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Estado de Minas DIF�CIL APRENDIZADO

'N�o tinha suporte': enfermeiro exp�e luta e aprendizados da COVID-19

S�rie de entrevistas revela aprendizados dos profissionais da sa�de ao longo da pandemia do novo coronav�rus


06/07/2021 11:00 - atualizado 06/07/2021 12:29


Na linha de frente de combate ao novo coronav�rus, trabalhadores da sa�de tiveram que enfrentar um �rduo aprendizado sobre um inimigo desconhecido e trai�oeiro. Nessa guerra, o v�rus pode ter vencido batalhas, mas o enfrentamento di�rio fez com que m�dicos, enfermeiros, fisioterapeutas e toda a equipe se armassem de conhecimento para salvar vidas.

Em busca de respostas sobre esse arsenal, o Estado de Minas ouviu profissionais para que revelassem o que tiveram de aprender na pr�tica e hoje funciona para o tratamento desses pacientes – em uma busca cont�nua, que est� longe de terminar ou de ter conseguido todas as respostas.

Desta vez, quem fala � o enfermeiro Anderson Rodrigues, presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais, que conta sobre o medo que dominou os profissionais no in�cio. "N�o t�nhamos EPIs adequados, passamos por momentos muito dif�ceis realmente, n�o tinha um suporte para esses profissionais que estavam na linha de frente", afirma.

Segundo Anderson, a saudade da fam�lia foi uma das maiores dificuldades. "Nossa categoria � 89% feminina. S�o m�es, esposas. Temos profissionais que ficaram a mais de um ano sem dar um abra�o no pr�prio filho", lamenta.

Confira a entrevista completa 

J� lidou com alguma situa��o t�o ca�tica como agora?
N�o. Na verdade, a gente pegou H1N1 que n�o se potencializou, gra�as a Deus, mas nada como isso. � uma guerra de fato.

H1N1 era quase inexistente visto o que est� acontecendo hoje. O que n�s vimos no inicio dessa pandemia � que potencializou a import�ncia da enfermagem. J� sab�amos, mas ficou mais evidente. 

No in�cio n�o t�nhamos EPIs adequados, passamos por momentos muito dif�ceis realmente, n�o tinha um suporte para esses profissionais que estavam na linha de frente. Quando come�ou a chegar os EPIs n�o era de boa qualidade e acabou que nos vimos em uma guerra e praticamente combatendo com pau e pedra, ou seja, sem prote��o adequada e sem conhecimento do nosso inimigo. Ningu�m sabia de fato como enfrentar a pandemia.

No in�cio da pandemia, quando se tinha pouca informa��o sobre a doen�a, o v�rus, quais eram os principais desafios da categoria?
Treinar esses profissionais em tempo recorde.

O uso correto de EPIs foi sendo aprimorado com o tempo?
Sim. Com o passar do tempo, todo mundo percebendo a pot�ncia que tinha o v�rus, realmente come�ava a melhorar esses equipamentos.

Como foi lidar com o medo do cont�gio?
Nossa categoria � 89% feminina. S�o m�es, esposas. Temos profissionais que ficaram a mais de um ano sem dar um abra�o no pr�prio filho.

Quais habilidades precisaram criar para utilizar novas ferramentas de comunica��o e lidar com as perdas de pacientes e com a situa��o da fam�lia?
O reconhecimento de um paciente que est� numa CTI que vem a �bito � feito muitas vezes por videochamada. Para o enfermeiro ter que fazer isso por v�deo ficou frio, mas necess�rio. Boletim m�dico tamb�m por videochamada. A tecnologia ajudou bastante. � frio demais, mas � o que tem no momento.




Com o tempo, foi aumentando o n�mero de pacientes, de leitos nos hospitais. Quais t�cnicas usaram para atender tantas pessoas ao mesmo tempo?
Infelizmente, dentro da assist�ncia, voc� n�o tem como escolher quem vai atender. Atende a todos e faz o poss�vel para assegurar o melhor de enfermagem para quem precisa. � onde o profissional enfermeiro ficou sobrecarregado.

A necessidade de leitos foi aumentando, foram criando novos leitos e com isso vieram os chamamentos p�blicos dos profissionais que ao inv�s de valorizar, os chamamentos estava igual ou pior. O relato que n�s temos � que eu sa� pra trabalhar e amanh� n�o sei se volto. O medo � muito grande. A enfermagem tem seu valor muito grande mas os �rg�os p�blicos n�o valorizaram. 

O que mudou na rotina da UTI com a pandemia?
Numa CTI geralmente tem os pacientes graves e intermedi�rios. O que mudou � que n�o tinha paciente menos grave. O paciente chega estabilizado e rapidamente ele desestabiliza, o v�rus � muito r�pido.

Leia tamb�m: 'Equipes est�o cansadas': m�dica relata luta e aprendizados da pandemia

O profissional admite um profissional aparentemente bom e no outro dia ou ele ia a �bito ou estava entubado. Isso levou ao stress m�ximo da nossa categoria. O enfermeiro precisou de fato colocar o conhecimento em pr�tica. 

O que voc� n�o sabia antes da pandemia e que acabou aprendendo no tratamento dos doentes de COVID?
Os relatos � que sentiram que n�o sabiam do carinho da popula��o. O que ficou frisado pra n�s � o reconhecimento. Ao restabelecer, o primeiro rosto que v� � do enfermeiro, do t�cnico em enfermagem. 
Entrevista com Anderson Rodrigues, presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais
Entrevista com Anderson Rodrigues, presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)

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