��es perdurarem por muito mais tempo.

A farm�cia trabalha com conv�nios de prestadores de servi�os no aeroporto, mas tamb�m com pessoas que compram fiado. "Todo mundo � conhecido, ent�o quem comprava para pagar em 30 ou 60 dias, desapareceu", observa. O comerciante diz que sua esperan�a est� na vacina. "A solu��o � a vacina, para salvar vidas e atividades econ�micas. Querendo ou n�o, as pessoas n�o t�m muita consci�ncia."
 
Priscila Lima de Souza, de 19 anos, abriu um restaurante h� seis meses. Agora, funciona apenas com entregas. "Est� uma m�dia boa, mas no fim de semana � mais fraco", reconhece. Ela reclama que foi pega de "supresa" com o fechamento total da cidade, sem nenhum comunicado oficial anterior. Mas acredita na necessidade de fechamento, porque "a maioria das pessoas n�o cumpre a detemina��o. Quem pode ficar em casa, n�o fica, e acaba dficultando para todos". Ela diz que ocorreram tr�s casos em sua pr�pria fam�lia, com uma morte e dois que se recuperaram. 

Outras atividades movimentavam economia local

A hist�ria de Confins se confunde com a da vizinha Lagoa Santa. Ambas abrigam lagoas e grutas que foram, a partir de 1835, objetos de pesquisa do renomado paleont�logo Peter Wilhelm Lund, famoso pela teoria sobre as origens da ra�a humana na Am�rica do Sul. Antes disso, o povoado servia de ponto de parada para tropeiros e bandeirantes que passavam pelo lugar. A cidade recebeu o nome de Confins devido � sua localiza��o extrema, j� que se encontrava, � �poca, nos limites das fazendas instaladas em toda a regi�o.
 
� refer�ncia obrigat�ria para os estudiosos de arqueologia, paleontologia e de forma��es minerais. Ossadas pr�-hist�ricas foram retiradas das grutas de Confins, assim como de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, e faziam parte do acervo do Museu de Hist�ria Natural da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro (incendiado em 2018). J� o Museu de Copenhague, na Dinamarca, guarda o cr�nio que ficou conhecido como 'O Homem de Confins', um exemplar encontrado na Gruta de Confins.

Na Lapa Mortu�ria, uma miss�o arqueol�gica feita por norte-americanos em 1950 encontrou 44 esqueletos, que hoje tamb�m est�o no museu do Rio de Janeiro. Antes disso, Lund j� havia achado tr�s esqueletos em suas escava��es no local. Outra importante �rea de estudo � o s�tio paleontol�gico e arqueol�gico da Lapa do Galinheiro.
 
Na regi�o, existem hot�is-fazenda, que oferecem contato com a natureza e conforto em �timos quartos, restaurantes, saunas, piscinas, bares e passeios a cavalo. Tem boas pousadas e s�tios de aluguel. Mas a cidade de Confins � mais conhecida pelo Aeroporto Internacional Tancredo Neves, a 40 quil�metros de Belo Horizonte.

Em maio de 2003, foi inaugurado o Santu�rio Schoenstatt Tabor da Liberdade. � refer�ncia tur�stica em todo o estado de Minas Gerais, recebendo milhares de romeiros durante todo o ano, vindos de todas as partes do mundo. (Fonte: Cidades/IBGE)
 

O que � um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferen�as entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restri��o de circula��o de pessoas adotadas no Brasil n�o podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?

Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.


Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.

 

 

Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.


Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 
 
 


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