
Isso porque a Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, nesta quinta-feira (6/5), um homem, de 41 anos, suspeito de matar o amigo, de 35, e amea�ar e agredir a ex-namorada.
A jovem conta que o relacionamento abusivo com o autor come�ou quando ela ainda tinha apenas 15 anos. "Demorou dois anos para eu entender o que eu estava vivendo. Eu tentei terminar por diversas vezes. Mas ele me amea�ava, amea�ava minha fam�lia, meus amigos", contou a jovem em entrevista.
O suspeito estava foragido desde novembro de 2020, quando matou o amigo, que estaria em um relacionamento com sua j� ex-namorada, no aglomerado Cabana do Pai Tom�s, na Regi�o do Barreiro, em Belo Horizonte.
A localiza��o do suspeito foi poss�vel ap�s a v�tima comparecer � Delegacia Especializada em Atendimento � Mulher de Belo Horizonte (Deam/BH) para registrar um novo boletim de ocorr�ncia.
A jovem j� tinha medida protetiva e procurou a pol�cia nessa quarta-feira (5/5) relatando diversas amea�as e o descumprimento de medida protetiva de urg�ncia. "Ele continuava me perseguindo. Ele me ligava, me amea�ava na rua. Ele dizia que ia me matar", contou a jovem.
Diante disso, foi verificado que o suspeito tinha um mandado de pris�o em aberto, representado pelo Departamento Estadual de Investiga��o de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DHPP), e expedido pela Justi�a.
"Ele � um homem muito violento. Muitas pessoas tinham medo dele", contou a delegada respons�vel pelo caso Cristiana Angelini, da Delegacia Especializada no Atendimento � Mulher.
Por meio de levantamentos, os policiais localizaram o investigado, nesta manh�, no Bairro Maria Helena, em Ribeir�o das Neves, Regi�o Metropolitana.
“A pris�o desse indiv�duo busca, al�m da responsabiliza��o pelo homic�dio, seguran�a e tranquilidade para a mulher que precisava viver escondida e com medo das amea�as”, disse a delegada.
A Deam/BH prossegue com a investiga��o em rela��o aos crimes de amea�a e descumprimento de medidas protetivas e ir� pedir a pris�o preventiva do suspeito.
A delegada frisa a import�ncia de denunciar. "� importante denunciar. � importante levar a amea�a � s�rio. E � atrav�s dos registros que podemos pedir a medida protetiva e, em caso de descumprimento, tomar a��es mais dr�sticas como a pris�o", relatou.
A v�tima conta que, por muitos anos, teve medo de acionar � pol�cia. "Mas, hoje, eu estou em paz. Pe�am ajuda", disse.
Boletim de ocorr�ncia virtual
Pensando em estimular a den�ncia, a Pol�cia Civil de Minas Gerais disponibilizoua uma ferramenta destinada ao registro de viol�ncia dom�stica por meio da Delegacia Virtual. Pela plataforma � poss�vel gerar, de forma on-line, registros de les�o corporal, amea�a e descumprimento de medida protetiva de urg�ncia cometidos contra mulheres, crian�as, adolescentes, idosos e pessoas com defici�ncia.A nova ferramenta foi criada a partir da Lei 23.644, que autoriza a Pol�cia Civil a realizar registros on-line de viol�ncia dom�stica enquanto perdurar o estado de calamidade p�blica devido � pandemia da COVID-19. A lei estabelece ainda que a pol�cia dever� entrar em contato com a v�tima, preferencialmente por telefone ou meio eletr�nico.
Como pedir ajuda
Para fazer o registro de viol�ncia dom�stica, a v�tima ou o representante legal dever� acessar o site delegaciavirtual.sids.mg.gov.br e, em seguida, selecionar uma das op��es relacionadas � viol�ncia dom�stica, sendo: amea�a, vias de fato, les�o corporal e descumprimento de medida protetiva de urg�ncia.Na sequ�ncia, os campos disponibilizados dever�o ser preenchidos com informa��es do solicitante, do(s) autor(es), de testemunhas, o local e a data dos fatos, assim como o hist�rico da ocorr�ncia.
Ap�s a inser��o das principais informa��es, haver� a possibilidade de requerer a medida protetiva de urg�ncia. O solicitante precisa especificar o tipo de medida protetiva necess�ria, de acordo com as op��es relacionadas na tela.
Demais canais de den�ncia
- Ligue 190 - se ouvir gritos e sinais de briga
- Ligue 180 - para denunciar viol�ncia dom�stica
- Ligue 100 - quando a viol�ncia for contra crian�as
Atendimento � v�tima de viol�ncia dom�stica em Belo Horizonte
- Delegacia Especializada em Atendimento � Mulher, ao Idoso e � Pessoa com Defici�ncia
Endere�o: Avenida Barbacena, 288
Telefone: (31) 3330-5752 - Centro Risoleta Neves de Atendimento � Mulher
Telefone: (31) 3270-3235/3270-3296 - Defensoria Especializada de Defesa da Mulher v�tima de Viol�ncia
Telefone: (31) 98475-2616/ (31) 984643797/ (31) 98239-8863 - Centro Especializado de Atendimento � Mulher (Benvida)
Telefone: (31)98873-2036 Promotoria da Mulher (31) 3337-6996
*Se na sua cidade n�o houver nenhum servi�o especializado de atendimento � mulher em situa��o de viol�ncia, entre em contato com a delegacia de pol�cia mais pr�xima, com servi�o de assist�ncia social do seu munic�pio (ou CRAS) ou com a Promotoria de Justi�a da comarca.
O que � feminic�dio?
Feminic�dio � o nome dado ao assassinato de mulheres por causa do g�nero. Ou seja, elas s�o mortas por serem do sexo feminino.
O Brasil � um dos pa�ses em que mais se matam mulheres, segundo dados do Alto Comissariado das Na��es Unidas para os Direitos Humanos. O pa�s ocupa, desde 2013, o 5º lugar no ranking de homic�dios femininos numa lista que inclui 83 pa�ses.
A tipifica��o desse tipo de crime � recente no Brasil. A Lei do Feminic�dio (Lei 13.104/15) entreou em vigor em 9 de mar�o de 2015.
O feminic�dio � o n�vel mais alto da viol�ncia dom�stica. � um crime de �dio, o desfecho tr�gico de um relacionamento abusivo.
O que � relacionamento abusivo e como sair dele?
Especialistas ensinam a identificar sinais de uma rela��o abusiva, falam sobre sua origem e explicam porque a viol�ncia dom�stica � quest�o de sa�de p�blica.
Como fazer den�ncia de viol�ncia contra mulheres
- Para denunciar e/ou buscar ajuda, ligue 180
- Em casos de emerg�ncia, ligue 190
Saiba o que � a cultura do estupro
O Brasil tem um caso de estupro a cada oito minutos. Ao contr�rio do que o senso comum nos leva a acreditar, a viol�ncia contra as mulheres nem sempre ocorre de forma expl�cita.
Os abusos podem come�ar cedo, ainda na inf�ncia. Para tentar entender as origens dessa brutal realidade, o Estado de Minas ouviu especialistas em direito da mulher, ci�ncias social e pol�tica, psicologia, filosofia e comunica��o para mostrar como a cultura do estupro, da pornografia e da pedofilia fazem parte da nossa sociedade e estimulam, direta e indiretamente, esse ciclo de viol�ncia contra mulheres e crian�as.
Os abusos podem come�ar cedo, ainda na inf�ncia. Para tentar entender as origens dessa brutal realidade, o Estado de Minas ouviu especialistas em direito da mulher, ci�ncias social e pol�tica, psicologia, filosofia e comunica��o para mostrar como a cultura do estupro, da pornografia e da pedofilia fazem parte da nossa sociedade e estimulam, direta e indiretamente, esse ciclo de viol�ncia contra mulheres e crian�as.