Estudo com volunt�rios e cobaias publicado demonstra os impactos do aspartame, sacarina, est�via e sucralose no organismo
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Esses ado�antes n�o cont�m ou quase n�o cont�m calorias e nutrientes, diferente dos a��cares adicionados ou naturalmente existentes — nas frutas, por exemplo.
"N�o podemos fazer uma recomenda��o favor�vel ou contr�ria ao uso desses ado�antes, mas acreditamos sim que at� que mais estudos sejam realizados, a cautela � recomendada", escreveu por e-mail � BBC News Brasil o l�der do estudo, o m�dico e pesquisador Eran Elinav, do Instituto Weizmann da Ci�ncia, em Israel.
"� importante destacar que nossos resultados n�o significam de forma alguma que o consumo de a��car, que � delet�rio � sa�de humana conforme j� mostraram muitos estudos, � superior aos ado�antes n�o nutritivos. Acreditamos que o consumo de a��car deve ser evitado ou minimizado, especialmente por popula��es com propens�o a ou sofrendo de doen�as metab�licas."
A pesquisa realizada foi do tipo RCT, sigla em ingl�s para estudo cl�nico randomizado controlado, considerado "padr�o ouro" em pesquisas por seu rigor.
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Em trabalhos assim, participam dos testes pacientes (cl�nico), que s�o divididos aleatoriamente (randomizado) em grupos — aqueles que recebem o tratamento em teste e aqueles alocados no chamado grupo controle, que recebe outro tratamento para compara��o ou placebo (um medicamento in�cuo).
Altera��es intestinais
No caso da pesquisa publicada na revista Cell, 120 volunt�rios que n�o tinham o h�bito de consumir os ado�antes n�o nutritivos foram divididos em seis grupos: dois grupos controles, um grupo que ingeriu aspartame, outro sacarina, outro est�via e outro sucralose.
Os grupos que consumiram os ado�antes o fizeram durante duas semanas, incluindo na alimenta��o sach�s em uma quantidade abaixo do n�vel m�ximo recomendado diariamente.
As microbiotas s�o conjuntos de bact�rias, fungos e v�rus geralmente ben�ficos que est�o em diferentes partes do nosso corpo, sendo a microbiota intestinal a maior delas, com trilh�es de micr�bios vivendo ali.
Atrav�s da an�lise metagen�mica, que envolve o material gen�tico desses micr�bios, os cientistas verificaram que cada ado�ante impactou significativamente as microbiotas intestinal e oral, enquanto os grupos controle n�o tiveram altera��es marcantes.
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Eran Elinav explica que os ado�antes podem impactar as microbiotas inibindo ou estimulando o crescimento de alguma esp�cies, al�m de provocar altera��es em fatores intermedi�rios, como nos receptores de sabores doce ou amargo no intestino ou no sistema imunol�gico — que indiretamente afetam a microbiota.

Cientistas observaram que cada ado�ante teve um impacto diferente na microbiota intestinal dos volunt�rios
Getty ImagesAtrav�s de exames rotineiros, os pesquisadores registraram que as pessoas que ingeriram sacarina e sucralose tiveram um aumento significativo da glicose no sangue.
Em uma segunda etapa da pesquisa, para provar uma causalidade entre a altera��o na microbiota por conta dos ado�antes e altera��es nos n�veis de glicose, a equipe usou cobaias. Estas receberam transplantes de fezes de 42 volunt�rios, ou seja, receberam parte da microbiota dos participantes do estudo.
Os pesquisadores observaram altera��es semelhantes na microbiota e nos n�veis de glicose de humanos e cobaias. Logo, eles demonstraram que os ado�antes impactam a microbiota, e que esta por sua vez tamb�m est� relacionada aos n�veis de glicose.
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"A microbiota afeta a sa�de metab�lica, incluindo as respostas glic�micas, de v�rias maneiras. Por exemplo, a microbiota pode modular a secre��o de horm�nios intestinais que afetam a secre��o e a sensibilidade � insulina", explica Elinav.
A BBC News Brasil perguntou por que especificamente a sacarina e a sucralose levaram a um aumento da glicose, mas n�o recebeu resposta para essa quest�o espec�fica.
Em 2014, um estudo do Instituto Weizmann da Ci�ncia com cobaias j� havia mostrado que ado�antes n�o nutritivos poderiam levar a altera��es no metabolismo da glicose. Agora, um pr�ximo passo, segundo o medico e pesquisador Eran Elinav, � ter estudos de longo prazo acompanhando o impacto dos ado�antes nos n�veis de glicose em pessoas em risco ou diagnosticadas com diabetes.
- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62585686
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