
Por isso, n�o � considerado pelos especialistas como uma estrat�gia de pol�tica de sa�de, apesar de estudos indicarem que, quando aplicado nas condi��es previstas, reduz 70% das hospitaliza��es.
A combina��o de monoclonais casirivimabe e imdevimabe ficou conhecida ap�s o ex-presidente dos EUA Donald Trump tomar o coquetel, que s� pode ser administrado em ambiente hospitalar. “Naquela �poca, Trump fez uso do medicamento ainda sem aprova��o do FDA (ag�ncia regulat�ria norte-americana Food and Drug Administration). Depois de dois, tr�s meses veio a aprova��o”, destacou ao Correio o consultor do Comit� Extraordin�rio de Monitoramento COVID da Associa��o M�dica Brasileira, o m�dico infectologista Alexandre Naime Barbosa.
Assim como no caso de Trump, os anticorpos t�m indica��o especialmente para aqueles que possuem alto risco de progredir para formas mais graves da doen�a. “Isso inclui pacientes com 65 anos ou mais ou que t�m certas condi��es m�dicas cr�nicas”, detalha a Anvisa.
Podem tomar o medicamento adultos e crian�as a partir de 12 anos que tenham tido diagn�stico de infec��o pelo novo coronav�rus confirmado por exame laboratorial. “O combo de medicamentos reduziu significativamente o n�mero de hospitaliza��o e morte em paciente laboratorial sintom�tico com um ou mais fator de risco para doen�a grave”, afirmou o gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes. Ele confirma que os padr�es de efic�cia s�o de, no m�nimo, 70%.
O medicamento tem peculiaridades, no entanto, que impedem a aplica��o em massa. Em primeiro lugar, � necess�rio que a administra��o seja feita em ambiente hospitalar. “Este � um dos gargalos. A medica��o � intravenosa, exigindo a administra��o em cl�nicas, hospitais”, ponderou Naime Barbosa.
Custo para o SUS
O maior empecilho, por�m, � o pre�o. O tratamento com os monoclonais chega a custar US$ 3 mil. “� muito caro para ser usado como pol�tica p�blica de sa�de, no sistema �nico. Ent�o, provavelmente, ter� utiliza��o muito no nicho dos hospitais privados, do paciente que vai ao hospital e, pelo perigo de agravamento por ser grupo de risco, recebe a medica��o antes da interna��o”, detalhou ao Correio o pesquisador e intensivista do Hospital S�rio-Liban�s Luciano C�sar Pontes Azevedo.
Apesar do alto custo, Naime Barbosa acredita que o governo federal deveria considerar o tratamento na rede p�blica. “Ainda que seja caro, se pegarmos a di�ria de um paciente de UTI — e o de COVID-19 fica em m�dia de 10 a 20 dias internado no leito — em uma conta simples, seria ben�fico se consegu�ssemos evitar o agravamento de pacientes neste grupo de alto risco”. No SUS, uma di�ria de UTI custa, em m�dia, R$ 2 mil.
Os monoclonais s�o recomendados para situa��es espec�ficas. A medica��o � autorizada para casos leves e moderados, antes da interna��o do paciente. “N�o est�o autorizados para uso em pacientes hospitalizados devido � COVID-19 ou que necessitam de oxig�nio de alto fluxo ou ventila��o mec�nica em seus tratamentos”, assinalou a Anvisa, por meio de nota. Isso porque os estudos n�o mostram que o f�rmaco seja eficiente para pacientes j� internados. Pelo contr�rio: h� indica��o de desfechos cl�nicos mais graves se n�o forem administrados corretamente.
Para embasar o voto, a relatora Meiruze Sousa Freitas citou a aprova��o do uso emergencial das anticorpos por grandes ag�ncias regulat�rias, como a Administra��o de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos e a Ag�ncia Europeia de Medicamentos. Ainda ressaltou o registro sanit�rio com protocolos no M�xico, no Reino Unido e na Comunidade Europeia. “At� o momento, n�o h� registro aprovado de casirivimabe e imdevimabe em nenhuma autoridade regulat�ria”, ponderou. Nas conclus�es, Meiruze ressaltou que os documentos enviados pela empresa Roche, respons�vel pelo medicamento, sugerem cumprimento de boas pr�ticas de fabrica��o.
Impasse na Sputnik
A menos de duas semanas para o fim do m�s, o Brasil ainda carece de decis�es concretas para trazer doses da vacina Sputnik e cumprir com a promessa de incorpora��o ainda em abril. T�cnicos da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) est�o na R�ssia inspecionando a f�brica e colhendo informa��es para embasar a libera��o da importa��o e do uso emergencial, mas governadores que firmaram contrato com o Fundo Soberano Russo pressionam por respostas. Os chefes de Executivo estaduais se apoiam na Lei 14.124/2021, que dispensa o aval da Anvisa caso n�o haja um parecer dentro do tempo estabelecido.
Representada pela Advocacia-Geral da Uni�o (AGU), a ag�ncia entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) ontem para pedir mais prazo. Na nova peti��o, a AGU alegou que n�o h� informa��es suficientes para fazer a delibera��o e questiona o prazo. “O caso em quest�o � at�pico, pois o relat�rio da autoridade russa para concess�o do registro da Sputnik V n�o � p�blico nem h� dados em outras fontes capazes de trazer as informa��es sobre qualidade, efic�cia e seguran�a para o processo de importa��o”, disse a AGU.
Os governadores do Cons�rcio Nordeste negociam 37 milh�es de doses da vacina. Representantes do cons�rcio tamb�m foram para a R�ssia, a fim de que, assim que houver a libera��o, seja poss�vel fazer a importa��o imediata e aplica��o na popula��o. “Toda nossa prioridade � para n�o perder a entrega prevista para abril. O Brasil est� precisando realmente de vacinas. A Anvisa e todos os estados est�o trabalhando para garantir toda a documenta��o que complete as exig�ncias. Mesmo n�o estando previsto na lei, estamos nos esfor�ando para conseguir facilitar a aprova��o”, afirmou o governador do Piau�, Wellington Dias (PT). A Sputnik V possui autoriza��o de uso em 58 pa�ses e tem efic�cia de 91,6%, sendo necess�ria a aplica��o de duas doses, conforme resultado dos estudos cl�nicos.
O que � um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferen�as entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restri��o de circula��o de pessoas adotadas no Brasil n�o podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?
Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.
Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:
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