BH est� atr�s de Rio, Vit�ria e Recife na vacina��o por faixa et�ria; veja

Para avaliar os motivos da diferen�a na velocidade de vacina��o por capitais, muitos fatores precisam ser levados em conta. O epidemiologista Geraldo Cunha Cury, que � tamb�m m�dico infectologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que n�o � poss�vel concluir apenas um motivo para explicar a velocidade distinta no avan�o de imuniza��o por faixa et�ria, mas algumas especula��es podem ser feitas e demandam apura��o.

“Existem capitais no Nordeste que est�o vacinando muito. O que pode acontecer � que alguns estados podem estar distribuindo mais vacinas para as capitais do que para o interior do estado”, observa.

“Por exemplo, se Minas recebeu 500 mil vacinas, mandou 100 mil para BH. Vamos supor que no Maranh�o mandaram a mesma quantidade, mas a maior parte se concentrou na capital. � uma an�lise que precisa ser feita”, disse.

Por outro lado, o especialista lembra que S�o Luiz recebeu milhares de doses extras de vacina para conter a variante indiana. “Foi por causa daquele caso do marinheiro com a variante delta do v�rus da COVID-19. Isso deve ter acelerado a vacina��o por l�”, pontuou.

O epidemiologista tamb�m levanta a hip�tese de que alguns munic�pios possam estar guardando doses para a segunda aplica��o, enquanto outros que est�o mais avan�ados podem estar utilizando todas as doses enviadas pelo Minist�rio da Sa�de.

“Tem que saber se est�o guardando as segundas doses, que � outra explica��o. Aqui (em Minas) est�o guardando a segunda dose da AstraZeneca para n�o acontecer o que aconteceu com a CoronaVac”, lembra.

Cidades que utilizam o m�todo de cadastramento digital para entrar na fila de vacina��o s�o criticadas pelo professor. “Vacina por idade aqui (em Minas) n�o tem cadastro. Em S�o Luiz, por exemplo, tem. Isso restringe o p�blico, pois n�o � todo mundo que consegue usar internet, o que � ruim”, reprova Cury.

“S�o hip�teses, na verdade ter�amos que ver caso a caso. S�o possibilidades. N�o d� pra gente sentenciar porque n�o temos esses dados”, adverte.

Faltou vacina no tempo certo

Para o especialista, o ideal para a campanha de vacina��o no Brasil seria que a quantidade de imunizantes fosse maior desde os primeiros an�ncios de fabricantes.

“No Brasil, o ideal era ter vacina. Como n�s n�o encomendamos as vacinas no ano passado, estamos passando todo esse sofrimento agora e s� estamos descobrindo os motivos na CPI de agora. Foi simplesmente falta de vontade de fazer. Infelizmente, chegamos a 480 mil mortes por isso”, protesta, lembrando da promessa de chegada de novos imunizantes da Janssen.

“S�o doses �nicas que v�o chegar na boca do vencimento, ent�o vamos ter que acelerar e vacinar dia e noite. A�, talvez essas faixas et�rias v�o baixar de repente. Esperamos boas not�cias”, diz Cury.

Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.