O julgamento come�ou �s 9:25, no F�rum Lafayette, Regi�o Centro-Sul da capital. O r�u respondia pela acusa��o de homic�dio qualificado por motivo torpe, com emprego de tortura e mediante recurso que dificultou a defesa da v�tima.
Al�m de Delmir, Fabiano de Ara�jo Leite tamb�m seria julgado pelo crime. Por�m, ele apresentou sintomas de COVID-19 e seu julgamento foi adiado.
O j�ri era composto por quatro homens e tr�s mulheres. Foram ouvidas tr�s testemunhas. No interrogat�rio, o r�u afirmou que n�o determinou a abordagem da v�tima e que n�o estava no local onde o crime foi praticado.
O promotor de Justi�a, Cristian L�cio da Silva, argumentou que o papel do Minist�rio P�blico � promover a justi�a e que n�o h� no processo provas da participa��o de Delmir no crime. Para o promotor, segundo testemunhas, o r�u n�o estava no local quando a v�tima foi agredida e n�o concorreu com a pr�tica do crime.
Ele alegou ainda que, apesar de ser chefe da seguran�a da boate, Delmir n�o tinha como controlar a conduta dos outros seguran�as que agrediram Allan.
Ele alegou ainda que, apesar de ser chefe da seguran�a da boate, Delmir n�o tinha como controlar a conduta dos outros seguran�as que agrediram Allan.
Espancado dentro da boate
O fisiculturista Allan Guimar�es Pontello, de 25 anos, morreu em setembro de 2017, ap�s ser espancado dentro da antiga boate Hangar 667, no Bairro Olhos D’�gua, Regi�o Oeste de Belo Horizonte.
Segundo a den�ncia apresentada pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), os denunciados, agindo intencionalmente, mataram o fisiculturista por asfixia.
O jovem havia seguido at� o banheiro da boate e l� foi abordado pelos seguran�as Carlos Felipe Soares e William da Cruz Leal, que o levaram contra sua vontade para uma �rea restrita onde ele passou por uma revista � procura de drogas. Como Allan resistiu, a dupla passou a espancar a v�tima violentamente, com empurr�es, socos e chutes, imobilizando-a e a estrangulando at� a morte. O laudo de necr�psia apontou como causa da morte “asfixia mec�nica por constri��o extr�nseca do pesco�o”.
No relato do juiz que aceitou a den�ncia contra os acusados, consta que a dupla de seguran�as agiu com o apoio de Paulo Henrique Pardim de Oliveira e Fabiano de Ara�jo Leite (que seria policial militar), que asseguraram a continuidade da agress�o e impediram que terceiros se aproximassem para socorrer a v�tima. Os dois estariam a servi�o de retirar dinheiro dos caixas da boate.
Al�m dos quatro, tamb�m foi denunciado Delmir Ara�jo Dutra, que seria coordenador da seguran�a. Relatos da pol�cia que foram anexados ao processo d�o conta de que ele chegou ao local das agress�es junto com os socorristas. Mas, na �poca, foi dito que a conduta dele precisava ser melhor explicitada ao longo da instru��o do processo.
Em agosto do ano passado, William e Carlos Felipe foram condenados a 16 anos de pris�o, em primeira inst�ncia. Meses depois, em novembro, foi a j�ri Paulo Henrique, que pegou 11 anos de reclus�o pelo crime.
Outdoors para lembrar do caso e pedir justi�a
No final de novembro, o pai de Allan, D�nio Luiz Pontelo, solicitou a coloca��o de tr�s outdoors em Contagem, na Regi�o Metropolitana de BH, onde a fam�lia vive. Assim como fez em anos anteriores desde a morte do filho, o objetivo do pai do jovem era lembrar o caso e pedir por justi�a.
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Jo�o Renato Faria