
O Brasil foi o pa�s que mais perdeu milion�rios em 2020 - 108 mil, segundo um relat�rio rec�m-lan�ado pelo banco su��o Credit Suisse. Apesar disso, o abismo entre ricos e pobres se aprofundou, com o 1% mais rico detendo praticamente a metade de toda a riqueza nacional.
O estudo considera como milion�rio quem tem patrim�nio acima de US$ 1 milh�o (R$ 4,93 milh�es).Segundo o relat�rio, intitulado Global Wealth Report 2021, a queda no n�mero de milion�rios brasileiros se deveu principalmente � deprecia��o do real devido � pandemia de covid-19. Em 2020, o real brasileiro se desvalorizou mais de 20% ante o d�lar.
O Brasil passou a ter assim 207 mil milion�rios em 2020, comparado com 315 mil em 2019.
Outras economias emergentes, como �ndia, R�ssia, �rabia Saudita e Chile e M�xico, entre outras, tamb�m perderam milion�rios.
Mas isso foi uma exce��o - em 2020, segundo o relat�rio, o mundo ganhou 5,2 milh�es de milion�rios, totalizando 56.084.000 pessoas com patrim�nio superior a US$ 1 milh�o. Em 2019, esse n�mero era de 50.873.000.
O pa�s que mais contribuiu para isso foi os Estados Unidos, com 1.730.000 novos milion�rios, seguido por Alemanha, Austr�lia, Jap�o, Fran�a, Reino Unido, China, Canad�, Holanda e It�lia.
Aumento da desigualdade
E o aumento global no n�mero de novos milion�rios foi acompanhado por um crescimento da desigualdade de renda.
Foi o que aconteceu no Brasil, onde o abismo entre ricos e pobres se aprofundou.
No ano passado, o Brasil foi o segundo entre dez pa�ses analisados com a maior desigualdade de renda - o 1% mais rico passou a concentrar praticamente a metade da riqueza nacional (49,6%). Em 2019, essa propor��o era de 46,9%.
A R�ssia foi o mais desigual. Ali, o 1% mais rico det�m 58,2% da riqueza nacional.
A desigualdade de renda aumentou em oito dos dez pa�ses analisados (Brasil, China, �ndia, It�lia, Jap�o, R�ssia, Reino Unido e Estados Unidos).
As exce��es foram Fran�a e Alemanha, ambas com queda de 0,3 ponto porcentual.

Mais milion�rios
H� dois elementos que ajudaram na expans�o dessas riquezas individuais: recupera��o das Bolsas de Valores e valoriza��o de im�veis.
Segundo os pesquisadores, a cria��o de riqueza parece estar "completamente descolada" dos problemas econ�micos da pandemia.
Anthony Shorrocks, economista e autor do estudo Global Wealth Report, afirmou que a pandemia teve um "impacto agudo de curto prazo nos mercados globais", mas acrescentou que isso "foi amplamente revertido no fim de junho de 2020".
Em sua an�lise, ele disse que a "a riqueza global n�o apenas se manteve est�vel ante tamanha turbul�ncia, mas de fato aumentou rapidamente na segunda metade do ano".
Segundo Shorrocks, do Credit Suisse, se o aumento do valor de ativos (como a valoriza��o de im�veis) fosse retirado da conta do avan�o da riqueza, "a riqueza familiar teria ca�do globalmente".
"Nas faixas de riqueza mais baixas, onde os ativos financeiros s�o menos prevalentes, a riqueza tende a ficar est�vel ou, em muitos casos, regredir."
E acrescentou: "Alguns dos fatores subjacentes podem se equilibrar com o tempo. Por exemplo, as taxas de juros come�ar�o a subir novamente em algum momento, e isso vai atenuar� os pre�os dos ativos."
O relat�rio do Credit Suisse aponta que riqueza global total cresceu 7,4%.
Desde o in�cio do s�culo 21, o n�mero de pessoas com riqueza entre US$ 10 mil e US$ 100 mil (de R$ 50 mil a R$ 500 mil, em valores cambiais de 23/06) mais do que triplicou de tamanho, de 507 milh�es em 2000 para 1,7 bilh�o em meados de 2020.
A institui��o financeira afirmou que esse aumento reflete a "crescente prosperidade das economias emergentes, especialmente a China, e a expans�o da classe m�dia no mundo em desenvolvimento".
"N�o h� como negar as a��es tomadas por governos e bancos centrais para organizar programas de transfer�ncia de renda em massa para apoiar os indiv�duos e empresas mais adversamente afetados pela pandemia e pela redu��o taxas de juros, evitaram com sucesso uma crise global em grande escala", disse Nannette Hechler-Fayd'herbe, diretora de investimentos do Credit Suisse.
Hechler-Fayd'herbe, do Credit Suisse, afirmou que "pagamentos generosos do setor p�blico �s fam�lias significaram que a renda familiar dispon�vel tem sido relativamente est�vel e at� mesmo aumentado em alguns pa�ses."
Mas, na avalia��o do banco, outra pol�tica teve ainda mais impacto no avan�o da riqueza global, sem considerar as disparidades das faixas de renda.
"A redu��o das taxas de juros pelos bancos centrais provavelmente teve o maior impacto. (...) � um dos principais motivos pelos quais os pre�os das a��es e dos im�veis t�m crescido, e isso se traduz diretamente em nossas avalia��es da riqueza familiar."

Ela acrescentou, no entanto, que todas essas interven��es "tiveram um grande custo" e que "a d�vida p�blica em rela��o ao PIB aumentou em todo o mundo em 20 pontos percentuais ou mais em muitos pa�ses".
Futuro
Segundo o Credito Suisse, o n�mero de milion�rios no mundo deve continuar aumentando. Em 2025, chegar� a 84 milh�es, um aumento de quase 28 milh�es em rela��o a 2020, ou 49,8%, prev� o relat�rio.
A previs�o � que o Brasil ganhe 154 mil milion�rios no per�odo, passando dos atuais 207 mil para 361 mil, crescimento de 74,4%.
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A COVID-19 � uma doen�a provocada pelo v�rus Sars-CoV2, com os primeiros casos registrados na China no fim de 2019, mas identificada como um novo tipo de coronav�rus pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) em janeiro de 2020. Em 11 de mar�o de 2020, a OMS declarou a COVID-19 como pandemia.