M�dicos veterin�rios, que integram o grupo priorit�rio de profissionais da sa�de, n�o est�o sendo vacinados contra a COVID-19 em Belo Horizonte. A justificativa, segundo a prefeitura, � que somente aqueles que trabalham em ambulat�rios e unidades b�sicas de sa�de podem receber o imunizante.
Para a m�dica veterin�ria Maria Luiza Tanos dos Santos, que trabalha com atendimentos a c�es e gatos em domic�lio, a categoria tem o direito de se vacinar, mas o Executivo Municipal n�o reconhece. “A prefeitura est� priorizando os m�dicos que trabalham na zoonoses e discriminando os demais, n�o nos deixando vacinar. Temos o direito e tomara que a prefeitura pare de priorizar s� quem trabalha para eles”.
Segundo a profissional, os m�dicos est�o sendo barrados nos postos. “Fiquei a manh� toda no posto de sa�de, como outros colegas tamb�m, e simplesmente proibiram de vacinar os m�dicos veterin�rios”.
“Proibiram os profissionais dos postos de vacinar os m�dicos veterin�rios. A gerente do posto recebeu uma liga��o de algu�m da secretaria de sa�de de Belo Horizonte alegando que n�o era mais para vacinar os m�dicos veterin�rios. Uma colega j� estava dentro da sala para ser imunizada e alegaram que n�o podiam mais vacinar. Ela teve que sair constrangida da sala. Isso � um desaforo”, completou.
O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterin�ria de Minas Gerais (CRMV-MG), Dr. Bruno Divino, disse que no in�cio da pandemia os m�dicos veterin�rios foram convocados como profissionais de sa�de para um treinamento no Minist�rio da Sa�de para o atendimento de pacientes com COVID-19.
“Parte dos equipamentos de hospitais veterin�rios, como sedativos, ventiladores, da UFMG, foram cedidos ao Hospital Risoleta Neves. Os medicamentos e EPIs da escola veterin�ria tamb�m foram disponibilizados para o Hospital das Cl�nicas. Ent�o desde o come�o estamos trabalhando juntos oferecendo todo o nosso servi�o”, afirmou.
De acordo com o presidente, a prefeitura de BH excluiu os profissionais que trabalham com c�es e gatos do grupo priorit�rio. “Isso est� causando uma grande confus�o. Estamos cientes e temos trabalhado intensamente com a prefeitura mostrando para eles tecnicamente, n�o s� para a prefeitura mas para o governo estadual, que os m�dicos correm risco. 20% dos m�dicos veterin�rios tiveram COVID-19. Outras cidades tamb�m est�o com esse problema, como Juiz de Fora, Divin�polis."
Na semana que vem, o presidente ter� uma reuni�o com o secret�rio municipal de sa�de de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto, na qual ser� mostrada as informa��es e os dados que comprovam que os m�dicos veterin�rios devem, sim, receber a vacina.
“Vou apresentar os levantamentos que fizemos no Conselho. Com esses dados, vamos mostrar a parte legal e a evid�ncia pr�tica que os profissionais s�o grupo de risco, mas estamos nessa negocia��o. Pensamos em entrar com um mandado de seguran�a, mas a Justi�a determinou que quem define grupo priorit�rio � a secretaria estadual e n�o adianta judicializar”, explicou.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de BH, por meio da Secretaria Municipal de Sa�de, informou:
“A Prefeitura de Belo Horizonte informa que segue rigorosamente as orienta��es do Plano Nacional de Operacionaliza��o da Vacina��o contra a Covid-19, do Minist�rio da Sa�de. A Secretaria Municipal de Sa�de informa que para receber a vacina, os trabalhadores da sa�de, com 18 anos ou mais, devem ter se cadastrado no portal da Prefeitura at� 28 de abril �s 23h59.
Podem se imunizar apenas os m�dicos veterin�rios que atuam em estabelecimentos de assist�ncia, vigil�ncia � sa�de humana/ sa�de p�blica e regula��o e gest�o � sa�de humana/ sa�de p�blica na cidade de Belo Horizonte. Ou seja, que trabalham em ambulat�rios e unidades b�sicas de sa�de, al�m dos que atuam em atividades de supervis�o de campo das a��es de preven��o e controle de doen�as que podem atingir a popula��o humana, como dengue e leishmaniose, por exemplo. Caso o profissional trabalhe em Cl�nicas Veterin�rias, n�o poder� ser vacinado.”
Sobre o caso de estudantes de Medicina Veterin�ria se vacinarem primeiro que os m�dicos veterin�rios, a Secretaria disse que “eles devem estar em est�gio em hospitais, aten��o b�sica, cl�nicas ou laborat�rios, e n�o apenas matriculados em institui��es”.
“No caso de estudantes de cursos da �rea da sa�de, os mesmos precisam estar em est�gio em hospitais, aten��o b�sica, cl�nicas ou laborat�rios, e n�o apenas matriculados em institui��es. Para ser vacinado, o aluno precisa apresentar uma declara��o de matr�cula e um comprovante oficial de v�nculo ativo como trabalhador de sa�de de Belo Horizonte, atestando a sua atua��o em hospitais, redes de aten��o b�sica, cl�nicas e laborat�rios. Qualquer situa��o que n�o esteja nos crit�rios de elegibilidade para vacina��o de trabalhadores de sa�de � pass�vel de ado��o de medidas legais cab�veis”.
Conselho Regional de Medicina Veterin�ria
"O Minist�rio da Sa�de, atrav�s do Of�cio n° 8/2021/DIDT/SVS/MS, confirmou que os profissionais da Medicina Veterin�ria est�o inseridos nos grupos priorit�rios, justificando ainda que 'os m�dicos-veterin�rios atuam em diversas frentes, inseridos em cl�nicas, hospitais, defesa sanit�ria, desempenhando atividades que v�o desde a gest�o at� a vigil�ncia em zoonoses, vigil�ncia ambiental em sa�de, epidemiol�gica e sanit�ria, o que os torna mais suscet�veis � doen�a'”.
Desta forma, respeitando a prioridade daqueles que atuam na linha de frente no combate � Covid-19, dos idosos, ind�genas, dentre outros, os m�dicos-veterin�rios, devem ter acesso igualit�rio aos servi�os de vacina��o, estando inseridos nos grupos priorit�rios, assim como os demais profissionais e auxiliares de outras �reas de sa�de.
O CRMV-MG, desde o in�cio da vacina��o contra a COVID-19 no Brasil, vem recebendo diversos questionamentos de veterin�rios em nosso estado, referentes � exclus�o da categoria no grupo priorit�rio de profissionais da sa�de para a vacina��o em alguns munic�pios mineiros.
A disparidade na defini��o, por cada munic�pio, dos profissionais de sa�de que ser�o vacinados gera grande ansiedade nos veterin�rios que observam colegas de terem o acesso � vacina��o, enquanto em seu pr�prio munic�pio s�o exclu�dos do grupo priorit�rio sem o fornecimento de uma justificativa fundamentada.
A respeito do assunto o esclarecemos que, embora sejam regulados pelos pr�prios munic�pios os crit�rios t�cnicos e epidemiol�gicos que norteiam as decis�es nos chamamentos para vacina��o, desde o in�cio da campanha de vacina��o contra Covid-19 foram publicados diferentes manuais orientativos pelo Minist�rio da Sa�de. Dentre eles, destaca-se o PLANO NACIONAL DE OPERACIONALIZA��O DA VACINA��O CONTRA A COVID19 publicado pelo Minist�rio da Sa�de, em 25/01/2021, que define diretrizes para apoiar as Unidades Federativas (UF) e munic�pios no planejamento e operacionaliza��o da vacina��o contra a doen�a. Dentre seus objetivos o plano pretende apresentar a popula��o-alvo e grupos priorit�rios para vacina��o, conforme consta, claramente, no anexo I, p�gina 71: “Compreendem como trabalhadores dos servi�os de Sa�de todos aqueles que atuam em espa�os e estabelecimentos de assist�ncia e vigil�ncia � sa�de, sejam eles hospitais, cl�nicas, ambulat�rios, laborat�rios e outros locais.
Compreende tanto os profissionais da sa�de (ex. m�dicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, bi�logos, biom�dicos, farmac�uticos, odont�logos, fonoaudi�logos, psic�logos, assistentes sociais, profissionais da educa��o f�sica, m�dicos veterin�rios e seus respectivos t�cnicos e auxiliares), quanto os trabalhadores de apoio (ex. recepcionistas, seguran�as, trabalhadores da limpeza, cozinheiros e auxiliares, motoristas de ambul�ncias e outros), ou seja, todos aqueles que trabalham nos servi�os de sa�de. Inclui-se ainda aqueles profissionais que atuam em cuidados domiciliares (ex. cuidadores de idosos, doulas/parteiras), bem como funcion�rios do sistema funer�rio que tenham contato com cad�veres potencialmente contaminados. A vacina tamb�m ser� ofertada para acad�micos em sa�de e estudantes da �rea t�cnica em sa�de em est�gio hospitalar, aten��o b�sica, cl�nicas e laborat�rios.
O CRMV-MG esclarece tamb�m que a medicina veterin�ria � uma ci�ncia que trabalha sob o conceito de sa�de �nica, pois considera a indissociabilidade entre a sa�de humana, animal e ambiental. De forma que os profissionais desta �rea entendem que a sa�de de uma popula��o deve ser vista de forma ampla e multidisciplinar, transcendendo o simples atendimento m�dico-hospitalar. Os m�dicos-veterin�rios al�m de terem compet�ncia para trabalhar com a��es diretas de combate � Covid-19 nas unidades de vigil�ncia em sa�de nos estados e munic�pios, podem executar atividades de preven��o e controle de doen�as transmiss�veis entre homens e animais, trabalhar na vigil�ncia sanit�ria, na fiscaliza��o da qualidade higi�nico-sanit�ria dos alimentos que ser�o consumidos pela popula��o, atuar na vigil�ncia epidemiol�gica, na investiga��o de surtos e epidemias, em especial de doen�as emergentes.
Estamos atravessando um momento de perdas e dores incalcul�veis, milhares de fam�lias choram a perda de seus entes queridos. O momento, mais do que nunca, requer de todos n�s mais empatia, cautela e compaix�o. O CRMV-MG respeita os crit�rios que s�o definidos, com base na ci�ncia, como estrat�gias de vacina��o da popula��o e estamos � disposi��o para dialogar com as equipes t�cnicas que definem o plano de imuniza��o nos munic�pios mineiros.
Neste sentido, esperando poder contar com sensibilidade que deve ser inata aos Gestores P�blicos, nos colocamos � disposi��o para quaisquer informa��es complementares que forem julgadas necess�rias."
* Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.
O que � um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferen�as entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restri��o de circula��o de pessoas adotadas no Brasil n�o podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?
Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.
Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:
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