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Estado de Minas ALIMENTA��O

Ultraprocessado: 'consumo impacta fun��o cognitiva', diz estudo da USP

Consumo de salgadinhos, cremes vegetais e embutidos afeta o organismo e impacta na fun��o cognitiva, levando a um decl�nio mais acentuado


07/12/2022 09:39 - atualizado 07/12/2022 09:39

tábua de embutidos
Estudo da USP mostrou que a alta ingest�o dos ultraprocessados resultou em um decl�nio 28% mais r�pido na fun��o cognitiva global (foto: moerschy/ Pixabay )
O consumo de alimentos ultraprocessados pode impactar diretamente a fun��o cognitiva. Um estudo da Universidade de S�o Paulo (USP) constatou que pessoas que ingeriam mais de 20% das calorias di�rias de produtos do tipo (veja ao lado) apresentavam um decl�nio maior, comparado �quelas que n�o recorrem tanto a itens como salgadinhos e embutidos nas refei��es. A pesquisa, publicada na revista norte-americana Pnas, foi realizada com dados de pessoas saud�veis e sem hist�rico de dem�ncia ou problemas de mem�ria.

O estudo mostrou que a alta ingest�o dos ultraprocessados resultou em um decl�nio 28% mais r�pido na fun��o cognitiva global e 25% na executiva. A autora da pesquisa, Natalia Gomes Gon�alves, explica que a segunda � a que n�s utilizamos para planejar e executar tarefas, enquanto que a primeira � a combina��o da executiva, da mem�ria e da flu�ncia verbal. Outro resultado importante � que a associa��o do consumo desses produtos e a piora da cogni��o foi mais forte em pessoas de 35 a 59 anos, comparado com os participantes mais velhos.

"Tamb�m vimos que pessoas que tinham uma alta ader�ncia � dieta Mind n�o apresentavam maior taxa de decl�nio cognitivo quando consumiam mais de 20% de calorias di�rias de alimentos ultraprocessados", diz Natalia. "A dieta Mind j� foi associada, em v�rios estudos, � melhor performance cognitiva e preven��o de dem�ncia. Ela � rica em gr�os integrais, vegetais de folhas verdes, legumes, nozes, frutas vermelhas, peixe, frango e azeite de oliva", destaca.
Os resultados complementam uma pesquisa publicada em agosto, da mesma pesquisadora e incluem dados de 10.775 indiv�duos com idade m�dia de 51,6 anos e pelo menos um diploma universit�rio, que foram acompanhados por um tempo m�dio de oito anos.

Para a diretora da Associa��o Brasileira de Nutrologia (Abran), Marcella Garcez, o estudo se soma a outros da literatura com resultados semelhantes. Segundo a especialista, as associa��es entre ultraprocessados com dist�rbios neurocognitivos e da mente podem ser explicadas, entre outras coisas, por altera��es metab�licas causadas pelos produtos com baixa qualidade nutricional. Os mecanismos potenciais que sustentam esses efeitos incluem glica��o, estresse oxidativo elevado e inflama��o, as principais vias que levam � neurodegenera��o e aos transtornos mentais. "Portanto, o consumo frequente desses alimentos deve ser evitado em todas as faixas et�rias, pois estamos falando dos impactos da dieta na preven��o do decl�nio cognitivo precoce, e n�o no tratamento de patologias instaladas", assinala Marcella Garcez. 

R�tulo

No Brasil, � lei que os r�tulos de alimentos contenham a lista com todos os ingredientes que o comp�em. De acordo com o Guia Alimentar para a Popula��o Brasileira, um n�mero elevado de ingredientes (frequentemente cinco ou mais) e, sobretudo, a presen�a daqueles com nomes pouco familiares e n�o usados em prepara��es culin�rias (gordura vegetal hidrogenada, �leos interesterificados, xarope de frutose, isolados proteicos, agentes de massa, espessantes, emulsificantes, corantes, aromatizantes, real�adores de sabor e v�rios outros tipos de aditivos) indica que o produto pertence � categoria dos ultraprocessados.
Ainda de acordo com o documento, produzido pelo Minist�rio da Sa�de, essa categoria de alimentos deve ser evitada porque tem composi��o nutricional desbalanceada, favorece o consumo excessivo de calorias e tende a afetar negativamente a cultura, a vida social e o ambiente. Para Natalia Gon�alves, uma forma de reduzir a ingest�o desses produtos � dedicar mais tempo no preparo de refei��es caseiras, em vez de comprar comida pronta.

"O cl�ssico arroz, feij�o, bife e salada � um �timo exemplo de prato sem ultraprocessados. Tamb�m gostaria de enfatizar que o nosso Guia Alimentar para a Popula��o Brasileira tem v�rias dicas de como seguir uma alimenta��o saud�vel, respeitando a cultura alimentar e a disponibilidade de alimentos locais no Brasil todo", enfatiza a pesquisadora.

Palavra do especialista

Ot�vio Castello, m�dico geriatra, diretor cient�fico do Instituto de Parentalidade Prateada (IPP).

"A associa��o feita no estudo d� oportunidade para que mais pesquisas sejam feitas e permite que pensemos que � racional pensar em evitar ultraprocessados para prevenir dem�ncia. N�o podemos dizer categoricamente que, se n�s evitarmos ultraprocessados, vamos evitar dem�ncia, mas podemos dizer que h� ind�cios muito interessantes para que isso aconte�a. Esse artigo merece muitos louros porque � in�dito, explora o assunto de um jeito que n�o tem na literatura. � um gola�o da ci�ncia brasileira".

Entenda a diferen�a*

  • Alimentos in natura e minimamente processados: os primeiros s�o aqueles obtidos de plantas ou animais que chegam ao consumidor sem terem passado por nenhum tipo de processamento. J� os minimamente processados sofreram altera��es m�nimas na ind�stria, por meio de processos como secagem, pasteuriza��o e fermenta��o, sem adi��o de sal, a��car ou outra subst�ncia.
  • Alimentos processados: s�o derivados diretamente de alimentos in natura, mas passaram por um processo de adi��o de sal, a��car, �leo ou vinagre para torn�-los mais dur�veis e agrad�veis ao paladar. Exemplos: legumes em salmoura, extrato de tomate, carne seca, frutas em calda, queijo e p�es.
  • Alimentos ultraprocessados: s�o formula��es industriais fabricadas a partir de subst�ncias extra�das ou derivadas de outros alimentos (sal, a��car, �leos, prote�nas e gorduras) e sintetizadas em laborat�rio (corantes, aromatizantes, conservantes e aditivos). No geral, s�o ricos em calorias, gorduras. Exemplos: bolachas, guloseimas, sorvetes, bolos e produtos congelados e prontos para o consumo. 
*Fonte: Marcella Garcez, nutr�loga


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