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Estado de Minas ABORTO LEGAL NEGADO

'Crian�a n�o � m�e': caso da ju�za que negou aborto a menina causa revolta

Em audi�ncia, a ju�za Joana Ribeiro Zimmer questionou se a v�tima de 11 anos poderia manter a gravidez para a seguran�a do beb�


21/06/2022 10:11 - atualizado 21/06/2022 10:45

Juíza Joana Zimmer
Ju�za Joana Zimmer perguntou se a menina j� havia escolhido o nome para o beb� (foto: Solon Soares/Assembleia Legislativa de Santa Catarina)

A conduta da ju�za Joana Ribeiro Zimmer causou revolta nas redes sociais. Segundo den�ncia do jornal The Intercept, a magistrada teria negado o direito do aborto legal a uma menina de 11 anos, v�tima de estupro. Em �udio divulgado, Joana pergunta � crian�a se ela poderia levar a gravidez por mais tempo, para garantir a sa�de do beb�. 


Ao ser questionada pela ju�za, a crian�a respondeu que n�o desejava ter o beb�. A magistrada insistiu, ainda, sobre o fato de o pai do beb� - o estuprador - concordar com uma poss�vel entrega para a ado��o. Ela tamb�m indaga se a menina havia escolhido o nome para o filho. Nas redes sociais, usu�rios manifestaram indigna��o e pedem investiga��es contra a magistrada. Veja algumas rea��es:

 

 

O coletivo feminista, Juntas, criou uma peti��o online pedindo o afastamento imediato da ju�za.  O abaixo-assinado, que consta com mais de 22 mil assinaturas, afirma que h� “in�meras viol�ncias neste caso, desde a nega��o do direito ao aborto seguro at� a viol�ncia psicol�gica”. O texto tamb�m aponta que “a ju�za Joanna Ribeiro Zimmer tem atuado contra o estatuto da Magistratura e a Lei Mari Ferrer, que resguarda v�tima de viol�ncia no processo judicial”.

criança se protegendo
Menina de 11 anos est� em abrigo e luta pelo direito ao aborto legal (foto: Ag�ncia Brasil )
 


Enquanto isso, o Tribunal de Justi�a de Santa Catarina afirmou, em nota, que a Corregedoria-Geral da Justi�a do TJSC  instaurou pedido de provid�ncias na esfera administrativa para a devida apura��o dos fatos. O �rg�o tamb�m apontou que “o processo referido est� gravado por segredo de justi�a, pois envolve menor de idade, circunst�ncia que impede sua discuss�o em p�blico”. Por fim, o Tribunal apontou que por se tratar de uma quest�o jurisdicional, n�o cabe manifesta��o do �rg�o.

 

Corrente de ora��o

Um caso semelhante aconteceu em 2020, no Esp�rito Santo.Na �poca, uma menina de 10 anos, que estava gr�vida do tio ap�s sucessivos estupros precisou acionar a justi�a para conseguir o aborto legal. O assunto foi lembrado pelos internautas. 


Na porta do hospital em que a menina fazia o procedimento, religiosos faziam correntes de ora��o e manifestaram contra o aborto. A ent�o minista da Mulher, Fam�lia e Direitos Humanos, Damares Alves, chegou a afirmar  que a menina deveria ter continuado a gesta��o. "Mais duas semanas poderia ter sido feita uma cirurgia ces�rea nessa menina, tirar a crian�a, colocar numa incubadora, se sobreviver, sobreviveu. Se n�o, teve uma morte digna", disparou em entrevista ao programa Conversa com Bial. 

 

 

O que � cultura de estupro?

 

O Brasil tem um caso de estupro a cada oito minutos. Ao contr�rio do que o senso comum nos leva a acreditar, a viol�ncia contra as mulheres nem sempre ocorre de forma expl�cita. Os abusos podem come�ar cedo, ainda na inf�ncia.

 

Para tentar entender as origens dessa brutal realidade, o Estado de Minas ouviu especialistas em direito da mulher, ci�ncias social e pol�tica, psicologia, filosofia e comunica��o para mostrar como a cultura do estupro, da pornografia e da pedofilia fazem parte da nossa sociedade e estimulam, direta e indiretamente, esse ciclo de viol�ncia contra mulheres e crian�as. Assista:

 

O que diz a lei sobre estupro no Brasil?

De acordo com o C�digo Penal Brasileiro, em seu artigo 213, na reda��o dada pela Lei  2.015, de 2009, estupro � ''constranger algu�m, mediante viol�ncia ou grave amea�a, a ter conjun��o carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.''

No artigo 215 consta a viola��o sexual mediante fraude. Isso significa ''ter conjun��o carnal ou praticar outro ato libidinoso com algu�m, mediante fraude ou outro meio que impe�a ou dificulte a livre manifesta��o de vontade da v�tima''  

O que � ass�dio sexual?

artigo 216-A do C�digo Penal Brasileiro diz o que � o ass�dio sexual: ''Constranger algu�m com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condi��o de superior hier�rquico ou ascend�ncia inerentes ao exerc�cio de emprego, cargo ou fun��o.''

Leia tamb�m: Cidade feminista: mulheres relatam viol�ncia imposta pelos espa�os urbanos

O que � estupro contra vulner�vel?

O crime de estupro contra vulner�vel est� previsto no artigo 217-A. O texto veda a pr�tica de conjun��o carnal ou outro ato libidinoso com menor de 14 anos, sob pena de reclus�o de 8 a 15 anos.

No par�grafo 1º do mesmo artigo, a condi��o de vulner�vel � entendida para as pessoas que n�o tem o necess�rio discernimento para a pr�tica do ato, devido a enfermidade ou defici�ncia mental, ou que por algum motivo n�o possam se defender.

Penas pelos crimes contra a liberdade sexual

A pena para quem comete o crime de estupro pode variar de seis a 10 anos de pris�o. No entanto, se a agress�o resultar em les�o corporal de natureza grave ou se a v�tima tiver entre 14 e 17 anos, a pena vai de oito a 12 anos de reclus�o. E, se o crime resultar em morte, a condena��o salta para 12 a 30 anos de pris�o.

A pena por viola��o sexual mediante fraude � de reclus�o de dois a seis anos. Se o crime � cometido com o fim de obter vantagem econ�mica, aplica-se tamb�m multa.

No caso do crime de ass�dio sexual, a pena prevista na legisla��o brasileira � de deten��o de um a dois anos.

O que � a cultura do estupro?

O termo cultura do estupro tem sido usado desde os anos 1970 nos Estados Unidos, mas ganhou destaque no Brasil em 2016, ap�s a repercuss�o de um estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro. Relativizar, silenciar ou culpar a v�tima s�o comportamentos t�picos da cultura do estupro. Entenda.

Como denunciar viol�ncia contra mulheres?

  • Ligue 180 para ajudar v�timas de abusos.
  • Em casos de emerg�ncialigue 190.

 

 

 

 


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