médica examina paciente, apalpando a região do pescoço

Segundo o Inca, o n�mero estimado � de 16.660 novos casos de c�ncer de tireoide por ano, no tri�nio de 2023 a 2025, sendo 2.500 em homens e 14.160 em mulheres

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O Dia Internacional da Tireoide � comemorado na pr�xima quinta-feira, 25 de maio, e, como qualquer campanha de conscientiza��o, o objetivo desta data � levar informa��o cient�fica de forma palat�vel � popula��o, possibilitando o reconhecimento de poss�veis patologias de uma forma mais clara. "A tireoide � uma gl�ndula que usa o iodo para produzir os horm�nios que regulam o metabolismo das c�lulas. Essa gl�ndula pode apresentar problemas que podem ser divididos em dois grandes blocos: as doen�as nodulares e quando ocorre alguma altera��o na fun��o deste �rg�o", explica a Dra. Adelina Sanches, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).

A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) estima que cerca de 750 milh�es de pessoas em todo o mundo sofrem de alguma patologia da tireoide. Desses, aproximadamente 60% n�o sabem que t�m problemas na gl�ndula: "Se pegarmos esses casos em que as pessoas n�o t�m conhecimento do n�dulo, em 90% ou 95% das vezes esses n�dulos s�o benignos. Isto �, podem ter presen�a de l�quidos ou c�lulas que n�o trazem problemas ao indiv�duo. Os outros 5% a 10% desses n�dulos detectados podem abrigar malignidade. Ent�o, estamos falando, inicialmente, em c�ncer de tireoide”, explica a diretora da SBMN.

Segundo o Instituto Nacional do C�ncer (Inca), o n�mero estimado � de 16.660 novos casos de c�ncer de tireoide por ano, no tri�nio de 2023 a 2025, sendo 2.500 em homens e 14.160 em mulheres. Adelina Sanches afirma que boa parte desses casos n�o se apresenta de maneira grave: “Em 95% dos casos, os c�nceres de tireoide t�m um comportamento brando. Deste modo, o tratamento padr�o � cirurgia. As pessoas ser�o operadas e estar�o curadas na vasta maioria das vezes”,
 

Hipertireoidismo x hipotireoidismo

A segunda classe de doen�as que envolvem a tireoide � aquela que pode alterar a fun��o desse �rg�o para mais (hipertireoidismo) ou pode existir a redu��o na libera��o desses horm�nios (hipotireoidismo). “A tireoide pode ser reconhecida como um dos grandes maestros da manuten��o do nosso metabolismo. Com o excesso de horm�nios, a gente vai ter uma acelera��o do metabolismo, causando emagrecimento, ins�nia, tremores, nervosismo, agressividade, � como se a pessoa ficasse mais acelerada que o normal. J� no hipotireoidismo, o paciente ficar� com o metabolismo reduzido, vai ganhar peso, reter l�quido, ficar� cansado, sonolento, ter� altera��o de mem�ria”, explica a m�dica.
A medicina nuclear atua, principalmente, nos casos de c�ncer de tireoide e hipertireoidismo. Neste segundo caso, usa-se radia��o para bombardear a tireoide e faz�-la diminuir de tamanho. Estando em um tamanho menor, ela passa a produzir menos horm�nio, havendo a revers�o ou diminui��o do quadro do paciente. “J� quando se trata de c�ncer, � como se fiz�ssemos um polimento por dentro, n�o deixando res�duos de c�lulas malignas, tentando prevenir o retorno dessas doen�as. Em alguns casos, pode-se entrar com radia��o de uma forma mais pesada para tratar met�stases”, afirma a diretora da SBMN.

Para os casos de c�ncer mais graves e agressivos, que s�o muito raros, a medicina nuclear chega como um grande aux�lio, podendo minimizar o risco de complica��es futuras. “A presen�a de m�dicos bem capacitados para lidar com a doen�a � fundamental para que mesmo em casos raros, a pessoa tenha o atendimento m�dico necess�rio para poupar a��es excessivas para os casos leves e para n�o poupar esfor�os para os casos agressivos”, salienta Adelina Sanches. 

Contraindica��es

Com rela��o �s contraindica��es para o tratamento com a medicina nuclear, elas podem ocorrer em casos de gravidez ou amamenta��o. “Uma das raras contraindica��es s�o para pacientes que estejam amamentando ter que fazer tratamento com iodo radioativo, que s�o usados para combater doen�as da tireoide, tanto para o diagn�stico, como para o tratamento. Neste caso, a paciente tem que ficar tr�s semanas sem amamentar. No caso de gestantes � a mesma situa��o, ou seja, a exposi��o de uma mulher gr�vida deve ser fortemente evitada nos primeiros tr�s meses de gesta��o, a n�o ser que seja uma situa��o de risco de vida”, aponta a m�dica.

Apenas em casos muito extremos � que seria solicitado que a lactante parasse de amamentar para fazer o tratamento, como aponta a Adelina Sanches: “Muitas vezes, � importante se manejar a doen�a de outra forma at� que a gente aplique radia��o um pouco mais pra frente, no processo de tratamento, garantindo a amamenta��o do filho”.

Fora essas duas situa��es, h� casos muito raros e graves de hipertireoidismo nos quais os pacientes est�o na UTI e que antes de se iniciar o tratamento, � necess�rio que a doen�a esteja em um relativo equil�brio: "O tratamento com radia��o, por alguns dias, pode apresentar at� uma leve piora dos sintomas, que � a libera��o dos horm�nios da gl�ndula que ser� agredida propositalmente pela radia��o para que, depois, o paciente entre em uma fase de melhoria cont�nua. Pacientes com quadros descompensados t�m contraindica��o para fazer esse tratamento”, finaliza a diretora da SBMN.