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Estado de Minas BEM-ESTAR

H�rnia de disco x atividade f�sica: como conciliar

Apesar de muita gente ainda acreditar que exerc�cios s�o contraindicados para quem sofre do problema, o que acontece � exatamente o contr�rio


23/08/2022 10:55

Mulher recebendo massagem
(foto: Benjamin Wedemeyer/Unsplash)

Les�o muito comum na coluna, a h�rnia de disco � caracterizada por altera��es nos discos da coluna, respons�veis por absorver impactos e promover o movimento entre as v�rtebras. � medida do envelhecimento, h�bitos errados, como o sedentarismo, tabagismo, sobrepeso e m� postura, acabam fazendo com que esses discos se desgastem e parcialmente saiam do lugar. O resultado s�o fortes dores na parte inferior da coluna ou no pesco�o e , quando causam compress�o de nervos, dores irradiadas para os bra�os ou pernas, acompanhados ou n�o de perda de for�a e sensibilidade desses membros.

Uma das indica��es para aliviar os sintomas, diminuir a dor e fortalecer a estrutura que d� sustenta��o ao corpo � a atividade f�sica. Segundo o m�dico ortopedista especializado em coluna vertebral e diretor do NOT, Daniel Oliveira, � fundamental, por�m, estar atento aos exerc�cios praticados para n�o piorar ainda mais a condi��o.

"Atividades de alto impacto ou aquelas que geram uma sobrecarga na coluna devem ser evitadas. Podemos colocar nessa lista a corrida, saltos, agachamentos com peso e stiff, por exemplo. � fundamental que o paciente seja acompanhado por um m�dico especialista para saber qual o tipo de h�rnia de disco, poss�veis tratamentos e movimentos recomendados para cada caso."

O diagn�stico da h�rnia de disco, segundo o ortopedista, come�a a partir da conversa com o paciente sobre os sintomas que sente, al�m de um exame f�sico neurol�gico detalhado, a fim de descobrir os principais focos de dor, dos sintomas, perda de for�a e sensibilidade. Uma vez suspeitado, o problema pode ser confirmado com exames de imagem como a resson�ncia e a tomografia.

Tayron Mendes Oliveira, de 32 anos, descobriu uma h�rnia de disco em meados de 2019, ap�s sentir fortes dores em uma manh�, ao acordar. Na ocasi�o, o m�dico disse que, pelos sintomas, provavelmente ele estaria com o problema.

"Eu j� sentia essas dores desde 2016. Trabalhava no shopping e fui v�rias vezes ao hospital com queixa de dor na lombar, s� que nunca deram muita aten��o para isso. Sempre me indicavam realizar um raio-X e entrar com medica��o. S� tr�s anos depois, nesse epis�dio de muito inc�modo, � que foi pedida a resson�ncia magn�tica."

Ele conta que a dor era na regi�o da lombar e no quadril. "Como o ci�tico estava inflamado, descia para a perna direita inteira, e at� o ded�o do p� do�a", ressalta.

O diagn�stico de Tayron foi h�rnia de disco entre a v�rtebras L3, L4 e L5. Uma delas estava muito evolu�da e as outras duas ainda em fase inicial. Um dos respons�veis pelo desenvolvimento do problema foi o jiu-jitsu. "Fa�o atividade f�sica desde os 18 anos, mesmo que dando alguns intervalos de tempos em tempos, mas nunca fiquei parado. Infelizmente, foi a arte marcial que colaborou para os deslocamentos dos discos intervetebrais, devido �s quedas bruscas."

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Daniel Oliveira, médico ortopedista
"Atividades de alto impacto ou aquelas que geram uma sobrecarga na coluna devem ser evitadas" - Daniel Oliveira, m�dico ortopedista especializado em coluna vertebral, diretor do NOT (foto: Ellen Casadonte/Divulga��o)
De acordo com Daniel Oliveira, � de suma import�ncia buscar os exerc�cios corretos de muscula��o e sempre com a orienta��o profissional. "Os exerc�cios devem ser iniciados em pacientes j� sem crise de dor, ou seja, ap�s melhorar com o tratamento medicamentoso e fisioter�pico. Algumas modalidades s�o indicadas especialmente para pacientes diagnosticados com a h�rnia de disco e essa indica��o vai depender, inclusive, do grau em que ela se encontra, como o pilates e o yoga, por trabalharem a consci�ncia corporal, a mobilidade, o alongamento e n�o gerarem impacto na coluna. Tamb�m a nata��o, a hidrogin�stica, atividades aer�bicas e a muscula��o, feitos sob orienta��o m�dica e de um educador f�sico."

O fisioterapeuta esportivo Vitor Alvarenga ressalta que a atividade f�sica deve ser realizada n�o s� para quem sofre de h�rnia de disco, mas de qualquer problema cr�nico da coluna. "Isso deve ser devidamente planejado e acompanhado. O fisioterapeuta, no caso, deve fazer uma avalia��o pr�via, antes de a pessoa come�ar a praticar qualquer modalidade e ela deve ser acompanhada, inclusive, durante o exerc�cio."

Vitor garante que o exerc�cio f�sico � muito importante para o controle da dor. Segundo o profissional, a ci�ncia j� provou que a sensa��o da dor � extremamente subjetiva e envolve uma s�rie de fatores, principalmente, fatores psicol�gicos.

"Manter a mente ocupada durante a pr�tica dos exerc�cios � uma das coisas que fazem a pr�tica t�o importante. Al�m disso, h� a libera��o da serotonina, que � o horm�nio do prazer, o que tamb�m ajuda no controle da dor. Manter o corpo em movimento vai ajudar tamb�m no fortalecimento do sistema muscular, que � essencial para a prote��o da coluna e para aliviar a press�o sobre ela."

Tayron relata que, depois do diagn�stico, fez fisioterapia durante um ano. "S� ent�o fui liberado para voltar para a muscula��o, com os exerc�cios indicados para minha condi��o, e pilates. Desde ent�o, estou intercalando os dois para fortalecer a minha musculatura e evitar novas dores. O esporte melhorou muito minha condi��o, principalmente a muscula��o."

O fisioterapeuta esportivo Vitor Alvarenga
O fisioterapeuta esportivo Vitor Alvarenga garante que o exerc�cio f�sico � muito importante para o controle da dor (foto: Fernando Trancoso/Divulga��o)
Vitor Alvarenga endossa que a fisioterapia contribui para a montagem e execu��o de um planejamento personalizado de exerc�cios que v�o promover a estabiliza��o e melhora do paciente. Al�m da fisioterapia e da pr�tica de atividade f�sica supervisionada, Daniel Oliveira indica como tratamento o uso de medicamentos que v�o desde a analg�sicos simples e anti-inflamat�rios a opioides e corticoides. Apenas 20% dos casos precisam de alguma interven��o cir�rgica.

"S�o os casos com uma perda de for�a e uma sensibilidade muito intensos, dor forte intrat�vel ou aus�ncia de melhora ap�s dois meses de tratamento conservador. Tudo deve ser avaliado de forma individualizada e de acordo com as necessidades de cada paciente. Atualmente, mesmo em casos mais graves, em que h� a necessidade de cirurgia, � poss�vel realiz�-la de forma minimamente invasiva, o que resulta em uma recupera��o muito mais r�pida."

O procedimento � uma evolu��o da cirurgia tradicional e permite acessar a coluna de maneira direta, por meio de cortes menores. O m�dico conta que, por meio de endosc�picos associados a c�meras, o cirurgi�o consegue acessar e remover a h�rnia de disco, al�m de descomprimir a regi�o, causando um dano m�nimo nas estruturas da coluna e na musculatura.

"O resultado � um p�s-operat�rio com pouca dor e um retorno r�pido �s atividades normais. A incis�o normalmente necessita de apenas dois pontos para o fechamento de pele e um pequeno curativo. Nesse caso, a anestesia pode ser a local quando associada � seda��o ou a anestesia geral", finaliza.


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