A viol�ncia contra a mulher � aquela cuja motiva��o principal � o g�nero, ou seja, � praticada contra mulheres pelo fato de serem mulheres
Tumisu/ Pixabay
A viol�ncia contra a mulher � aquela cuja motiva��o principal � o g�nero, ou seja, � praticada contra mulheres pelo fato de serem mulheres. “Ela pode ser f�sica, sexual, psicol�gica, moral e patrimonial, e todas elas s�o complexas, perversas e n�o ocorrem isoladas umas das outras”, afirma a m�dica Eveline Cat�o, ginecologista e m�dica legista e associada da Associa��o Mulher, Ci�ncia e Reprodu��o Humana do Brasil (AMCR).
Segundo a gineocologista, a viol�ncia contra a mulher tem graves consequ�ncias para aquelas que a sofrem, como por exemplo, a perda da autonomia, baixa autoestima, medo excessivo e traumas que podem resultar em doen�as como ansiedade e depress�o. “Muitas vezes, as v�timas v�o aos poucos se isolando da fam�lia e dos amigos, o que dificulta a sa�da do ciclo abusivo”.
A m�dica relata que esse tipo de viol�ncia tem como origem a constru��o desigual do lugar das mulheres e dos homens na sociedade. Para ela, a desigualdade de g�nero � a base de onde se estruturam todas as formas de viol�ncia e priva��o contra mulheres. Para ela, � assim que a assimetria de poder se legitima e se perpetua.
“Muitas pessoas associam a viol�ncia a epis�dios de espancamentos, por�m ela n�o se resume a isso”, explica Eveline Cat�o. Ela exemplifica que a viol�ncia psicol�gica consiste em pr�ticas como amea�as, constrangimento, humilha��o, manipula��o, isolamento, persegui��es, insultos e chantagens - o que pode ser t�o danoso para a v�tima quanto um espancamento.
A viol�ncia sexual n�o se limita ao estupro
J� a viol�ncia moral consiste na exposi��o da v�tima, na sua desvaloriza��o, seja l� qual for o motivo, nas cr�ticas mentirosas e em acusa��es sem fundamento, entre outras pr�ticas.
Paralelamente, a viol�ncia sexual n�o se limita apenas ao estupro, mas tamb�m a obrigar a mulher a fazer atos sexuais que ela n�o quer, impedir o uso de m�todos contraceptivos, for�ar a mulher a abortar e limitar o exerc�cio de seus direitos sexuais e reprodutivos, entre outras pr�ticas. “N�o � porque a mulher � casada que seu esposo pode obrig�-la a fazer coisas que ela n�o quer”, avisa a ginecologista.
Controle do dinheiro, estelionato, privar de bens
Por fim, a m�dica destacou um quinto tipo de viol�ncia muito comum, mas pouco conhecido pelo p�blico leigo: a viol�ncia patrimonial. Conforme Eveline Cat�o, essa viol�ncia consiste em controlar o dinheiro da mulher, destruir documentos pessoais, furtar, extorquir, praticar estelionato, privar de bens e recursos econ�micos e at� mesmo deixar de pagar pens�o aliment�cia. “Outra pr�tica comum dentro da viol�ncia patrimonial � causar danos propositais aos objetos da mulher, como, por exemplo, quebrar seu celular”, salienta a ginecologista.
Em todos os casos, a m�dica recomenda procurar ajuda profissional, tanto de um advogado quanto de um psicoterapeuta. “Converse com seus familiares e divida suas afli��es. Quanto mais cedo a viol�ncia dom�stica for identificada, mais chances a mulher tem de seguir sua vida sem maiores complica��es”, finaliza a ginecologista.
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