
A Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, na tarde desta quarta-feira (14/04), os dados atualizados do Boletim Extraordin�rio do Observat�rio COVID-19, que mostram a intensa circula��o do v�rus em todo o territ�rio nacional. Por esse motivo, grande parte dos estados brasileiros est� na zona vermelha – a mais cr�tica.
Na �ltima semana, o pa�s apresentou alta na taxa de transmiss�o da doen�a, com eleva��o no n�mero de mortes (m�dia de 3.020 por dia) e aumento de novos casos (70.200 diariamente). Al�m disso, a an�lise apontou que a situa��o dos hospitais e do sistema de sa�de continua grave.
Segundo os pesquisadores do Observat�rio, o quadro epidemiol�gico atual pode, sim, apresentar uma desacelera��o da pandemia, por�m, com n�meros maiores de casos graves e mortes.
A pesquisadora da Fiocruz Margareth Portela disse que “parece que est� tendo uma desacelera��o, mas em um patamar muito alto. � como se tivesse uma melhora em n�vel cr�tico. A circula��o continua muito ativa. � uma situa��o preocupante”.
Margareth comentou que o pa�s ainda se encontra no pior cen�rio da pandemia. “O sistema de sa�de e dos hospitais tamb�m preocupa, assim como o aumento de casos e mortes”.
O estado do Mato Grosso do Sul lidera o ranking de ocupa��o dos leitos de UTI para COVID-19 no Brasil: 100%.
Em seguida, aparecem na zona vermelha: Mato Grosso (98%), Distrito Federal (98%), Rio Grande do Norte (98%), Cear� (97%), Pernambuco (97%), Santa Catarina (97%), Goi�s (96%), Rond�nia (96%), Esp�rito Santo (95%), Paran� (95%), Sergipe (94%), Piau� (94%), Acre (92%), Minas Gerais (91%), Rio de Janeiro (90%), Tocantins (90%), Rio Grande do Sul (88%), Alagoas (88%), S�o Paulo (86%), Amap� (84%), Bahia (84%) e Par� (82%).
Na zona amarela est�o: Maranh�o (78%), Amazonas (73%) e Para�ba (70%). J� na zona verde est� apenas Roraima (44%).

Vale ressaltar que o estado com mais resultados positivos quanto � ocupa��o de leitos de UTI foi o Maranh�o, que saiu da zona de alerta cr�tico para a intermedi�ria. Outros lugares, como Par� (de 87% para 82%), Amap� (de 91% para 84%), Tocantins (de 95% para 90%), Para�ba (de 77% para 70%) e S�o Paulo (de 91% para 86%) tamb�m se destacaram nesse sentido.
Os pesquisadores ressaltam que as medidas restritivas das �ltimas semanas t�m come�ado a mostrar efeitos positivos, mas que n�o � tempo de flexibiliza��o e afrouxamento dos cuidados.
"A flexibiliza��o de medidas restritivas pode ter como consequ�ncia a acelera��o do ritmo de transmiss�o e, portanto, de casos graves de COVID-19 nas pr�ximas semanas", alertam.
Vacina��o e isolamento social
O Boletim traz ainda um panorama do processo de vacina��o no Brasil. S�o 27.567.230 pessoas vacinadas at� agora.
Para Margareth, a vacina � apenas um dos meios para que o pa�s deixe o estado cr�tico e passe para uma fase mais controlada.
“Temos uma preocupa��o para que a vacina��o acelere. � correr atr�s dos preju�zos. A vacina��o � uma medida efetiva no sentido de criar uma barreira na situa��o. J� � poss�vel que a vacina��o j� tenha come�ado a demonstrar alguns bons efeitos” afirmou.
“Precisamos ter vacina��o. Ela � importante, mas n�o caminha sozinha. Precisamos continuar com as medidas de distanciamento social, uso de m�scaras. As pessoas resistem, principalmente os brasileiros. Mas creio que vamos ter que continuar com isso at� a pandemia se controlar, l� para 2022, 2023. N�o acho que seja este ano”, completou.
Como maneira de controlar a propaga��o do v�rus, os pesquisadores do Observat�rio refor�am que os munic�pios, especialmente os localizados em regi�es metropolitanas, adotem medidas mais rigorosas.
“As medidas de restri��o de mobilidade e de algumas atividades econ�micas, adotadas nas �ltimas semanas por diversas prefeituras e estados, est�o produzindo �xitos localizados e podem resultar na redu��o dos casos graves da doen�a nas pr�ximas semanas. No entanto, ainda n�o tiveram impacto sobre o n�mero de �bitos e no al�vio das demandas hospitalares”, destacam os pesquisadores.

De acordo com Margareth Portela, “o Brasil � o exemplo do que n�o deveria ter sido feito. A popula��o est� muito cansada, por diferentes raz�es. At� mesmo pelos limites que tudo isso nos imp�e. Mas � o sofrimento que tudo isso causa. � uma tristeza cr�nica”.
“Estamos com resultados muito ruins. N�o � � toa que as portas do mundo est�o fechadas para os brasileiros. Seria muito importante um grande pacto entre a sociedade e o governo para tentarmos virar essa p�gina”, pontuou.
Nesta quarta-feira (14/04), um novo lote com 1 milh�o de doses da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan e pela farmac�utica Sinovac Biotech, foi liberado ao Minist�rio da Sa�de para o Programa Nacional de Imuniza��es (PNI).
Desde janeiro, j� foram disponibilizadas 40,7 milh�es de doses ao governo federal, mas a produ��o dos pr�ximos lotes, que devem completar as 46 milh�es de doses previstas at� 30 de abril, depende do acesso ao Ingrediente Farmac�utico Ativo (IFA) vindo da China.
Desde janeiro, j� foram disponibilizadas 40,7 milh�es de doses ao governo federal, mas a produ��o dos pr�ximos lotes, que devem completar as 46 milh�es de doses previstas at� 30 de abril, depende do acesso ao Ingrediente Farmac�utico Ativo (IFA) vindo da China.
“A gente tem gra�as ao Butantan e � Fiocruz as vacinas. A Fiocruz teve algumas dificuldades, mas espero que agora as coisas estejam melhores para avan�armos na produ��o e na vacina��o. � uma s�rie de etapas”, disse a pesquisadora Margareth Portela.
Nesta semana, a Fiocruz vai entregar 5 milh�es de vacinas contra a COVID-19 ao Programa Nacional de Imuniza��o. Em comunicado, o instituto anunciou que entregou nesta quarta cerca de 2,2 milh�es de imunizantes Oxford AstraZeneca, sendo 215 mil para o Rio de Janeiro. Nesta sexta (16/04), ser�o entregues mais 2,8 milh�es de doses.
O que � um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferen�as entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restri��o de circula��o de pessoas adotadas no Brasil n�o podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?
Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.
Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:
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